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A disciplina Ciências no Ensino Fundamental II - Fernando Santiago ...

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melhor.” Entretanto, os conceitos expressam sua compreensão, pois, na<br />

verdade, havia visto nas aulas que as lentes corrigem os problemas da visão ou<br />

são utilizadas <strong>no</strong>s instrumentos para melhor observação dos objetos. Também<br />

confunde refração com reflexão; para ela, “refração = quando a gente olha<br />

e se refrete (sic) (espelha).”<br />

Já <strong>no</strong> texto <strong>II</strong>I, também sobre luz, mas podendo ser em forma de carta,<br />

diário, conto ou relato, ela escreve uma carta para uma amiga contando seu<br />

entendimento sobre os conceitos e define reflexão e refração utilizando termos<br />

bastante próprios, mostrando sua compreensão, ainda que não consiga expressála<br />

coerentemente. Escreve, por exemplo: “A reflexão é quando a luz é incidida<br />

em um certo ponto e retorna <strong>no</strong> mesmo ângulo parando <strong>no</strong> mesmo ponto.”<br />

É possível observar, aqui, a influência do esquema da aula ministrada, da<br />

experiência realizada com projetor de fendas ou do vídeo assistido, em que se<br />

destacou a igualdade dos ângulos, em relação à Normal, dos raios incidente e<br />

refletido, mas que, para a aluna, coincidiriam <strong>no</strong> mesmo ponto. Sabemos que<br />

isso somente acontece quando o ângulo de incidência for 90º.<br />

Prosseguindo, diz: “<strong>no</strong> caso de refração, entendi que quando a luz<br />

for incidida em um certo ponto, ela se desvia devido à mudança da<br />

velocidade <strong>no</strong>s diferentes pontos.” Em <strong>no</strong>sso entendimento, aconteceu a troca<br />

do termo “meios” por “pontos”, mas que não restam dúvidas quanto à<br />

compreensão do fenôme<strong>no</strong> em si, ou mesmo quando a estudante relaciona a luz<br />

à visão, afirmando que, “sem a luz, não poderíamos enchergar (sic), porém<br />

a retina de <strong>no</strong>ssos olhos precisa que a luz reflita sobre ela devolvendo a<br />

imagem ao cérebro.” Essas falas representam uma forma de explicação<br />

bastante apropriada, sob seu ponto de vista.<br />

No texto <strong>II</strong>, a respeito do povoamento do <strong>no</strong>vo planeta, Graça fez um<br />

relato em que se preocupa com reprodução humana, envolvendo um rapaz<br />

bonito que veio buscá-la numa espaçonave. Eles se casam, posteriormente, e<br />

têm filhos. Junto, levaram mais um casal e um bebê, que imploravam por socorro,<br />

a família dela e o cachorro. Observamos um fato bastante comum <strong>no</strong>s textos<br />

dos alu<strong>no</strong>s: a ocorrência de aspectos emotivos, como o salvamento do animal<br />

de estimação, dos pais e dos irmãos e, <strong>no</strong> caso, de um bebê.<br />

Ela cita que <strong>no</strong> <strong>no</strong>vo planeta tudo era maravilhoso: água limpa, animais<br />

soltos, pássaros voando, as pessoas reproduzindo, ar puro... A aluna esqueceu<br />

que, segundo o enunciado, não havia oxigênio <strong>no</strong> local; tal esquecimento pode<br />

ter se dado, conjeturamos, para facilitar a composição de seu mundo encantado.<br />

A aluna não manifesta uma visão cíclica, mas, sim, linear, da história,<br />

pois escreve: “Tudo um dia se acaba, foram sendo construídas as indústrias<br />

que causam poluição e o ar e a água estavam poluídos.” Demonstra, também,<br />

uma visão negativa da ciência, ao afirmar: “transformou meu planeta em um<br />

PLURES - Humanidades, Ribeirão Preto, n.12 - 2009 95

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