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A disciplina Ciências no Ensino Fundamental II - Fernando Santiago ...

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além da comunicação, possibilita a expressão de sentimentos, como <strong>no</strong> caso<br />

dos poemas, dos contos e romances, da manifestação de opiniões, como vemos<br />

nas crônicas e críticas publicadas, do relato de fatos históricos observados nas<br />

biografias e textos políticos e mesmo a transcrição de vivências cotidianas que<br />

acontecem ao se escrever uma carta.<br />

Diante disso algumas questões se colocam: A quem caberia desenvolver<br />

ou estimular a habilidade da escrita? De que forma? Qual é o papel da escola?<br />

Sabemos de antemão que, caso a escola tenha alguma influência, não é<br />

da maneira como vem implementando as atividades escritas com seus alu<strong>no</strong>s,<br />

pois comumente se pautam <strong>no</strong> exercício mecânico de reprodução de ideias e<br />

não de elaboração criativa, como deveria ser. Digamos que a escrita escolar<br />

geralmente acontece <strong>no</strong>s seguintes momentos: ao responder às perguntas do<br />

questionário, que exige apenas a mera transcrição do texto base; <strong>no</strong><br />

preenchimento de lacunas dos exercícios propostos para reforçar o conteúdo;<br />

na cópia da lousa das sínteses colocadas pelo professor; ou na elaboração de<br />

textos, principalmente do tipo redação, que a <strong>no</strong>sso ver, é um gênero bastante<br />

impessoal de escrever.<br />

Analisando as atividades escritas vislumbradas <strong>no</strong>s livros didáticos,<br />

observamos a reprodução em detrimento da construção. Quanto a isso, apesar<br />

de os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensi<strong>no</strong> Médio (PCN) pretenderem<br />

desenvolver as competências e habilidades, enfatizando: representação e<br />

comunicação, investigação e compreensão, percepção sóciocultural, somente<br />

na página 11 se refere a “produzir textos adequados para relatar experiências,<br />

formular dúvidas ou apresentar conclusões” (BRASIL, 1999, p. 11).<br />

Também o PCN de Ciências Naturais do ensi<strong>no</strong> fundamental (3º e 4º<br />

ciclos) menciona muito rapidamente a escrita a partir da leitura de outros textos.<br />

Um pouco mais de atenção é dada ao 1º e 2º ciclos quanto à “organização e<br />

registro de informações por intermédio de desenhos, quadros, esquemas, listas<br />

e peque<strong>no</strong>s textos” (BRASIL, 1998). Observamos que a preocupação é maior<br />

quanto ao estímulo à leitura, havendo destaque para essa prática nas orientações<br />

didáticas.<br />

Assim, ao que parece, apesar de várias instâncias reconhecerem a<br />

importância da escrita, não há uma preocupação consistente em desenvolvê-la.<br />

Parece predominar uma visão de que esta se dê de maneira espontânea.<br />

Discordamos dessa posição e julgamos que mudanças na maneira de escrever<br />

só acontecem a partir de muita experiência, dedicação e, principalmente,<br />

consciência de sua contribuição. Não pretendíamos em <strong>no</strong>sso trabalho<br />

desenvolver escritores que tornassem artístico o uso da palavra escrita, mas<br />

acreditávamos que, ao estimular a escrita, poderíamos estar caminhando na<br />

direção do prazer e da valorização do ato de escrever.<br />

86 Centro Universitário Moura Lacerda

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