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Vibrante apelo de D. António Marto - Diocese Leiria-Fátima

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. documentos pastorais .<br />

A primeira forma da Igreja que se encontra na vida e se experimenta é,<br />

normalmente, a paróquia. Ela é a figura da Igreja mais próxima <strong>de</strong> cada um.<br />

Todavia, na mente <strong>de</strong> muitas pessoas, o mo<strong>de</strong>lo mais comum é o da paróquia-estação<br />

ou agência <strong>de</strong> serviços, uma espécie <strong>de</strong> supermercado religioso.<br />

Tal como se vai comprar o que faz falta, assim se vai à Igreja ‘encomendar’<br />

o baptismo, o crisma, o casamento, o funeral etc. O padre é visto como funcionário<br />

do culto e os cristãos como clientes ou consumidores do religioso.<br />

Há também, e até concomitantemente, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> paróquia-arquipélago,<br />

constituída por uma série <strong>de</strong> lugares, associações, grupos, movimentos,<br />

confrarias, em que cada uma <strong>de</strong>stas realida<strong>de</strong>s constitui uma ilha fechada<br />

sobre si mesma. Todos caminham por linhas paralelas, sem um espírito <strong>de</strong><br />

comunhão e sem um projecto pastoral comum que os una, anime e galvanize<br />

o caminhar juntos na mesma direcção. Quantas rivalida<strong>de</strong>s, quantos conflitos<br />

e ciúmes po<strong>de</strong>m surgir <strong>de</strong>ntro das comunida<strong>de</strong>s e entre elas por causa <strong>de</strong>sta<br />

atitu<strong>de</strong>?!<br />

Encontramos ainda a concepção da paróquia-ilha ou feudo isolado, em<br />

que o pároco é, por vezes, o único soberano e on<strong>de</strong> se ignora, completamente,<br />

a relação da comunhão pastoral com as paróquias da vigararia, com a Igreja<br />

diocesana e com a Igreja universal.<br />

Passando agora do terreno paroquial para o universal, a imagem da Igreja,<br />

muitas vezes transmitida pelos meios <strong>de</strong> comunicação, é a <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> e<br />

po<strong>de</strong>rosa organização internacional da religião cristã: à semelhança <strong>de</strong> outras<br />

gran<strong>de</strong>s organizações, é representada por especialistas (os altos cargos<br />

oficiais) e é competente para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s religiosas. Assemelhar-se-ia<br />

a uma multinacional cuja central seria Roma e cujas filiais ou sucursais<br />

seriam as dioceses e as paróquias.<br />

Por vezes, também se veicula a i<strong>de</strong>ia da Igreja como uma Organização<br />

Não Governamental (ONG) <strong>de</strong> beneficência ou solidarieda<strong>de</strong> social, uma espécie<br />

<strong>de</strong> “Cruz Vermelha”para os males sociais; ou ainda como uma agência<br />

<strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>, qual polícia que vela pelos bons costumes.<br />

Quem vê a Igreja assim, com o olhar <strong>de</strong>sfocado, não lhe <strong>de</strong>scobre a beleza,<br />

não lhe encontra gosto, não sente afecto por ela nem alegria em pertencer-lhe.<br />

Torna-se pois urgente uma renovada consciência da dimensão espiritual<br />

da Igreja, do nosso ser Igreja e da corresponsabilida<strong>de</strong> pastoral.<br />

Documentos<br />

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