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geologia e recursos minerais da folha eldorado paulista sg ... - CPRM

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Geologia e Recursos Minerais <strong>da</strong> Folha Eldorado Paulista<br />

8 — CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O levantamento geológico na escala 1:100.000, incluindo<br />

novos <strong>da</strong>dos petrográficos e litogeoquímicos,<br />

aliado a informações disponíveis na literatura recente,<br />

possibilitou melhor entendimento <strong>da</strong>s relações tectonoestratigráficas<br />

<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des geológicas presentes<br />

na Folha Eldorado Paulista, que resultou na reformulação<br />

substancial do quadro estratigráfico.<br />

A Folha Eldorado Paulista compreende quatro<br />

domínios tectônicos justapostos, com histórias evolutivas<br />

distintas em período anterior às suas justaposições:<br />

Terreno Apiaí, Terreno Curitiba, Terreno Paranaguá<br />

e Terreno Luís Alves. Os três primeiros são<br />

segmentos do Cinturão Ribeira Meridional, enquanto<br />

o último representa um fragmento cratônico não<br />

afetado pela Orogenia Brasiliano-Pan-Africana.<br />

O Terreno Apiaí representa algo em torno de 25%<br />

<strong>da</strong> área <strong>da</strong> <strong>folha</strong>, sendo limitado ao sul pela Falha <strong>da</strong><br />

Lancinha, que o separa do Terreno Curitiba. É composto<br />

por sequências de rochas supracrustais do Supergrupo<br />

Açungui e apresenta orientação estrutural<br />

NE a ENE controla<strong>da</strong> por zonas de cisalhamento principalmente<br />

transcorrentes.<br />

Na Folha Eldorado Paulista, o Supergrupo Açungui,<br />

neste trabalho considerado um terreno tectonoestratigráfico<br />

composto, formado por uni<strong>da</strong>des principalmente<br />

mesoproterozoicas, é constituído pelo<br />

Grupo Votuverava (ca. 1440-1480 Ma) e pela Sequência<br />

Serra <strong>da</strong>s Andorinhas (Calimiano).<br />

O Grupo Votuverava é dividido em quatro subuni<strong>da</strong>des:<br />

formações Nhunguara, Piririca, Rubuquara<br />

e Ribeirão <strong>da</strong>s Pedras. A característica mais importante<br />

desse grupo é a associação de metapelitos<br />

rítmicos (turbiditos distais) com rochas metabásicas<br />

presumivelmente de origem vulcânica. Na Folha Eldorado<br />

Paulista o metamorfismo é de condições de<br />

fácies xisto-verde inferior. Os <strong>da</strong>dos litogeoquímicos<br />

mostram que os metabasitos representam basaltos<br />

subalcalinos de afini<strong>da</strong>de toleítica. Ocorrem associações<br />

de rochas com assinaturas de basaltos de arcos<br />

vulcânicos e basaltos de cadeias meso-oceânicas, sugerindo<br />

um ambiente de bacia retroarco.<br />

A Sequência Serra <strong>da</strong>s Andorinhas difere <strong>da</strong>s<br />

uni<strong>da</strong>des do Grupo Votuverava principalmente pela<br />

escassez de metabasitos. Foi subdividi<strong>da</strong> em duas<br />

uni<strong>da</strong>des: Uni<strong>da</strong>de Metapelítica, forma<strong>da</strong> por micaxisto<br />

com intercalações de rochas calcissilicáticas e<br />

carbonáticas; e Mármore <strong>da</strong> Tapagem. O metamorfismo<br />

atingiu condições de fácies xisto-verde superior<br />

a anfibolito.<br />

O Terreno Curitiba representa em torno de 55%<br />

<strong>da</strong> área <strong>da</strong> <strong>folha</strong>. É limitado, ao norte, pela Falha <strong>da</strong><br />

Lancinha, e, ao sul, pela Zona de Cisalhamento Serra<br />

do Azeite. É formado por rochas de embasamento do<br />

Complexo Atuba e por sequências supracrustais <strong>da</strong>s<br />

formações Turvo-Cajati e Capiru.<br />

O Complexo Atuba, de i<strong>da</strong>de riaciana a orosiriana<br />

(ca. 2200-2000 Ma), ocorre em uma janela estrutural<br />

e é formado por ortognaisse ban<strong>da</strong>do migmatítico<br />

(Gnaisse Ban<strong>da</strong>do Barra do Azeite), metamorfizado<br />

em condições de fácies anfibolito alto e milonitizado<br />

em condições de fácies xisto-verde. Apresenta orientação<br />

estrutural NNE, discor<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> estruturação<br />

regional.<br />

A Formação Turvo-Cajati, de i<strong>da</strong>de máxima de<br />

sedimentação toniana (ca. 880 Ma), é composta<br />

por rochas metassedimentares siliciclásticas e carbonáticas<br />

e foi subdividi<strong>da</strong> em três uni<strong>da</strong>des interpreta<strong>da</strong>s<br />

como tectonofácies: (i) Uni<strong>da</strong>de de Filito,<br />

forma<strong>da</strong> por rochas de fácies xisto-verde inferior a<br />

médio; (ii) Uni<strong>da</strong>de de Micaxisto, forma<strong>da</strong> por rochas<br />

de fácies xisto-verde a anfibolito; (iii) Uni<strong>da</strong>de<br />

Paragnáissica, forma<strong>da</strong> por paragnaisse e silimanita-<br />

-grana<strong>da</strong>-biotita-xisto migmatíticos metamorfizados<br />

em condições de fácies anfibolito alto a granulito.<br />

A Formação Turvo-Cajati apresenta associações de<br />

fácies compatíveis com ambientes de sedimentação<br />

em plataformas de margens continentais passivas e<br />

possui estruturação associa<strong>da</strong> a uma tectônica de<br />

cavalgamentos.<br />

O Terreno Curitiba apresenta, ain<strong>da</strong>, duas bacias<br />

vulcanossedimentares de transição Proterozoico-<br />

-Fanerozoico, associa<strong>da</strong>s a zonas de cisalhamento<br />

transcorrentes: Formação In<strong>da</strong>iatuba e Formação<br />

Quatis.<br />

O Terreno Luís Alves representa 20% <strong>da</strong> área <strong>da</strong><br />

<strong>folha</strong>. É limitado, ao norte, pela Zona de Cisalhamento<br />

Serra do Azeite. É formado pelo Complexo Serra<br />

Negra, que pode ser correlacionado ao Complexo<br />

Granulítico de Santa Catarina, e pela Formação Rio<br />

<strong>da</strong>s Minas. O Complexo Serra Negra, de i<strong>da</strong>de arqueana<br />

a paleoproterozoica, representa a uni<strong>da</strong>de mais<br />

antiga <strong>da</strong> Folha Eldorado Paulista. É constituído por<br />

rochas gnáissico-granulíticas dominantemente básicas<br />

preserva<strong>da</strong>s (Uni<strong>da</strong>de de Gnaisse Granulítico) ou<br />

retrometamorfiza<strong>da</strong>s em condições de fácies xisto-<br />

-verde superior a anfibolito (Uni<strong>da</strong>de de Gnaisse Anfibolítico).<br />

Gnaisses graníticos ocorrem com menor<br />

frequência. Apresenta padrão estrutural anastomosado<br />

com macrolithons de orientação estrutural NNE<br />

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