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REGINA LÚCIA GONÇALVES PEREIRA SILVESTRINI Da paixão ao ...

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A leitura de Matisse nas imagens revelam essa característica – o sentimento da alma<br />

portuguesa. Sob tal perspectiva, a leitura apresentada nesta dissertação (o texto das Cartas e as<br />

litografias de Matisse) confere essa força de sentimento<br />

3.2. AS CARTAS PORTUGUESAS E AS LITOGRAFIAS: DO TEXTO À IMAGEM<br />

3.3 AS CARTAS PORTUGUESAS: DA ORIGEM À CRÍTICA<br />

As Cartas Portuguesas nos remetem a uma realidade causada pela dor de uma<br />

separação amorosa. Escritas em francês, os seus originais extraviaram-se, não existindo,<br />

por isso, possibilidade de informar se foram escritas em português ou francês, conforme já<br />

discutido. Supõe-se que tivessem sido escritas em português e atribuindo-lhes valor,<br />

procurando diferentes autores para que adquirissem a forma portuguesa.<br />

Em Cartas a d’Alembert, Jean Jacques Rousseau 8 expressou sua opinião sobre as<br />

mulheres e as cartas da freira, num discurso que comprova o pensamento do homem em<br />

relação à figura feminina, divergindo dos autores anteriores: Rocha e Freire.<br />

As mulheres em geral não prezam arte, nenhuma as prende e não têm<br />

gênio nenhum. Podem brilhar nas pequenas obras que exigem apenas<br />

leveza de espírito, graça, às vezes até alguma filosofia e raciocínio. São<br />

capazes de adquirir ciência, erudição, cultura, e tudo o que se alcança à<br />

força de aplicação. Mas este fogo celeste que aquece e abrasa a alma, este<br />

gênio que consome e devora, esta eloqüência estuante, estes transportes<br />

sublimes que levam os seus encantos até o fundo dos corações, não os<br />

achareis jamais nos escritos das mulheres. Todos frios e bonitos como<br />

elas. Terão o espírito que quiserdes: alma é que nunca. Serão cem vezes<br />

mais razoáveis do que apaixonadas. As mulheres não sabem descrever<br />

nem sentir o verdadeiro amor. [...] Apostaria tudo quanto há no mundo em<br />

como as Cartas Portuguesas foram escritas por um homem.<br />

A publicação das Cartas Portuguesas teria sido em meados de 1668, quando<br />

Chamilly já havia regressado a França.<br />

8 .Apud Ribeiro, Manuel. Vida e morte de Madre Mariana Alcoforado. p. 289<br />

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