câmara municipal de são paulo: 450 anos de história - Governo do ...
câmara municipal de são paulo: 450 anos de história - Governo do ...
câmara municipal de são paulo: 450 anos de história - Governo do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
As Ban<strong>de</strong>iras Paulistas e a Câmara Municipal<br />
para indicar a busca por escravos (monteiro, 2004, p. 41). Registros <strong>de</strong> época também <strong>do</strong>cumentam<br />
que a vida <strong>do</strong> paulista era bastante simples, fundamentada em muitos hábitos provenientes da<br />
própria cultura indígena.<br />
As ban<strong>de</strong>iras não eram muito gran<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>las participavam entre <strong>de</strong>z e vinte “brancos” (ou<br />
assemelha<strong>do</strong>s) e cinquenta a oitenta índios consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s mansos. Os que eram captura<strong>do</strong>s podiam<br />
também ser vendi<strong>do</strong>s a outras regiões da colônia, embora a finalida<strong>de</strong> principal fosse abastecer a própria<br />
vila.A busca por cativos levou mora<strong>do</strong>res da vila <strong>de</strong> São Paulo a áreas cada vez mais longínquas,<br />
como regiões <strong>do</strong>s atuais esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná, Santa Catarina, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Mato Grosso, Goiás,<br />
Tocantins e Minas Gerais. Muitas missões jesuítas, sobretu<strong>do</strong> no sul, foram atacadas por ban<strong>de</strong>irantes<br />
paulistas, pois dali po<strong>de</strong>riam levar índios guaranis. Como já menciona<strong>do</strong> antes, essa foi uma das<br />
fortes razões para a tensão entre os mora<strong>do</strong>res da vila e os jesuítas, expulsos em 1640.<br />
No caso das missões jesuítas <strong>do</strong> Sul, um <strong>do</strong>s argumentos para atacá-las era que castelh<strong>anos</strong><br />
estariam em terras da Coroa portuguesa para capturarem índios. De acor<strong>do</strong> com texto que aparece<br />
na ata da Câmara <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1627, eles estariam “<strong>de</strong>scen<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o gentio (índio) que está<br />
nesta coroa para seus repartimentos e serviços” (monteiro, 1994, p. 72-73). Com isso, muitas<br />
al<strong>de</strong>ias indígenas e jesuítas foram invadidas e milhares <strong>de</strong> índios captura<strong>do</strong>s. Essas ações no Sul<br />
continuaram nos <strong>anos</strong> seguintes.<br />
Uma das maiores viagens ban<strong>de</strong>iristas foi conduzida por Antonio Raposo Tavares e partiu <strong>de</strong><br />
São Paulo em 1628. Tratava-se <strong>de</strong> uma expedição diferente das que ocorriam no perío<strong>do</strong>, pois foi a<br />
46<br />
primeira conduzida em larga escala. Acredita-se que tenha parti<strong>do</strong> com mais <strong>de</strong> cem paulistas (entre