Livro em PDF - Racionalismo Cristão
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23. A SERENIDADE<br />
A serenidade é um atributo que poucos possu<strong>em</strong>, apesar de ser indispensável à criatura, na<br />
sua vida de relação. Serenidade, exprime domínio próprio, controle dos nervos, força de vontade<br />
desenvolvida.<br />
A princípio, há necessidade de por <strong>em</strong> prática, com esforço consciente, a força de vontade,<br />
aliada ao domínio próprio, para que ela se manifeste, evitando-se, neste caso, aqueles estados de<br />
alma que, manifestando uma aparente serenidade, escond<strong>em</strong> uma t<strong>em</strong>pestade interior.<br />
Com o t<strong>em</strong>po, com a compreensão amadurecida, com o exercício mental disciplinado, com<br />
o desenvolvimento da espiritualidade, a ação serena torna-se uma segunda natureza, passa a fazer<br />
parte da individualidade, da estruturação psíquica, e revela-se espontaneamente, s<strong>em</strong> o menor<br />
recurso imperativo.<br />
Na arte de meditar, é a serenidade que faz o raciocínio trabalhar, plenamente, e formar<br />
corrente favorável à solução dos probl<strong>em</strong>as, sendo, por essa razão, imprescindível.<br />
Todos, na vida, precisam meditar, pois aquele que melhor aprender a técnica da meditação, é<br />
que se mostra mais apto a vencer as dificuldades que se lhe antepuser<strong>em</strong>.<br />
Freqüent<strong>em</strong>ente são chamadas à razão as criaturas que se afobam diante do nada, que se<br />
exasperam com ninharias e se aflig<strong>em</strong> com as criações do próprio pensamento. Ao proceder<strong>em</strong> de<br />
modo oposto à serenidade, desgastam-se essas criaturas animicamente, envelhec<strong>em</strong><br />
pr<strong>em</strong>aturamente, alvoroçam o ambiente, criam o desassossego <strong>em</strong> torno de si mesmas e provocam<br />
estados intranqüilizadores.<br />
A serenidade não significa impassividade, mas, ao contrário, o meio ativo de se dar solução<br />
certa, ao menor t<strong>em</strong>po, a qualquer imprevisto que se manifeste. A serenidade é dom desenvolvido<br />
do cabedal espiritualista.<br />
O Mestre Nazareno ofereceu os mais edificantes ex<strong>em</strong>plos de serenidade <strong>em</strong> todos os seus<br />
atos, numa clara d<strong>em</strong>onstração de que esta prática participa, como fator integrante, dos métodos da<br />
espiritualidade.<br />
Ninguém deve querer arvorar-se <strong>em</strong> palmatória do mundo, para corrigir as falhas de todos.<br />
A evolução se processa paulatinamente, pelo esclarecimento. Uma vez feita, com consciência e<br />
serenidade, a parte de cada um, não se justifica que se venha a perder a calma pela morosidade dos<br />
retardatários.<br />
Mais vale uma admoestação oportuna, amiga e concludente, do que uma áspera reprimenda,<br />
entrecortada de expressões contundentes. É especialmente pela serenidade, que a criatura se habilita<br />
a prestar concurso mais valioso a qu<strong>em</strong> dele necessitar.<br />
Os que militam na escola da serenidade não são capazes de perturbar a sua paz interior,<br />
alcançada numa longa jornada de amadurecimento espiritual, para voltar-se contra o seu s<strong>em</strong>elhante<br />
desajustado ou incapacitado, e humilhá-lo na sua inferioridade.<br />
Os que se exercitam para a conquista da serenidade dev<strong>em</strong> contar até dez ou até c<strong>em</strong>, antes<br />
de tomar<strong>em</strong> uma decisão provocada pelo fervilhar da mente exaltada. Esta prática pode livrar<br />
muitos de tomar<strong>em</strong> atitudes precipitadas, incorretas ou injustas, que depois lhes tragam r<strong>em</strong>orsos.<br />
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