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A disciplina Ciências no Ensino Fundamental II - Fernando Santiago ...

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é o lugar do possível, dada a incompletude do discurso. Ao utilizarmos a Análise<br />

de Discurso procuraremos explicitar os mecanismos de funcionamento do<br />

discurso, o que equivale valorizar a construção de significados próprios dentro<br />

de uma trama de outros textos, falas, conceitos e definições.<br />

Estamos valorizando também, por parte do alu<strong>no</strong>, a escolha do gênero<br />

carta, diário, pequenas estórias ou relato, conforme aponta Maingueneau (1989),<br />

sobre a dêixis e gênero discursivos. Esse autor estabelece contribuições da<br />

Pragmática, principalmente do teatro, quanto à ideia dos “papéis” que o locutor<br />

pode escolher para si ou para seu destinatário, estabelecendo a ce<strong>no</strong>grafia ou<br />

encenação de imagens que um remete ao outro <strong>no</strong> ato de comunicação.<br />

Para Maingueneau (1989), a AD enfatiza o lugar da enunciação, a<br />

topografia social dos falantes, de modo que a instância de enunciação constitui<br />

o sujeito e o assujeita, melhor dizendo, o lugar de onde se fala determina a<br />

identidade de cada indivíduo, sendo que este, também, ao enunciar, submete-se<br />

às regras. Essa posição de onde fala o sujeito seria o lugar encenado <strong>no</strong> discurso,<br />

sendo a encenação uma das formas do real, o qual só é acessado por meio do<br />

discurso.<br />

Trazendo as colocações de Maingueneau (1989) para interpretar o<br />

discurso presente <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental, são apontados alguns elementos, como<br />

a posição do enunciador, a dêixis discursiva (espaço e tempo do discurso), o<br />

ethos do discurso (a voz, o tom) e o gênero deste, que possibilitam entender<br />

aspectos que permeiam ações e discurso dos professores, mesmo de forma<br />

não consciente. Por exemplo, percebe-se a importância de estar dando voz aos<br />

alu<strong>no</strong>s por meio das mais variadas formas participativas (avaliações<br />

diferenciadas, debates, seminários, trabalhos em grupos, problematização, etc.)<br />

para manifestarem seus conhecimentos a respeito dos conteúdos, o que, apesar<br />

do papel do professor (EU) detentor do saber e legitimado por seus pares e<br />

interlocutores (TU), possa permitir um ace<strong>no</strong> à possibilidade de estar formando<br />

futuros autores.<br />

É com esse cabedal que analisamos o material escrito pelos estudantes.<br />

Optamos por apresentar, aqui, uma amostra de apenas dois alu<strong>no</strong>s, devido à<br />

restrição das dimensões do artigo.<br />

Os textos dos alu<strong>no</strong>s: processos e produtos<br />

Foram selecionados textos de dois estudantes, escolhidos aleatoriamente,<br />

referentes a quatro solicitações feitas ao longo de todo o a<strong>no</strong>. O primeiro foi a<br />

resposta a uma questão formulada em situação de avaliação do tipo prova, o<br />

segundo refere-se a uma situação problemática e os outros dois contemplaram<br />

a exposição dos conhecimentos após os subtemas estudados. Esses três últimos<br />

textos foram solicitados em forma de carta, diário, relato ou conto (pequena<br />

92 Centro Universitário Moura Lacerda

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