Geologia e Recursos Minerais <strong>da</strong> Folha Eldorado Paulista cristais submilimétricos a milimétricos, subédricos, de actinolita, dispersos em matriz fina composta por epidoto, actinolita e restos de plagioclásio. Minerais acessórios compreendem titanita, carbonato, quartzo, <strong>minerais</strong> opacos e apatita. Ocorrem termos com leve orientação dos <strong>minerais</strong> e ban<strong>da</strong>mento composicional, geralmente com agregados de epidoto preenchendo cavi<strong>da</strong>des semelhantes a vesículas (metabasalto?). Nogueira (1990) obteve i<strong>da</strong>des Pb-Pb de 1270 Ma e 1303 Ma para cristais de galena que ocorrem nas mineralizações <strong>da</strong> Formação Piririca. Essa uni<strong>da</strong>de destaca-se por hospe<strong>da</strong>r depósitos epigenéticos de ouro (BORIN JÚNIOR et al., 1980; MORGENTAL et al., 1981; PERROTTA, 1996; SILvA e CÂMARA, 1990; vASCONCELOS e CÂMARA, 1995). 4.2.1.1.3 FORMAÇÃO RUBUQUARA (MP1R) Denominação usa<strong>da</strong> originalmente, de maneira informal, por Perrota (1996). Constitui uma uni<strong>da</strong>de domina<strong>da</strong> por ardósia e filito violáceos ricos em sericita, homogêneos ou ban<strong>da</strong>dos, com intercalações de cama<strong>da</strong>s de metarenito microconglomerático. Perrota (1996) descreve lentes de metabrecha polimítica (fragmentos de siltito, argilito, metarenito e rochas metassedimentares já metamórficas no momento <strong>da</strong> sedimentação) (Figura 4.4) e metabrecha oligomítica (fragmentos de metachert e quartzito) na base <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de, o que levou, posteriormente, à correlação dessa uni<strong>da</strong>de com a Formação Iporanga, de i<strong>da</strong>de ediacarana (PERROTA et al., 2005). Entretanto, Campanha et al. (2008b) obtiveram i<strong>da</strong>de U-Pb ShRIMP, de 1439 ± 19 Ma, em zircões de metabasito presentes na Formação Rubuquara, interpreta<strong>da</strong> como i<strong>da</strong>de mínima de sedimentação. As metabrechas apresentam contatos bruscos ou gra<strong>da</strong>cionais com metarenitos líticos e conglomeráticos, normalmente mostrando acamamento gra<strong>da</strong>cional. Figura 4.4 – Metabrecha polimítica em contato brusco com metarenito lítico <strong>da</strong> formação Rubuquara. Fonte: Perrotta (1996). 37 Ao microscópio petrográfico, os metapelitos são formados, essencialmente, por sericita e quartzo, em geral representando de 70 a 95% <strong>da</strong> rocha. Clorita e carbonato ocorrem em proporções entre 5 e 15%. Acessórios comuns compreendem turmalina, epidoto, biotita, titanita, <strong>minerais</strong> opacos, apatita e zircão. A biotita, quando presente, é essencialmente de natureza clástica. A mineralogia metamórfica presente indica metamorfismo em condições de fácies xisto-verde inferior, zona <strong>da</strong> clorita. Ocorrem intercalações espessas de rochas subvulcânicas básicas (MP1rb) (Figura 4.3), de cor cinza-claro a cinza-esverdeado, com estruturas e texturas ígneas (por exemplo, ofítica, subofítica) geralmente preserva<strong>da</strong>s, metamorfiza<strong>da</strong>s em condições de fácies xisto-verde. Ao microscópio petrográfico, reconhece-se que são forma<strong>da</strong>s, essencialmente, por actinolita ou tremolita, clorita e epidoto e, raramente, plagioclásio ígneo reliquiar. Geralmente, ocorrem pseudomorfos de plagioclásio ripiforme ou tabular totalmente transformado em agregados de epidoto (± sericita). 4.2.1.1.4 FORMAÇÃO RIBEIRÃO DAS PEDRAS (MP1pe) A Formação Ribeirão <strong>da</strong>s Pedras foi defini<strong>da</strong> como sequência por Campos Neto (1983). Caracterizase por pacotes rítmicos de filito branco sericítico, metachert, metassiltito e metarenito fino ferruginoso ou manganesífero, alternando-se em bancos centimétricos a decimétricos (PERROTTA, 1996). Metapelitos ferromanganesíferos ban<strong>da</strong>dos e laminados alternados com leitos de metachert e exibindo lentes carbonáticas no topo indicam ambiente de deposição marinho profundo, que evoluiu para águas mais rasas em posição mais distal, protegi<strong>da</strong> dos aportes terrígenos do continente (PERROTTA, 1996). Ao microscópio petrográfico, os metapelitos (geralmente ardósia) são formados, essencialmente, por sericita (70-90%), quartzo (10-15%) e <strong>minerais</strong> opacos (5-20%). Biotita clástica e turmalina são os acessórios mais comuns. Lâminas com concentrações de <strong>minerais</strong> opacos definem uma laminação sedimentar primária preserva<strong>da</strong>. Uma clivagem ardosiana penetrativa com isorientação de sericita é ligeiramente oblíqua à laminação sedimentar. Ocorrem intercalações de rochas metabásicas e lentes de rocha carbonática e de conglomerado monomítico com seixos de quartzito não mapeáveis na escala de trabalho. As rochas metabásicas são geralmente hidrotermaliza<strong>da</strong>s, constituí<strong>da</strong>s por calcita (40-
<strong>CPRM</strong> - Programa Geologia do Brasil 50%), clorita (15-40%), plagioclásio ígneo reliquiar (10-20%), quartzo (