1996 - Sociedade Brasileira de Psicologia
1996 - Sociedade Brasileira de Psicologia
1996 - Sociedade Brasileira de Psicologia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ORG 1.94<br />
CONSEQUZNCIAS DA SUPERQUALIFICAIAO EM FUN-<br />
CIONV IOS DO SETOR DhNCâWO.LticiaH. Sorato, â/ilr1<br />
yt Gazwtti, Patnkia C. Chabalgaty Patrçcia C/-A/tm?; Erenice<br />
Carvalbo, Wan<strong>de</strong>rley Codo. Laboratölio <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> do Trabalho.<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasflia.<br />
A superqualificaçâo, assim como a subqualificaçso da mso-<strong>de</strong>obra,<br />
sso portadoras <strong>de</strong> problemas tanto para a empresa, quanto<br />
para 0 traàalhador. No caso da subqualiticaçâc potencializam-se<br />
as falhas, os elws ou os aci<strong>de</strong>ntes, prejudicando o <strong>de</strong>sempenho<br />
para a emgresa e expondo o trabalhador a situaçöes estressantes e<br />
a maior <strong>de</strong>sgaste ffsico e mental. No caso da su/erqualificaçào,<br />
os efeitos s5o menos evi<strong>de</strong>ntes gara as empresas e muitas vezes<br />
acabam sendo <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados, porém n5o sâo menos importantes<br />
e merecem tanta atençào quanto ps anteriores. Um estudo realizado<br />
com 338 bancM os <strong>de</strong> instituiçöes ptiblicas e privadas do<br />
interior <strong>de</strong> Sâo Paulo permitiu i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong><br />
superqualificaçâo através da superescolarizaçào dos quadros <strong>de</strong><br />
funcionslios, tendo sido observado que 60% <strong>de</strong> funcionM os no<br />
setor privado e 80% no setor ptiblico jé haviam cursado ou estavam<br />
curjando nfvel superior, ocupando, em sua gran<strong>de</strong> maioria,<br />
funçöes que exigiam apenas o curso secundsrio. Nâo foi encontrada<br />
qualquer relaçâo entre o nfvel <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e as funçöes.<br />
Postos <strong>de</strong> trabalho menos qualificados, como o <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>nte, continuavam<br />
mostrando nfvel tâo alto <strong>de</strong> escolarizaçëo como as gerências.<br />
Através <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong> avaliaçio do trabalho, foi possfvel<br />
examinar as relaçöes entre escolarida<strong>de</strong> e os nfveis <strong>de</strong>: eadaptaçào<br />
ao trabalho', ifontes <strong>de</strong> insatisfaçâo' e e<strong>de</strong>satios existentes<br />
no trabalho'. O grupo menos escolalizado (até 20 grau completo),<br />
quando comparado ao grupo tsuperescolarizado', avalia melhor<br />
seu trabalho em termos <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio (39,6% para<br />
25,8%)., possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prazer (45,4% para 29,4%)., possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> aprendizagem (51,2% para 31,4%)., prestfgio (29,5%<br />
para 17,4%) e importância social do trabalhd (29,1% para 16,9%),<br />
todas as diferenças se mostraram significantes (p< 0.05). A alta<br />
conconfncia dos concursos pliblicos, as facilida<strong>de</strong>s que () horJrio<br />
<strong>de</strong> trabalho oferece e a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorç:o <strong>de</strong> mëo-<strong>de</strong>obra<br />
qualificada no mercado parece estar selecionando trabalhadores<br />
para ativida<strong>de</strong>s menores do que a sua qualiticaç:o profissional,<br />
gerando um nfvel <strong>de</strong> expectativa impossfvel <strong>de</strong> ser atingido<br />
e transformando-se numa fonte <strong>de</strong> insatisfaçso constante para o<br />
trabalhador.<br />
-000-<br />
ORG 1.05<br />
EFEITOS DE POLM CAS DE ENXUGAMENTO DE QUA-<br />
DROS DEFUNCIONXRIOS EM BANCOS PUBLICOS EPRI-<br />
VADOS. Fâtima Senna, Cristiane 0. Heckles zlntfrglâ. Gazw ti,<br />
Lk ia H. Soratto, Wan<strong>de</strong>rley Codo. Laboratörio <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> do<br />
Trabalho. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasflia<br />
Em resposta às mudanças na conjuntura atual no pafs e no mundo,<br />
muitas empresas têm adotado a reduçëo <strong>de</strong> seus quadros <strong>de</strong><br />
funciono os, como tentativa <strong>de</strong> se adaptar às novas exigências <strong>de</strong><br />
mercado. Isto é verda<strong>de</strong>iro tanto no que diz respeito a organizaçöes<br />
ptîblicas quanto privadas. Particularmente o setor bancM o,<br />
tem sofrido gran<strong>de</strong>s alteraçöes nos tiltimos anos, <strong>de</strong>vido a vmiaçöes<br />
na polftica econômica e ao répido processo <strong>de</strong> automaç:o do<br />
setor. Um estudo com bancfrios <strong>de</strong> instituiçöes ptîblicas e plivadas<br />
possibilitou observar a diferença no impacto <strong>de</strong>stas polfticas.<br />
A pesquisa foi realizada com 194 trabalhadores <strong>de</strong> bancos ptibli-<br />
146<br />
ORG - Psicoklia Orwnizccfcncl e do Trabalbo<br />
c0S e 91 <strong>de</strong> grivados. Foram aylicados instrumentos ?ara avaliar<br />
as condiçöes gerais <strong>de</strong> trabalho e sati<strong>de</strong> mental da categoria. Entre<br />
estes, constava uma Ficha <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntiticaçso Geral (FIG) que<br />
tem por objetivo levantar as caracterfsticas <strong>de</strong>mogrsficas da populaçso<br />
em questso e através da qual po<strong>de</strong>m ser observadas algumas<br />
conseqiências <strong>de</strong>stas polfticas. A anslise da ctll'va <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
mostrou tlma gran<strong>de</strong> diferenciaçqo no que tange à, ida<strong>de</strong> dos funcionsrios:<br />
enquanto n0s bancos pliblicos a maior concentraçâo<br />
ests na faixa<strong>de</strong> 31 a40 anos, nos bancos privados esta concentraç50<br />
ests entre 21 e 30 anos. Visto <strong>de</strong> otltra forma, enquanto apenas<br />
2,5% dos trabalhadores têm entre 1 e 5 anos <strong>de</strong> empresa nos<br />
bancos pliblicos. 33,3% têm o mesmo tempo nos bancos privados.<br />
De modo inverso, enquanto apenas 4,2% no setor privado<br />
chega a mais <strong>de</strong> 20 anos na empresa, a porcentagem sobe para '<br />
24,6% no caso do setor ptîblico. Dados recolhidos através <strong>de</strong> entrevistas<br />
e anélise estatfstica das respostas permitiram observar<br />
que as conseqiências sëo negativas para a qualida<strong>de</strong> do trabalho<br />
nos dois casos. No caso dos bancos ptiblicos, com o envelhecimento<br />
do quadro <strong>de</strong> funcionlrios, per<strong>de</strong>m em agilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se adaptar às inovaçöes tecnolögicas, tendo apenas a opçso<br />
<strong>de</strong> remanejar seus funcionirios. No caso do setor privado, se<br />
ganham em agilida<strong>de</strong>, per<strong>de</strong>m em experiência e estabilida<strong>de</strong> da<br />
força <strong>de</strong> trabalho, impedindo a construçâo <strong>de</strong> uma cm eira <strong>de</strong>ntro<br />
da empresa <strong>de</strong>vido à alta rotativida<strong>de</strong> que a polftica <strong>de</strong> <strong>de</strong>missâo<br />
dos funcionârios mais antigos acaba gerando.<br />
-000-<br />
ORG 1.06<br />
O SALXRIO COMO SfNTESE E REPRESENTAIAO DA lN-<br />
SATISFAIAO COM OTRABALHO. Cristiane 0. Heckleö Maurlcio<br />
R. Tamayo, Llicia H. Sorato, Andréa â. Gazwtti, Wan<strong>de</strong>rley<br />
Codo. Laboratörio <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> do Trabalho, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Brasflia.<br />
A insatisfaçâo com o trabalho é um dos aspectos que mais influenciam<br />
na baixa produtivida<strong>de</strong> do indivfduo, além <strong>de</strong> ser um dos<br />
fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes <strong>de</strong> sofrimento psfquico, conforme a literatura<br />
mais recente tem apontado. Desta forma. uma anslise<br />
organizacional que vise compreen<strong>de</strong>r as condiçöes <strong>de</strong> trabalho<br />
em sua totalida<strong>de</strong> n5o po<strong>de</strong> ater-se na superficialida<strong>de</strong> da<br />
constataçâo da insatisfaçâo, necessitando <strong>de</strong> um aprofundamento<br />
em suas possfveis causas. Foi realizado um estudo comparativo<br />
com bancirios <strong>de</strong> bancos ptiblicos e privados; 338 sujeitos foram<br />
submetidos a um inventirio on<strong>de</strong> constavam pergunt% sobre sa-<br />
1510 e fonnas <strong>de</strong> satisfaçso no trabalho. Verificou-se que a insatisfaçâo<br />
salarial estava presente em 77,7% dos sujeitos, aparecendo<br />
como o fator prepon<strong>de</strong>rante. No entanto, nâo foram encontradas<br />
corelaçöes significativas (p< .05) entre a queixa sobre salsrio,<br />
o salslio efetivamente recebido, a renda familiarou mesmo<br />
o peso do salM o na renda total da famflia. Por outro lado, foi<br />
encontrada correlaçso <strong>de</strong> .30 e p= .0000 entre avaliaçso da remuneraçâo<br />
e uma escala que avalia caracterfsticas do trabalho, como<br />
criativida<strong>de</strong>, iniciativa, prazer, <strong>de</strong>safio, aprendizagem e rotina.<br />
Particularmente o item rotina apresentou correlaçào <strong>de</strong> .34 e<br />
significância p= .000. Neste caso, as reclamaçöes sobre salfrio<br />
po<strong>de</strong>riam ser melhor compreendidas como uma forma <strong>de</strong> expressar<br />
a insatisfaçâo com as condiçöes <strong>de</strong> trabalho. A falta <strong>de</strong> auto- .<br />
nomia, <strong>de</strong> <strong>de</strong>satios, o trabalho excessivamente rotineiro acabam<br />
<strong>de</strong>saguando em uma queixa sobre sallrio, porque sendo este concreto,<br />
po<strong>de</strong> ser reivindicado mais diretamente, enquanto os problemas<br />
com as condköes <strong>de</strong> trabalho, muitas vezes sequer chegam<br />
a atingir a consciência do trabalhador. A funçâo do dinheiro<br />
SBP - XXVI Reuni:o Anual <strong>de</strong> Psicolo/a