25 Anos do Conselho Regional de Odontologia de Rondônia.pdf

fazendas vizinhas. Para prevenir qualquer situação de emergência o cirurgiãodentista
instruiu-se sobre como pilotar, apesar de não chegar a obter o brevê.
Ele também aprendeu algumas palavras em línguas indígenas para se comunicar
melhor com seus pacientes. As viagens duravam dias e, com bom humor, lembrase
da ocasião em que, para garantir uma refeição, guardaram carne de jacaré no
gelo do isopor das vacinas. Um frasco de BCG se rompeu sobre a carne que, diante
das circunstâncias, foi cozida e alimentou a equipe.
Pimenta Bueno
Maurício Chiecco
A sua contratação pelo Território Federal de Rondônia, em 1980,
como dentista da Escola Anísio Serrão de Carvalho, em Pimenta
Bueno, foi uma obra do acaso e se deu por ocasião de sua visita
ao município quando acompanhava seu cunhado topógrafo que
realizava trabalhos na região.
Proveniente da Faculdade de Odontologia de Lins, São Paulo,
o dentista instalou-se com sua família no pequeno hotel construído
em madeira no posto de combustíveis Itaporanga onde pagava uma
mensalidade para a hospedagem. Não havia imóveis disponíveis
para locação na cidade. O odontólogo prestava atendimento para os estudantes no
período da manhã. Nesse trabalho também ministrava palestras educativas a respeito de
saúde bucal. No período da tarde passou a atender em um pequeno imóvel de alvenaria
com entrada desprovida de sala de espera, o que fazia com que os clientes entrassem
diretamente da rua no consultório. Os equipamentos, modernos para a época, foram
adquiridos de uma colega cirurgiã-dentista que deixou a cidade. Paralelo à sua atuação
havia o atendimento prestado à população por outras duas colegas cirurgiãs-dentistas.
O fornecimento de energia elétrica era irregular e Maurício não possuía gerador de
energia próprio. Quando havia interrupção no abastecimento era preciso esperar até
que a energia fosse restabelecida para terminar o procedimento. A consequência era
que, em algumas ocasiões, o cirurgião-dentista teve que finalizar seus trabalhos sob a
iluminação de luz de lanterna realizada pela secretária do consultório.
Em 1982 Maurício escreveu uma carta de leitor que foi publicada no jornal
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