Resultados e discussão 122 Figura 6.26 - Variação de NKT <strong>no</strong>s pontos de coleta e eficiência dos tratamentos 6.1.2.21 Metais pesados Tabela 6.18 - Variação de NKT <strong>no</strong>s pontos de coleta de esgoto Elementos Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Máxima (mg/L) 10 10 8 7 Média (mg/L) 6 6 5 5 Mínima (mg/L) 4 5 3 2 Desvio Padrão (mg/L) 1 1 1 1 Coeficiente de Variação (%) 19 20 23 25 Número de <strong>da</strong>dos 23 23 23 23 A variação dos metais pesados <strong>no</strong>s pontos de coleta pode ser visualiza<strong>da</strong> na Tabela 6.19. Os metais pesados representam riscos de longo prazo, associados principalmente ao risco de acúmulo <strong>no</strong> solo e quando presentes em quanti<strong>da</strong>des excessivas causam toxidez e problemas nutricionais que limitam o desenvolvimento vegetal e podem causar a morte de animais. A Resolução CONAMA 397/2008 limita a concentração de certos metais <strong>no</strong> lançamento de efluentes. Os metais que apresentaram concentrações nas amostras do ponto 4 acima do
Resultados e discussão 123 estabelecido pela legislação foram o Arsênio e Selênio, com 0,65 e 0,79 mg/L, respectivamente. Deve-se considerar as altas concentrações de metais presentes <strong>no</strong> afluente dos RALFs, o que pode comprometer todo o processo bioquímico, inibindo o processo metabólico dos microrganismos presentes <strong>no</strong> reator, ou estes microrganismos podem não estar a<strong>da</strong>ptados às condições do ambiente. Tabela 6.19 - Variação dos metais pesados <strong>no</strong>s pontos de coleta de esgoto Metais Pesados (mg/L) Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Limite máximo CONAMA 397/2008 Arsênio 0,47 0,49 0,60 0,65 0,50 Bário 0 0 0 0,64 5,00 Cádmio 0,16 0,03 0 0,01 0,20 Chumbo 0,02 0,03 0,03 0,03 0,50 Cobre 0,37 0,20 0,05 0,03 1,00 Cromo 0,01 0 0 0 0,50 Ferro 0,36 0,31 0,35 0,34 15,0 Manganês 0,10 0,07 0,06 0,06 1,00 Níquel 0,03 0 0 0,04 2,00 Prata 0,02 0,09 0,09 0,07 0,10 Selênio 0,72 0,72 0,61 0,79 0,30 Zinco 0,13 0,15 0,03 0,07 5,00 Embora a concentração dos demais metais esteja dentro dos limites estipulados pela legislação, os mesmos são preocupantes por serem cumulativos ao longo <strong>da</strong> cadeia alimentar. A ação tóxica de muitos metais ocorre por haver afini<strong>da</strong>de com o enxofre, causando a quebra <strong>da</strong> cadeia protéica e formando ligações com o enxofre em muitas enzimas, comprometendo a ação enzimática. O grupo carboxila ( - CO2H) e amina ( - NH2), presentes em proteínas, é também atacado por muitos metais pesados. Cádmio, cobre, chumbo e mercúrio se ligam à membrana celular, bloqueando o transporte celular. Os metais podem precipitar biocompostos fosforados ou participarem <strong>da</strong> catalisação dessas substâncias (SILVA et al., 2005). As concentrações eleva<strong>da</strong>s desses metais podem indicar despejo clandesti<strong>no</strong> de esgoto industrial. Além disso, tais parâmetros, juntamente com Bário, Níquel e Prata, se elevaram ao passar pelas uni<strong>da</strong>des de tratamento, principalmente <strong>no</strong>s decantadores secundários e câmara de contato. Deve-se considerar que, nesse caso, sendo altas as concentrações de metais presentes <strong>no</strong> lodo, há uma eleva atuação de compostos tóxicos sobre a microfauna do lodo do reator, o que provoca uma piora nas condições de funcionamento <strong>da</strong> ETE.