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Vibrante apelo de D. António Marto - Diocese Leiria-Fátima

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. documentos pastorais .<br />

Na verda<strong>de</strong>, a fé cristã, enquanto fé professada, celebrada e testemunhada,<br />

vive-se em comunida<strong>de</strong>. Como diz um antigo provérbio patrístico: “Unus<br />

christianus, nullus christianus”, isto é, um cristão isolado não é cristão. Ou,<br />

dito <strong>de</strong> outro modo: não po<strong>de</strong> existir um cristão sozinho sem Igreja. Como<br />

não existe Cristo sem a sua Igreja.<br />

A comunida<strong>de</strong> cristã, como expressão concreta e específica da Igreja, é<br />

a nossa casa espiritual. Todos temos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma casa para habitar,<br />

para ter abrigo e apoio, encontrar acolhimento e amor, partilhar a vida e os<br />

dons, alimentar as nossas forças e a nossa esperança. O mesmo se passa em<br />

relação à vivência da fé. Temos <strong>de</strong> sentir esta casa como nossa. Todos somos<br />

chamados a um maior empenho na edificação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s cristãs vivas,<br />

na base do duplo princípio da comunhão e da corresponsabilida<strong>de</strong>.<br />

Nesta perspectiva, escrevi esta carta pastoral para vos apresentar o percurso<br />

da nossa Igreja diocesana para o ano pastoral <strong>de</strong> 2009/2010. O título<br />

“Ir ao coração da Igreja” foi sugerido pelos meus colaboradores mais próximos,<br />

porque muitos cristãos só conhecem a Igreja por fora e, por isso, não<br />

conhecem o seu coração, a sua beleza interior, não lhe têm afecto, nem têm<br />

motivação interior para lhe <strong>de</strong>dicar a sua colaboração.<br />

Como lema bíblico escolhemos uma frase dos Actos dos Apóstolos, que<br />

caracteriza a primitiva comunida<strong>de</strong> cristã: “Viviam unidos e punham tudo<br />

em comum”(2, 44). E como símbolo escolhemos o ícone do “partir e repartir<br />

o pão”, que evoca tanto a comunhão fraterna como a comunhão eucarística,<br />

fundamento da anterior.<br />

1. PARA ONDE VAIS, IGREJA? QUE DIZES DE TI MESMA?<br />

Muitos, cristãos e não cristãos, põem-se hoje esta interrogação acerca da<br />

Igreja, <strong>de</strong> forma explícita ou latente. É uma pergunta provocada, <strong>de</strong> certo<br />

modo, pelas profundas e vertiginosas mutações culturais do nosso tempo e<br />

pelo clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação e <strong>de</strong> incerteza perante o futuro. Já em 1947, o<br />

célebre car<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Paris, Mons. Suhard, <strong>de</strong>spertava as mentes e os corações<br />

dos cristãos perante uma socieda<strong>de</strong> em mudança, com uma profética carta<br />

pastoral “Pujança ou <strong>de</strong>clínio da Igreja?”.<br />

“Numa situação <strong>de</strong> crise e <strong>de</strong> mudança é preciso sobretudo uma visão.<br />

Cada pessoa, cada comunida<strong>de</strong> e cada povo só po<strong>de</strong>m sobreviver se são<br />

animados por uma visão, se cultivam um sonho. Isto vale também para a<br />

Igreja”(W. Kasper).<br />

60 | LEIRIA-FÁTIMA • 48 |

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