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Livro em PDF - Racionalismo Cristão

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10. AS DISCUSSÕES<br />

Nada há que mais afete a estabilidade de uma amizade, do que a discussão. Os seres<br />

t<strong>em</strong>peramentais estão s<strong>em</strong>pre prontos a promover discussões. A troco de “dá cá aquela palha”, abrese<br />

uma contenda. Numerosos casamentos foram à falência, por causa de querelas. Ninguém quer<br />

“dar o braço a torcer”; ao contrário, quer<strong>em</strong> que os outros aceit<strong>em</strong> e adot<strong>em</strong> as suas opiniões. Chega<br />

até ao extr<strong>em</strong>o de julgar que qu<strong>em</strong> pensa de modo diferente não é amigo, e na primeira<br />

oportunidade, lanceta-se esse amigo.<br />

Não deixa de ser doloroso constatar-se essa faceta de pequenez no ser humano. – E que<br />

fazer? Revidar, vigorosamente, o ataque? O melhor é não discutir, procurar reconhecer até que<br />

ponto chega a capacidade de compreensão do ególatra, e tratá-lo, humana e cristãmente, como<br />

convém.<br />

Não se deverá interpretar mal a frase que diz: “da discussão, nasce a luz”. Discussão, aí, t<strong>em</strong><br />

um outro sentido; trata-se de ventilar uma questão, de esmiuçar um assunto, de pesquisar uma parte<br />

oculta da ciência. Essa discussão é proveitosa e necessária.<br />

A discussão maligna brota do convencimento da presunção, da exagerada limitação de<br />

conceitos, que faz<strong>em</strong> do hom<strong>em</strong> e da mulher criaturas, excessivamente pretensiosas. O<br />

espiritualismo deve, neste mundo primário, levar o indivíduo a reconhecer o pouco que sabe <strong>em</strong><br />

face do muito que terá de aprender, para não assumir uma enganosa atitude, ao pensar que, pelo fato<br />

de haver-se inscrito nas lides espiritualistas, tornou-se senhor absoluto do saber, capaz de sentenciar<br />

sobre todos os assuntos!<br />

Para alertar contra esse ridículo, antepõe-se o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, doutrina profundamente<br />

realista, d<strong>em</strong>onstrando que o espiritualista terreno é um aprendiz, simples, conformado com os seus<br />

limitados méritos, atencioso, amigo do seu amigo, respeitador e incapaz de farpear o seu s<strong>em</strong>elhante<br />

com discussões contundentes ou com indiretas desconcertantes.<br />

É preciso s<strong>em</strong>pre respeitar a opinião alheia, levando <strong>em</strong> conta que não há dois seres com<br />

pontos de vista exatamente iguais, porque no mundo Terra não existe nada rigorosamente igual. As<br />

impressões digitais são test<strong>em</strong>unho disso. Logo, as razões que um determinado ser encontra para<br />

sentir a vida de um certo modo, não são, <strong>em</strong> regra, as que um outro sente.<br />

Partindo desse princípio, chegar-se-á à conclusão de que há uma razão própria para cada ser<br />

que o habilita a raciocinar de maneira um pouco distinta da do seu s<strong>em</strong>elhante. Por isso, há de se<br />

respeitar o ponto de vista de cada um, s<strong>em</strong> desejar impor-lhe a sua maneira de ver, e nunca levar a<br />

intransigência para o caminho da discussão.<br />

Esta afirmativa não implica dizer que não exist<strong>em</strong> idéias comuns a numerosos seres; dessas<br />

idéias comuns é que surg<strong>em</strong> as seitas e religiões, os partidos e as associações, as correntes de<br />

confraternização e de solidariedade, entre as quais a dos adeptos do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

É no seio da família, porém, que as discussões são mais freqüentes e os resultados mais<br />

desastrosos. Sabe-se que numa mesma família encarnam seres de diferentes graus de evolução e, <strong>em</strong><br />

muitos casos, são espíritos que, <strong>em</strong> encarnações pretéritas, tiveram cruéis desavenças, as quais os<br />

separaram pelo sentimento do ódio.<br />

Ora, esse ódio precisa ter destruído, e a maneira sábia de conseguir essa destruição é reunilos<br />

pelos laços do sangue, para que se estim<strong>em</strong>, se ajud<strong>em</strong> mutuamente, se confort<strong>em</strong> pela<br />

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