25 Anos do Conselho Regional de Odontologia de Rondônia.pdf
Livro comemorativo dos 25 anos do Conselho Regional de Odontologia de Rondônia.
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Com o intuito <strong>de</strong> aprimorar a fiscalização nas colônias portuguesas a rainha<br />
D. Maria I, em 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1782, instituiu uma lei que criou a Real Junta <strong>de</strong><br />
Proto-Medicato e transferia a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> exame <strong>de</strong> expedição <strong>de</strong> cartas<br />
e licenciamento das “pessoas que tirassem <strong>de</strong>ntes” para essa junta. A mesma era<br />
constituída por sete <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s, que fossem médicos ou cirurgiões aprova<strong>do</strong>s, com<br />
mandato <strong>de</strong> três anos. Os tira<strong>de</strong>ntes permaneciam sujeitos à fiscalização <strong>do</strong> sena<strong>do</strong>,<br />
da câmara e das entida<strong>de</strong>s pias. 15<br />
Em maio <strong>de</strong> 1800 o príncipe regente man<strong>do</strong>u executar o “plano <strong>de</strong><br />
exames” da Real Junta <strong>de</strong> Proto-Medicato. Esse consistia no aperfeiçoamento das<br />
formalida<strong>de</strong>s e <strong>do</strong>s exames. Nesse ano, pela primeira vez, encontra-se o vocábulo<br />
<strong>de</strong>ntista em <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> reino.<br />
Tira<strong>de</strong>ntes, patrono da o<strong>do</strong>ntologia brasileira<br />
Cabe aqui um parêntese sobre um mártir da história brasileira que viveu nessa<br />
época: Joaquim José da Silva Xavier, conheci<strong>do</strong> como “Tira<strong>de</strong>ntes”. Ele foi preso<br />
em maio <strong>de</strong> 1789 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua participação na Inconfidência Mineira, uma<br />
tentativa <strong>de</strong> revolta abortada pelo então governo da capitania <strong>de</strong> Minas Gerais. A<br />
insurreição era contra, entre outros motivos, a execução da <strong>de</strong>rrama (espécie <strong>de</strong><br />
cobrança forçada <strong>do</strong>s impostos atrasa<strong>do</strong>s) e o jugo português. O ofício Joaquim<br />
Xavier apren<strong>de</strong>u com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão. Seu confessor, Frei<br />
Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pennaforte, disse sobre ele: “Tirava, com efeito, <strong>de</strong>ntes com a mais<br />
sutil ligeireza e ornava a boca <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>ntes, feitos por ele mesmo, que pareciam<br />
15 Ibid.<br />
Pelicanos, fórceps<br />
e cinzel, em ma<strong>de</strong>ira<br />
e metal, <strong>do</strong><br />
século XVIII. Esses<br />
instrumentos<br />
pertenceram a<br />
Tira<strong>de</strong>ntes, o<br />
Alferes Joaquim<br />
José da Silva Xavier.<br />
Os pelicanos,<br />
utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início <strong>do</strong> século<br />
XVI até o início <strong>do</strong><br />
XIX, são precursores<br />
<strong>do</strong>s fórceps.<br />
(Imagem <strong>do</strong> acervo<br />
<strong>do</strong> Museu Nacional<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro)<br />
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