Para muitos, a religião representa um veículo na vida social, e nada mais, com o qual se pod<strong>em</strong> fazer exibições, sob o pretexto de uma mistificante devoção. A religião <strong>em</strong> nada se ass<strong>em</strong>elha àquela simplicidade evocativa de espiritualidade, tão b<strong>em</strong> caracterizada no procedimento do Mestre Nazareno. Jesus não fundou nenhuma religião, limitando-se a difundir ensinos de elevada moral, com o propósito de orientar os que quisess<strong>em</strong> seguir pelo caminho da espiritualidade, dando ex<strong>em</strong>plos de humildade dignificante e d<strong>em</strong>onstrando a força do pensamento e fortalecer o espírito de renúncia e a estimular o desapego pelos atrativos mundanos, ao exaltar as virtudes espirituais e eternas que todos possu<strong>em</strong> e precisam revelar e desenvolver. Veja-se, com olhos de bom entendimento, a existência da religiosidade, que t<strong>em</strong> a sua razão de ser, no estado <strong>em</strong> que se encontra a maioria dos seres encarnados; ela satisfaz o anseio de muitas almas, que não estão preparadas para receber outra disciplina. Se todos estivess<strong>em</strong> num mesmo grau de evolução acima do que oferec<strong>em</strong> as religiões, então seria compreensível que elas estivess<strong>em</strong> superadas. Mas não é esse o caso. Os seres encarnados estão distribuídos por vários graus de evolução, conquistados <strong>em</strong> longa jornada, por onde se constatam as inclinações espiritualistas ou sectaristas nas camadas humanas. Não há crítica a fazer aos religiosos profundamente devotados às suas seitas, porque eles estão no seu caminho e necessitam de percorrer a estrada <strong>em</strong> que se acham colocados, para atingir, mais adiante, outros pontos, de onde descortinarão novas perspectivas. Quando se aprecia o assunto “religião” nas obras Racionalistas Cristãs, não se cogita, de modo algum, de atacar qu<strong>em</strong> quer que seja, n<strong>em</strong> desfazer as inclinações de foro íntimo de cada um, s<strong>em</strong>pre respeitáveis, mas unicamente expor verdades conhecidas no terreno do espiritualismo que possam ser úteis aos que delas tomar<strong>em</strong> conhecimento. Com insistência s<strong>em</strong>pre se recomenda que quando não agradar<strong>em</strong> os ensinamentos diss<strong>em</strong>inados pelo <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, cabe deixar que fiqu<strong>em</strong> à marg<strong>em</strong>, para outra ocasião. Não se deseja, <strong>em</strong> hipótese alguma, estr<strong>em</strong>ecer a “fé” dos sectaristas que dela ainda precis<strong>em</strong> para melhor viver. O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é uma Doutrina liberal, quanto ao modo de respeitar o ponto de vista alheio, e também não estabelece limitações para que o seu seja conhecido, divulgando-o, para isso, <strong>em</strong> suas obras, com o objetivo de ajudar o s<strong>em</strong>elhante a encontrar-se a si mesmo, como Força e Matéria; assim procede, por dever de solidariedade humana e de amor cristão. Sigam todos s<strong>em</strong>pre adiante, à procura de dias melhores, certos de que o espírito que b<strong>em</strong> procede encontrará maior felicidade. A evolução virá com o esforço que nesse sentido for <strong>em</strong>pregado. Fujam os religiosos do fanatismo, da obsessão, das limitações doentias, da estreiteza de vistas. Não sejam exclusivistas, não se julgu<strong>em</strong> seres privilegiados, dizendo-se “filhos de Deus”. Procur<strong>em</strong> ir abrindo, aos poucos, os olhos da alma, para ver<strong>em</strong> mais distante. Trat<strong>em</strong> de não ficar jungidos a leituras que só mostram uma face da moeda, e procur<strong>em</strong> ver e examinar o que há do outro lado. Tenham confiança na Sabedoria que os há de iluminar. Se não procurar<strong>em</strong> a iluminação, nunca chegarão a ela. Jesus dizia: – “examinai todas as coisas, e retende o que for bom”. Ora, como se poderá examinar alguma coisa, s<strong>em</strong> leitura, s<strong>em</strong> estudo, s<strong>em</strong> pesquisa? Como é que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> 41
se <strong>em</strong>penha para que todos estud<strong>em</strong>, pesquis<strong>em</strong>, leiam e analis<strong>em</strong>, e ninguém ali se perde, por causa disso? Pergunta-se aos religiosos: não lhes parece que os que merec<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhante liberdade de ação, mostram-se, <strong>em</strong> realidade, b<strong>em</strong> seguros dos seus conhecimentos? A intenção do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é a melhor possível. Não há ali interesses pessoais e subalternos. Não procura sócios contribuintes, não sustenta a sua Doutrina à base de coletas, n<strong>em</strong> de comercialismo de qualquer espécie. Também não se ped<strong>em</strong> esmolas para os pobres, n<strong>em</strong> dízimos para o Senhor. A Força Criadora não precisa de coisa alguma, de ninguém, muito menos de dízimos, n<strong>em</strong> tão pouco de receber esmolas para ter com que alimentar os necessitados. Não se pode, <strong>em</strong> sã consciência, conceber a Inteligência Universal na dependência de migalhas e mesquinharias humanas. 42
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demonstraram, em todos os instantes
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