05.11.2013 Views

Livro em PDF - Racionalismo Cristão

Livro em PDF - Racionalismo Cristão

Livro em PDF - Racionalismo Cristão

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A religião materialista mostra-se como se fora uma contingência da vida social, da vida<br />

mundana, s<strong>em</strong> aquele significado confirmatório da pureza interior, que faz com que as pessoas se<br />

revel<strong>em</strong> irredutíveis no propósito firme de não se associar<strong>em</strong> ao erro, à negligência e ao descaso<br />

pelas coisas sérias da vida.<br />

Eis a razão por que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não é religião; a sua estrutura não obedece a<br />

nenhum esqu<strong>em</strong>a religioso, e pelo fato de ser <strong>Cristão</strong>, não quer dizer que tenha base religiosa. Este<br />

esclarecimento torna-se necessário para se evitar<strong>em</strong> confusões, e a b<strong>em</strong> da verdade.<br />

Ninguém, no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, está proibido de ler tudo quanto as religiões indicam; ao<br />

contrário, têm todos, para isso, plena liberdade. Não há nele o t<strong>em</strong>or de ficar<strong>em</strong> confundidos os seus<br />

adeptos com as contradições que as várias religiões apresentam. Essas confusões não ating<strong>em</strong> os<br />

Princípios da Doutrina, que são claros, precisos e evidentes. Não há a mais leve sombra de receio de<br />

que um ser, uma vez esclarecido, venha a perder o esclarecimento conquistado.<br />

Não se desconhece que <strong>em</strong> muitos, a religião formalística exerce a sua influência<br />

at<strong>em</strong>orizante; representa um freio, uma contenção para qu<strong>em</strong> não dispõe de recursos individuais<br />

para, por si só, fazer frente às tentações do mundo. Evita-se, com ela, um mal com outro mal.<br />

Isto porque a esses que se sent<strong>em</strong> frágeis para resistir aos convites da matéria, a religião<br />

antepõe uma resistência, ou por meio de ameaças aos horrores do inferno, ou criando o t<strong>em</strong>or pela<br />

suposta ira de Deus. São como as crianças a qu<strong>em</strong> alguns enganam com histórias do bicho-papão,<br />

para impedir que desobedeçam, mas nelas criando um complexo de covardia.<br />

A religião, origina, assim, um sentimento de timidez muito prejudicial, pois, na encarnação<br />

próxima seguinte, o tímido terá de sofrer as contingências desse estado.<br />

Deve reconhecer-se, no entanto, que só é possível ao indivíduo desapegar-se da religião<br />

convencional, depois que adquirir conhecimentos espiritualistas suficientes para desvendar-lhe o<br />

“mistério” da vida. Enquanto ele estiver envolvido pelas tramas desse falso mistério, há de sentir<br />

uma vacilação permanente diante do desconhecido, vislumbrado <strong>em</strong> campo astral, e encontra algum<br />

consolo nos imaginários panoramas celestiais, que as religiões sustentam. Como se vê, estão elas as<br />

religiões, apoiadas <strong>em</strong> bases falsas e insustentáveis, face à realidade dos fatos.<br />

Como, porém, s<strong>em</strong> espiritualidade a vida terrena é um amontoado de ilusões, entende-se<br />

porque a religião, tal como se apresenta na Terra, concorra, com a sua parcela ilusória, para<br />

fortalecer o materialismo reinante.<br />

As fórmulas religiosas atend<strong>em</strong> b<strong>em</strong> aos anseios das criaturas mundanas, que desejam ver<br />

acomodadas as suas aspirações terrenas, egoístas, gananciosas e usurpadoras, aos preceitos<br />

chamados divinos, como o do perdão.<br />

Sendo um organismo plasmado pelo hom<strong>em</strong>, a religião se divide <strong>em</strong> tantos ramos quantos<br />

são os moldes que se ajust<strong>em</strong> às várias índoles dos indivíduos. Cada grupo, com o seu modo de<br />

sentir e ver, encontra num dos ramos aquela soma de promessas que melhor o satisfaz. Promessas<br />

irrealizáveis e vãs, acalentadas pelo estímulo de uma fé que se extrai do inverosímil.<br />

Estas palavras não são dirigidas aos religiosos que ainda precis<strong>em</strong> viver nessa fase de<br />

ilusórios encantamentos, mas aos despertos, que reconhec<strong>em</strong> a sua união com a Força Criadora,<br />

como suas partículas integrantes. Estes últimos encaram a vida com a indispensável realidade, s<strong>em</strong><br />

t<strong>em</strong>ores, e com o desejo de conhecer as coisas na sua verdadeira expressão.<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!