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Automotiva Usiminas. Fazer melhor sempre. - Automotive Business

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ENTREVISTA | MARCOS DE OLIVEIRA<br />

bém é preciso levar em conta que o poder<br />

de compra cresceu com mais renda<br />

e crédito, o que faz caber no bolso o veículo<br />

com mais equipamentos.<br />

Você acredita que o carro de entrada<br />

no Brasil, com baixo conteúdo, o<br />

chamado “peladão”, está perdendo<br />

mercado no Brasil?<br />

OLIVEIRA – Não está perdendo mercado,<br />

mas ganhando nível de sofisticação<br />

maior. Vou usar o exemplo do Ford Ka,<br />

nosso modelo de entrada, que desde o<br />

lançamento em 2008 é vendido com<br />

travas elétricas acionadas a distância,<br />

algo que há pouco tempo era considerado<br />

um luxo. E ao longo do tempo essa<br />

tendência deve se aprofundar, com<br />

adição cada vez maior de equipamentos<br />

mesmo nos veículos de entrada.<br />

A médio e longo prazos o “carro pelado”<br />

vai desaparecer do mercado, pois o<br />

cliente terá um nível mínimo de expectativa<br />

e vai exigir itens como já é o caso<br />

da direção assistida, que se transformou<br />

em um equipamento quase que<br />

básico.<br />

Agregar tecnologia é uma forma<br />

de devolver competitividade internacional?<br />

OLIVEIRA – Sem dúvida. O segredo da<br />

engenharia brasileira do futuro está em<br />

como agregar novas tecnologias de forma<br />

acessível. Isso se faz com a instalação<br />

de capacidade avançada de desenvolvimento<br />

tecnológico e geração<br />

de massa crítica de consumo, para criar<br />

escala de produção, com custo menor.<br />

Você passou dezessete anos fora do<br />

Brasil. Muitas coisas mudaram nesse<br />

tempo. Como era a Ford que deixou<br />

aqui e como é a Ford que você reencontrou<br />

ao regressar como presidente,<br />

em 2006?<br />

OLIVEIRA – Antes os recursos eram<br />

bastante limitados, era necessário utilizar<br />

aquilo que já existia fora do País da<br />

<strong>melhor</strong> maneira e adaptar às necessi-<br />

36BUSINESS<br />

OS PROJETOS DE<br />

SUCESSO LIDERADOS<br />

PELO BRASIL<br />

PROVARAM À MATRIZ<br />

QUE TÍNHAMOS<br />

CAPACIDADE PARA<br />

ASSUMIR UM<br />

PROJETO GLOBAL<br />

dades do mercado brasileiro. Foi só a<br />

partir do desenvolvimento do EcoSport<br />

que a engenharia brasileira da Ford ganhou<br />

papel de protagonismo, com o<br />

desenvolvimento de um produto desde<br />

a sua base. Tem sido um processo<br />

de transformação ao longo dos últimos<br />

dez anos e quando voltei isso ainda<br />

estava acontecendo. Hoje a realidade<br />

é de uma engenharia bem equipada<br />

com todos os recursos necessários para<br />

desenvolver produtos completos, para<br />

o mercado local e outros países.<br />

Você lamenta não poder fabricar aqui<br />

alguns dos modelos que ajudou a desenvolver,<br />

como o Edge e o Fusion?<br />

OLIVEIRA – Não, porque acho que a<br />

engenharia competente é aquela que<br />

sabe utilizar os recursos disponíveis<br />

de forma inteligente e eficiente, traduzindo<br />

esses recursos em soluções de<br />

mercado que atendam e surpreendam<br />

o consumidor. Quando saí da faculdade,<br />

a equação para o desenvolvimento<br />

de um produto era custo-mais-margem-igual-a-preço.<br />

Hoje é o contrário:<br />

primeiro descobrimos qual é o preço<br />

competitivo de mercado, depois achamos<br />

a margem para recuperar o investimento<br />

que deve ser feito e finalmente<br />

determinamos o custo de produção.<br />

É um processo muito mais complexo e<br />

fundamental para o negócio. Posso citar<br />

o exemplo do novo caminhão Ford<br />

Cargo 2012, que foi totalmente projetado<br />

no Brasil com colaboração da<br />

Europa e dos Estados Unidos, mas todo<br />

o desenvolvimento foi focado nas<br />

necessidades dos clientes de todos os<br />

mercados onde o produto é vendido, e<br />

no preço que deveria ter para atender<br />

a demanda.<br />

A operação de caminhões da Ford é<br />

bastante peculiar no Brasil, diversos<br />

conjuntos são feitos fora por fornecedores<br />

e depois montados na planta<br />

de São Bernardo. A cabine, por<br />

exemplo, é soldada e pintada na <strong>Automotiva</strong><br />

<strong>Usiminas</strong>, depois viaja duzentos<br />

quilômetros até a linha de<br />

montagem. A Ford até investiu recursos<br />

na fábrica do fornecedor para<br />

produzir o novo Cargo. Ainda assim a<br />

operação tem custos vantajosos?<br />

OLIVEIRA – Sim, porque embora a fabricação<br />

de caminhões seja complexa,<br />

os volumes não são tão grandes.<br />

No modelo que usamos, a <strong>Automotiva</strong><br />

<strong>Usiminas</strong> faz a cabine, a Cummins<br />

os motores, a Eaton as transmissões e<br />

nossa engenharia integra tudo. Assim<br />

os custos são diluídos. Essa fórmula

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