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1996 - Sociedade Brasileira de Psicologia

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MR 2.(6.2<br />

A PESQUISA SOBRE ADOIAO COMO UM FATOR PRE-<br />

VENTIVO. Udia Natâlia Dobrianskf Be cr. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Paranl.<br />

Apesar <strong>de</strong> os örfâos ou crianças abandonadas existirem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

primördios da humanida<strong>de</strong>, o tema adojfo aparece mais ligado<br />

$dao coraçâo' do que à tdrazso'' Especialmente no Brasil, a adoçëo<br />

ainda é fortemente carregada <strong>de</strong> preconceitos sociais. No cfrculo<br />

acadêmico existe uma produçso cientffica bastante limitada<br />

sobre () assunto. Por esta falta <strong>de</strong> estudos sistemsticos, o que ocore<br />

é os casos em que houve diticulda<strong>de</strong>s no grocesso adotivo, acabam<br />

sendo generalizados <strong>de</strong>vido às informaçöes sobre o assunto<br />

viremda mfdia e do tdboca-a-boca' do dia-a-dia. S5o estigmatizados<br />

até pela generalizaçso <strong>de</strong> casos clfnicos dramiticos que colocam<br />

ç$a perda dos pais biolögicos como irreparsvel e <strong>de</strong>tenninante'<br />

<strong>de</strong> todos os problemas nas famflias adotivas. Apös anos <strong>de</strong> traba-<br />

1ho <strong>de</strong> pesquisas sistemsticas com crianças institucionalizadas,<br />

famflias adotivas e preconceitos da populaçào sobre a adoçâo, os<br />

resultados têm mostrado que, mesmo com nm tema tâo impregnado<br />

<strong>de</strong> emoçso a pesquisa traz um universo riqufssimo <strong>de</strong> informaçöes<br />

que possibilita <strong>de</strong>cifrarmos alguns enigmas que envolvem<br />

histörias <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> relaçâo afetiva. Através da correta<br />

divulgaçâo dos dados encontrados, a pesquisa (também nessa srea)<br />

é capaz <strong>de</strong> trazer contribuiçöes importantes do ponto <strong>de</strong> vista acadêmico,<br />

além <strong>de</strong> estabelecer e <strong>de</strong>limitaf mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> açâo para<br />

trabalhos sociais: <strong>de</strong>smistiticaçâo dos preconceitos, preparaçâo e<br />

acompanhamento <strong>de</strong> faml7ias adotivas.<br />

-000-<br />

MR 2.05.3<br />

OPERADORES DAADOIAO- AFORMAIAO MULTIDISCI-<br />

PLINAR EATROCA INTERDISCIPLINAR PARA UMA ATU-<br />

ACAO PREVENTIVA. Maria ânltvifclc Pisano Mota. Instituto<br />

<strong>de</strong> Estudos Interdisciplinares <strong>de</strong> Direito <strong>de</strong> Famflia - S:o Paulo.<br />

Em se tratando <strong>de</strong> fato legal, <strong>de</strong> conseqiiências emocionais importantes,<br />

o inshtuto da adoçâo <strong>de</strong>ve ser objeto <strong>de</strong> preocupwâo e<br />

estudo, interdisciplinares, que integrem na i<strong>de</strong>ologia e na grstica<br />

todos os profissionais engajados no <strong>de</strong>senrolar do processo. Eles<br />

têm a importante tarefa <strong>de</strong> esclarecer, preparar e acompanhar os<br />

postulantes à adoçào, numa coreografia coerente, coor<strong>de</strong>nada e<br />

humanista. Os operadores do processo adotivo nos revelam um<br />

interesse genufno bem estar do menor e na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu maior<br />

interesse. Revela também, sensibilida<strong>de</strong> em relaçâo a0s problemas<br />

e soflimentos que atingem aos componentes dos três vértices<br />

do triângulo adotivo. Entretanto, nem sempre estso <strong>de</strong>vidamente<br />

instrumentalizados, quer por uma formaçâo profissional<br />

multidisciplinar, quer por uma disponibilida<strong>de</strong> à troca <strong>de</strong> conhecimentos<br />

e informaçöes entre os representantes das diferentes leas<br />

<strong>de</strong> atuaçâo. Para tanto, a compreens:o dos aspectos psicolögicos,<br />

MR - Mesas Redosdas<br />

legais e sociais da a(lo/o é atarefa inalienlvel (bs ogeratbres da<br />

adoçso, gertençam eles a qualquer das grotissöes implicadas. A<br />

equipe bem integrada é funcional e tem melhores condköes <strong>de</strong><br />

evitar a cristalizaçso e a exacerbaçsb <strong>de</strong> conflitos, assim como o<br />

<strong>de</strong>sgaste d0s vfnculos positivos gresentes. A trocainterdisciglinar<br />

tem, <strong>de</strong>mais, a gropfieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximar cs profissilmais das diferentes<br />

disciplinas e mobilizar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma compreensâo<br />

melhor do trabalho <strong>de</strong> cada um, resultando no respeito, na<br />

valorizaçâo e coogeraçso mtîtuas indispenssveis nas equiges qtle<br />

pretendam dar o melhor atendimento possfvel aos seres humanos,<br />

cujas vidas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m.<br />

-000-<br />

M R 2.05.4<br />

QUESO ES IMBRICADAS NA PREPARAIAO DOS TRZS<br />

VéRTICES DOTRZNGULO hDoljMo.klarlizete Maldolmdo<br />

Q rgtu. Pontiffcia Universida<strong>de</strong> Catölica <strong>de</strong> Campinas.<br />

A palavra adoçso costuma aparecer no nosso meio cultural, diretamente<br />

relacionada a pais estéreis e crianças que sofreram abandono.<br />

Ao falar <strong>de</strong> triângulo adotivo, atenta-se para a importância<br />

da màe biolögica, como primeiro vértice, no processo que culmina<br />

com a adaptaçëo da criança em sua nova faml'lia. Freston &<br />

Freston (1992) apontam a intercessào do fator econômico com o<br />

familiar como <strong>de</strong>terminante da doaçâo e levantam o perfil <strong>de</strong>sta<br />

mâe, como tfpico dos exclufdos (abandonados) pelo sistema social.<br />

As marcas da culpa que ela po<strong>de</strong> imprimir no ser que gerou<br />

seriam mais brandas, se fosse preparada para a doaçâo ao invés<br />

<strong>de</strong> ç'sair' <strong>de</strong> cena abandonando sua cria. A prstica da adoçâo fechada,<br />

além <strong>de</strong> evitar qualquer contato, ten<strong>de</strong> a negar a importância<br />

da m5e biolögica no processo. A criança vem <strong>de</strong> um espaço<br />

fragmentado (uma t'baniga'l e passa a ser ç4do coraçào' E no<br />

intervalo entre uma e outra situaçâo, abre-se um imenso vazio. A<br />

vida numa instituiçâo <strong>de</strong> abrigo costumaoferecer sö o <strong>de</strong>samparo<br />

como expeliência, nâo oferecendo suporte para a criança lidar<br />

com a dor da separaçëo e da perda. é fundamental que a criança<br />

seja preparada (retiro-me à adoçëo tardia) para tecer outros laços<br />

afetivos. Como terceiro vértice, os postulantes à adoçào trazem<br />

consigo uma 'targa' <strong>de</strong> problemas nëo tdigeridos' em relaçâo à<br />

esterilida<strong>de</strong>, preconceito do meio circulante em relaçâo à prstica,<br />

potencializado na medida em que a filiaçào adotiva se afasta do<br />

mo<strong>de</strong>lo que procura imitar a tiliaçâo biolögica (prética comum<br />

na tadoçso à brasileira'). O ambiente dosjuizados, a situaçào <strong>de</strong><br />

avaliaçâo para cadastro e a figura do po<strong>de</strong>r legal constitufdo, por<br />

serem persecutörios, representam alguns dos elementos que interferem<br />

no trabalho com os postulantes. A preparaçso para a<br />

adoçâo, uma necesida<strong>de</strong> apontada pelas famflias/sujeitos da pesquisa<br />

que realizei, <strong>de</strong>ve ser feita por um profissional que represente<br />

e integre todo o conhecimento <strong>de</strong> umaequipe interdisciplinar.<br />

-000-<br />

18 SBP - XXVI Reuniâo Anual <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong>

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