A disciplina Ciências no Ensino Fundamental II - Fernando Santiago ...
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Autor: PEREIRA, Terezinha de Lourdes.<br />
Título: Desafios da implementação do ensi<strong>no</strong> de Libras <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior.<br />
Data da Defesa: Agosto/2008.<br />
Banca Examinadora: Tárcia Regina da Silveira Dias (orientadora), Kátia de<br />
Souza Amorim, Maria Cristina da Silveira Galan Fernandes.<br />
A pesquisa teve como objetivo descrever e analisar o processo de implementação<br />
do ensi<strong>no</strong> de Libras <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior de acordo com o referencial teórico<br />
sócio-antropológico da surdez. A visão sócio-antropológica da surdez considera<br />
o surdo como bilíngüe e bicultural. De acordo com essa visão, o surdo deve<br />
adquirir como primeira língua a Libras e, como segunda, a língua majoritária do<br />
país, <strong>no</strong> caso a Língua Portuguesa, na modalidade escrita. O estudo, em outras<br />
palavras, permitiu observar o cumprimento de uma das proposições da Lei de<br />
Libras, isto é, o ensi<strong>no</strong> de Libras que, nas escolas, visa auxiliar a criação de um<br />
contexto capaz de transformar o espaço escolar em um espaço de interações<br />
vinculares entre surdos e ouvintes, garantindo ainda o acesso dos surdos aos<br />
conteúdos curriculares. A pesquisa foi desenvolvida em oito instituições<br />
universitárias, circunscritas em cidades de uma região do interior de São Paulo<br />
e de Minas Gerais. Os dados foram coletados por entrevistas semi-estruturadas<br />
com 10 coordenadores de cursos de formação de professores, foram gravadas<br />
e transcritas. Os resultados indicaram que, dos 10 cursos, quatro implementaram<br />
o ensi<strong>no</strong> de Libras e quatro apenas incluíram Libras em suas propostas<br />
curriculares. Observa-se que, <strong>no</strong>s quatro cursos que implementaram o ensi<strong>no</strong><br />
de Libras, dois deles são ministrados por professor surdo, com aprovação em<br />
exame de proficiência do Ministério da Educação e Cultura - MEC, e, os outros<br />
dois, por professor fluente em Libras atuando como intérprete. Ainda se discute<br />
<strong>no</strong> processo de organização a carga horária, em horas aulas, da <strong>disciplina</strong>, a<br />
qual os entrevistados vêem como um problema, pois não lhes parece suficiente<br />
para cumprir com todo conteúdo e desenvolver a <strong>disciplina</strong> de maneira<br />
satisfatória. Nessas mudanças, é necessária a presença de profissionais capazes<br />
de mediar as discussões e valorizar a cultura surda <strong>no</strong>s espaços em<br />
construção. Conclui-se que a implementação do ensi<strong>no</strong> de Libras <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong><br />
superior exige mudanças <strong>no</strong> Projeto Político Pedagógico das escolas, tendo em<br />
vista a atuação do professor surdo, do professor ouvinte fluente em Libras,<br />
do intérprete Libras-Língua Portuguesa e do professor de português como<br />
segunda língua.<br />
PLURES - Humanidades, Ribeirão Preto, n.12 - 2009 151