A disciplina Ciências no Ensino Fundamental II - Fernando Santiago ...
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Aplicação Prática/Metodologia<br />
Dentro da estratégia metodológica que <strong>no</strong>s dispomos a seguir, a<br />
transversalidade se faz extremamente necessária, pois é o elo entre a Declaração<br />
Universal dos Direitos Huma<strong>no</strong>s, a matéria curricular propriamente dita e o<br />
cotidia<strong>no</strong> do alu<strong>no</strong>:<br />
É nessa perspectiva que surgem princípios da transversalidade.<br />
Como a palavra <strong>no</strong>s leva a entender, a ‘transversalidade’ relacionase<br />
a temáticas que atravessam, que perpassam, os diferentes campos<br />
de conhecimento, como se estivessem em uma outra dimensão. Tais<br />
temáticas, <strong>no</strong> entanto, devem estar atreladas à melhoria da sociedade<br />
e da humanidade e, por isso, abarcam temas e conflitos vividos<br />
pelas pessoas em seu dia-a-dia. (ARAÚJO, 2006, p. 28).<br />
Dessa forma, a transversalidade possibilitaria uma Ética aplicada à<br />
comunidade, aos Direitos Huma<strong>no</strong>s e ao professor, que pode estudá-la e trazêla<br />
para a sala de aula, independente de sua especialidade.<br />
Na intenção de postular uma utilização prática das estratégias<br />
apresentadas atrás, escolhemos os Jogos, dentro da Educação Física como<br />
exemplo, pois acreditamos que essa <strong>disciplina</strong> <strong>no</strong>s ajudaria a ilustrar uma mudança<br />
de postura por parte do Educador.<br />
Até 1980, o ensi<strong>no</strong> de Educação Física possuía enfoque <strong>no</strong><br />
condicionamento corporal. Principalmente nas turmas “masculinas”, treinavamse<br />
corridas, alongamentos e esportes olímpicos, como se tentássemos preparar<br />
os alu<strong>no</strong>s para o Exército, com fundamentação combativa e meritória: aos<br />
vencedores, medalhas e glória; aos perdedores, a vergonha pública.<br />
Hoje, as <strong>no</strong>vas Orientações Curriculares para o Ensi<strong>no</strong> Médio contemplam,<br />
dentre outros valores, reflexões mais amplas sobre o lugar que a Educação<br />
Física deve ocupar na Escola, tirando-a do caráter exclusivo da cultura do<br />
corpo e inserindo-a na diversidade cultural e social a que a Escola pertence.<br />
Dentro do trabalho de temas transversais a serem discorridos nas<br />
Estratégias Curriculares das Escolas, a Educação Física assume um interessante<br />
papel, ao lado do ensi<strong>no</strong> de Língua Portuguesa e de Língua Estrangeira. Isso<br />
porque ela pode ser perfeitamente entendida como uma Linguagem, dessa forma,<br />
instância sóciocultural, que pode produzir ou não preconceitos, construir ou não<br />
identidades grupais, aproximar ou não alu<strong>no</strong>s, professores e Comunidade.<br />
A partir exatamente desse caminho, podemos entender como se instaura<br />
a construção de valores Éticos desejáveis (PUIG, 2007, p.74) na Educação<br />
Física: o contato Físico torna-se um contato social, <strong>no</strong> qual o indivíduo se percebe<br />
<strong>no</strong> grupo e passa a compreender a si mesmo e ao outro, descobrindo espaços<br />
PLURES - Humanidades, Ribeirão Preto, n.12 - 2009 129