câmara municipal de são paulo: 450 anos de história - Governo do ...
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A Câmara Municipal no começo <strong>do</strong> século XIX<br />
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A partir <strong>de</strong> então, diversas mudanças aconteceram no Brasil, que culminaram na in<strong>de</strong>pendência<br />
<strong>do</strong> Brasil, em 1822. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, capital da província (nome da<strong>do</strong> às capitanias a<br />
partir <strong>de</strong> 1815), participou ativamente <strong>de</strong>sse processo.<br />
No começo <strong>do</strong> século XIX, uma das questões importantes que po<strong>de</strong>m ser mencionadas foram<br />
as polêmicas entre a Câmara e a Igreja. A cobrança <strong>de</strong> taxas pela Igreja era, às vezes, questionada<br />
pelos mora<strong>do</strong>res, que recorriam à Câmara. Por exemplo, nesse perío<strong>do</strong> eram cobradas provisões <strong>de</strong><br />
casamento, taxa que incluía verificar se os que pretendiam casar eram <strong>de</strong> fato livres para isso.<br />
Em 1810, o bispo <strong>do</strong>m Mateus <strong>de</strong> Abreu Pereira argumentou que as provisões eram necessárias<br />
para evitar casamentos nulos e aumentar os rendimentos da igreja. Como muitas pessoas<br />
viajavam ou vinham <strong>de</strong> terras distantes, não era possível saber <strong>de</strong> imediato se eram livres para o<br />
casamento. A bigamia era um grave crime.<br />
A Câmara Municipal se opunha a essas cobranças, alegan<strong>do</strong> que o interesse <strong>do</strong> bispo era conseguir<br />
mais dinheiro. Durante <strong>anos</strong>, o aumento <strong>do</strong> valor <strong>de</strong>ssas provisões havia si<strong>do</strong> bem gran<strong>de</strong>, e<br />
o argumento da Câmara era que: “Se esta quantia é indiferente para os ricos, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser muito<br />
importante para os que pe<strong>de</strong>m roupas emprestadas para o dia das bodas, e <strong>de</strong>stes é o maior número.”<br />
(SilVA, M., 2009, p. 258). De qualquer mo<strong>do</strong>, a Igreja só <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> cobrar provisões nos casamentos<br />
<strong>de</strong> escravos.<br />
Além <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> reclamações da população, como no caso <strong>do</strong>s impostos da Igreja, a Câmara<br />
também cuidava <strong>de</strong> festivida<strong>de</strong>s oficiais na cida<strong>de</strong>. Havia, ainda, comemorações <strong>de</strong> fatos políticos<br />
<strong>de</strong> relevância, como a chegada da família real portuguesa ao Brasil, que foi celebrada em um