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REGINA LÚCIA GONÇALVES PEREIRA SILVESTRINI Da paixão ao ...

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Cartas Portuguesas, consideradas no seu todo pelos estudiosos,<br />

como obra prima da literatura mundial‟. (Ilustração 8)<br />

De acordo com a narrativa de Guimarães (1960, p.107), no dia seguinte Mariana,<br />

pode vê-lo de perto durante a missa. Chamilly era um homem experiente, galante, bem<br />

falante, não iria deixar de se interessar por uma moça jovem e bonita como Mariana. Não<br />

demorou muito para que ele conseguisse adentrar na sua cela. Chamilly dizia-lhe palavras<br />

fortes, poderosas. Elogiava a sua beleza, afirmando que se entrasse em qualquer dos salões<br />

que freqüentava em Portugal ou em França, na própria corte do Rei, nenhuma dama se lhe<br />

compararia. Elogiava-lhe os olhos preciosos, o tom da pele, os gestos e a graciosidade<br />

incomparável das suas mãos.<br />

Guimarães (1960) acrescenta que é provável que Chamilly tenha tido acesso <strong>ao</strong><br />

Convento por passagem subterrânea e foi assim que Mariana cedeu <strong>ao</strong>s impetuosos desejos<br />

de ambos. Por um brevíssimo espaço de tempo eles criam que seu segredo estava imune e<br />

protegido por Deus.<br />

O Conde de Schomberg, governador das armas do Alentejo, sabedor do que se<br />

passava e convocou Chamilly a comparecer <strong>ao</strong> Castelo de Estremoz onde instalara o seu<br />

quartel general, intimando-o a contar a verdade. Deu-lhe ordens para que voltasse à França<br />

e que arrumasse uma desculpa que abrandasse o sofrimento de Mariana.<br />

No dia seguinte ele lhe envia uma carta despedindo-se. De acordo com a biografia,<br />

de Mariana, após a leitura, ela desmaia por várias horas, tendo sido encontrada por algumas<br />

freiras que a socorreram. Quando volta a si, a abadessa do convento está a sua cabeceira e<br />

Mariana conta-lhe toda a verdade.<br />

Por algum tempo obtém notícias de Chamilly através de seu capitão. Começa<br />

escrever cartas e obtém apenas respostas curtas e sem sentimento. O sofrimento de Mariana<br />

intensifica-se a ponto de rebaixar suas funções, chegando a ser porteira do convento para<br />

distrair-se.<br />

Em 1703 o Oficial Chamilly foi promovido a Marechal da França. E em 1709,<br />

Mariana é eleita abadessa do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja, com<br />

direito a ser chamada Madre Mariana Alcoforado, devido a sua condição aristocrática.<br />

Delgado (1973) encerra o estudo sobre Mariana afirmando que ela faleceu no dia 28<br />

de Julho de 1723. O termo do seu óbito, assinado pela escrivã Dona Antónia Sofia Baptista<br />

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