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Apostila - Bento XVI - Maria Mãe da Igreja

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devemos afirmar que se verifica um excedente <strong>da</strong>s estruturas em relação ao Espírito. Digo mais: a<br />

ver<strong>da</strong>deira crise <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> no mundo ocidental é uma crise de fé. Se não chegarmos a uma<br />

ver<strong>da</strong>deira renovação <strong>da</strong> fé, qualquer reforma estrutural permanecerá ineficaz.<br />

Voltemos às pessoas a quem falta à experiência <strong>da</strong> bon<strong>da</strong>de de Deus. Precisam de lugares, onde<br />

possam expor a sua nostalgia interior. Aqui somos chamados a procurar novos caminhos <strong>da</strong><br />

evangelização. Um destes caminhos poderiam ser as pequenas comuni<strong>da</strong>des, onde sobrevivem as<br />

amizades, que são aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s na frequente adoração comunitária de Deus.<br />

Aqui há pessoas que contam as suas pequenas experiências de fé no emprego e no âmbito <strong>da</strong> família<br />

e dos conhecidos, testemunhando assim uma nova proximi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> à socie<strong>da</strong>de. Depois, a<br />

seus olhos, aparece de modo ca<strong>da</strong> vez mais claro que todos necessitam deste alimento do amor, <strong>da</strong><br />

amizade concreta de um pelo outro e pelo Senhor. Permanece importante a ligação com a seiva vital<br />

<strong>da</strong> Eucaristia, porque sem Cristo na<strong>da</strong> podemos fazer (cf. Jo 15, 5).<br />

Amados irmãos e irmãs, que o Senhor nos indique sempre o caminho para, juntos, sermos luzes<br />

no mundo e mostrarmos ao nosso próximo o caminho para a fonte, onde possam saciar o seu<br />

profundo anseio de vi<strong>da</strong>.<br />

Papa <strong>Bento</strong> <strong>XVI</strong><br />

Fonte: www.rainhamaria.com.br (http://noticias.cancaonova.com / http://fratresinunum.com)<br />

Discurso do Papa <strong>Bento</strong> <strong>XVI</strong> ao Parlamento alemão<br />

(22.09.2011 - Em visita a Alemanha.)<br />

Boletim <strong>da</strong> Santa Sé<br />

“Ilustre Senhor Presidente Federal!<br />

Senhor Presidente do Bundestag!<br />

Senhora Chanceler Federal!<br />

Senhor Presidente do Bundesrat!<br />

Senhoras e Senhores Deputados!<br />

Constitui para mim uma honra e uma alegria falar diante desta Câmara Alta, diante do Parlamento <strong>da</strong><br />

minha Pátria alemã, que se reúne aqui em representação do povo, eleita democraticamente para<br />

trabalhar pelo bem <strong>da</strong> República Federal <strong>da</strong> Alemanha. Quero agradecer ao Senhor Presidente do<br />

Bundestag o convite que me fez para pronunciar este discurso, e também as amáveis palavras de boasvin<strong>da</strong>s<br />

e de apreço com que me acolheu.<br />

Neste momento, dirijo-me a vós, prezados Senhores e Senhoras, certamente também como<br />

conci<strong>da</strong>dão que se sente ligado por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> às suas origens e acompanha soli<strong>da</strong>riamente as<br />

vicissitudes <strong>da</strong> Pátria alemã. Mas o convite para pronunciar este discurso foi-me dirigido a mim<br />

como Papa, como Bispo de Roma, que carrega a responsabili<strong>da</strong>de suprema <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> Católica.<br />

Deste modo, vós reconheceis o papel que compete à Santa Sé como parceira no seio <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de<br />

dos Povos e dos Estados. Na base desta minha responsabili<strong>da</strong>de internacional, quero propor-vos<br />

algumas considerações sobre os fun<strong>da</strong>mentos do Estado liberal de direito.<br />

Seja-me permitido começar as minhas reflexões sobre os fun<strong>da</strong>mentos do direito com uma<br />

pequena narrativa tira<strong>da</strong> <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> Escritura. Conta-se, no Primeiro Livro dos Reis, que Deus<br />

concedeu ao jovem rei Salomão fazer um pedido por ocasião <strong>da</strong> sua entronização. Que irá pedir o<br />

jovem soberano neste momento tão importante: sucesso, riqueza, uma vi<strong>da</strong> longa, a eliminação dos<br />

inimigos? Não pede na<strong>da</strong> disso; mas sim: “Concede ao teu servo um coração dócil, para saber<br />

administrar a justiça ao teu povo e discernir o bem do mal” (1 Re 3, 9).<br />

Com esta narração, a Bíblia quer indicar-nos o que deve, em última análise, ser importante<br />

para um político. O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político não<br />

devem ser o sucesso e menos ain<strong>da</strong> o lucro material.<br />

A política deve ser um compromisso em prol <strong>da</strong> justiça e, assim, criar as condições de fundo<br />

para a paz. Naturalmente um político procurará o sucesso, que, de per si, lhe abre a possibili<strong>da</strong>de de<br />

uma ação política efetiva; mas o sucesso há-de estar subordinado ao critério <strong>da</strong> justiça, à vontade<br />

de atuar o direito e à inteligência do direito. É que o sucesso pode tornar-se também um<br />

aliciamento, abrindo assim a estra<strong>da</strong> à falsificação do direito, à destruição <strong>da</strong> justiça. “Se se põe<br />

de parte o direito, em que se distingue então o Estado de uma grande ban<strong>da</strong> de salteadores?” –<br />

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