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Vibrante apelo de D. António Marto - Diocese Leiria-Fátima

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. história .<br />

como não <strong>de</strong>via, <strong>de</strong>ntro da cerrada da sua Quinta. Mas logo que morreu — o<br />

que terá sucedido por 1737 ou 1738 aproximadamente — o padre prior com<br />

dois outros religiosos e alguns oficiais <strong>de</strong> Justiça foram tomar posse do dito<br />

pedaço <strong>de</strong> chão para o Convento. Daí a cerca <strong>de</strong> um ano, pouco mais ou<br />

menos, o citado Nicolau Cardoso Ramalho comprou a Quinta, ven<strong>de</strong>ndo-a,<br />

<strong>de</strong>pois, como vimos, aos Barba Alardo.<br />

Esta tomada <strong>de</strong> posse, por parte dos Dominicanos, contudo, assumia-se<br />

como um evi<strong>de</strong>nte confronto para com os her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Fernão Teles <strong>de</strong> Meneses.<br />

Sabe-se, na verda<strong>de</strong>, que o testamenteiro <strong>de</strong>ste, logo após a sua morte,<br />

se dirigiu, acompanhado por 8 ou 10 homens com armas <strong>de</strong> fogo, “como he<br />

costume nelles”, ao referido pedaço <strong>de</strong> chão, para afirmar a sua posse e integração<br />

na Quinta do Fidalgo.<br />

Em boa parte, a razão da disputa por este pedaço <strong>de</strong> chão residia no acesso<br />

à vala <strong>de</strong> água que por ele passava e que os senhores da Quinta cobiçavam.<br />

O processo menciona, aliás, várias tentativas dos senhores da Quinta do Fidalgo<br />

para terem acesso garantido a esta água. Em tempos <strong>de</strong> Fernão Teles<br />

<strong>de</strong> Meneses tentou unir-se à Quinta, reiteremo-lo, o dito chão: “chegando [os<br />

padres dominicanos] a impedir-se-lhe a obra da valla que na dita terra quis<br />

fazer ao que elle se acomodou” (fls. 23). Os sucessores <strong>de</strong> Fernão Teles <strong>de</strong><br />

Meneses, <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong>ste, por seu turno, chegaram a actuar no sentido<br />

<strong>de</strong>, citamos, “dali em diente arrombarem agoa do asu<strong>de</strong> ahon<strong>de</strong> ora está o dito<br />

pedaço <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> que tomarão poce”.<br />

Em 1744, como se referiu, os fra<strong>de</strong>s dominicanos viram reconhecidos os<br />

seus direitos <strong>de</strong> proprietários sobre estas terras. Os novos senhores da Quinta<br />

do Fidalgo, pois assim continuará a ser conhecida até à actualida<strong>de</strong>, pertenciam<br />

à linhagem dos Barba Alardo. Data seguramente do tempo em que esta<br />

família habitou este solar a fisionomia arquitectónica e artística que, ainda<br />

hoje, apresenta, constituindo um dos mais expressivos exemplares, como referimos,<br />

da arte barroca setecentista da região alto-estremenha.<br />

Notas <strong>de</strong> rodapé<br />

1 Processo que se po<strong>de</strong> ler em dois ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> papel guardados no Arquivo Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />

— Convento da Batalha, VI-27-4-5, Sentenças, nºs 5 e 6.<br />

2 S. A. Gomes, “Capelas e ermidas na Paróquia da Batalha em Setecentos”, in <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong>.<br />

Órgão Oficial da <strong>Diocese</strong>, Ano XVI, Nº 45, Janeiro-Junho 2008, pp. 153-172.<br />

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