Cura kahuna
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KANE<br />
Exteriormente, Kane era considerado como o mais alto, mais espiritualizado deus e que nunca era<br />
representado por uma imagem esculpida. No mais, ele podia ser representado por um objeto natural, usualmente<br />
por um pilar nú de rocha. Ele era pensado como um deus de paz e amor, e sua contraparte feminina era Wahine.<br />
Nas conversas comuns, Kane significava “homem” e Wahine significava “mulher”. Kane e Wahine eram então<br />
símbolos do conceito equivalente chinês de yin e yang. Para os <strong>kahuna</strong>s, Kane e sua companheira representavam<br />
a dualidade natural do deus interior de cada ser humano, similar ao “Cristo-interno” dos cristãos ou à mente<br />
búdica dos budistas. Ele/ela são, em outras palavras, a essência espiritual e fonte da individualidade, da alma,<br />
do Eu Superior ou Grande Eu. Um outro termo para esse “deus pessoal” é amakua, que Long bem traduziu<br />
como “espírito parental absolutamente confiável”; e dois outros termos para o mesmo conceito, kumupa’a<br />
e ‘ao’ao, ambos carregando conotações de ensinamento e direção. No tempo da chegada dos europeus ao<br />
Hawaii, muitos havaianos reverenciavam este espírito interno somente como um tipo de ancestral guardião,<br />
porque as pessoas tinham misturado a fonte física de sua existência com a espiritual. Eu terei mais a dizer sobre<br />
este akua e os próximos dois akuas no capítulo da abordagem <strong>kahuna</strong> de cura mente/corpo.<br />
KU<br />
Ku era visivelmente associado com fertilidade, chuva, feitiçaria e guerra. Como palavra comum, seu<br />
significado tinha a ver com simbologia geradora; como base ou molde de algo; uma coisa a qual pode ser<br />
mudada ou transformada; e algo que pode Ter complexidades emocionais. Psicologicamente, Ku sustenta o que<br />
talvez possa ser chamado de “corpomente”; a organização consciente do corpo, o receptor de informação sobre<br />
o mundo físico (visível e invisível), e o executor de ação. Isto é tentadoramente chamado de “subconsciente”,<br />
como eu tenho feito por aí, mas a menos que a associação integral com o corpo seja compreendida, este<br />
termo pode ser mal entendido. Em quase todas as lojas de turistas no Hawaii você pode comprar uma figura<br />
moldada de Ku que é um belo exemplo do símbolo “manuscrito” <strong>kahuna</strong>. A estatueta desse akua o mostra<br />
virtualmente como não tendo capuz (isto provavelmente é imaginação memorizada), bandeiras chegando até<br />
ao chão (envolvimento primário com o mundo físico), e olhos fechados (consciência limitada).<br />
LONO<br />
Lono era o deus da agricultura, medicina e meteorologia na religião visível. Na psicologia <strong>kahuna</strong> ele<br />
representa o intelecto, aquela porção da mente que pode ser percebida, interpretada e dirigida. Um código<br />
ou origem prejudicado do nome revela significados de receptividade de informação e atuação; cérebro,<br />
especialmente a parte frontal, e inteligência; alcance de metas; criação de desejos; e pensamento imaginativo.<br />
A estatueta de Lono é vista como tendo um alto capuz (imaginação criativa), bandeias curtas sem chegar ao<br />
chão (contato indireto com o físico), e sem olhos (dependente de algo além para se informar sobre o mundo).<br />
KANALOA<br />
Nas lendas mais antigas do Hawaii, Kanaloa é sempre mencionado na companhia de Kane, e ambos<br />
viajam ao redor das ilhas encontrando quedas d’água. Kanaloa era conhecido como um deus de cura e um deus<br />
dos oceanos, e era muitas vezes representado por um polvo ou lula bem como uma figura particular esculpida.<br />
O uso do polvo/lula como um símbolo tem a ver com o significado sagrado do número oito e o fato de que<br />
a palavra para ambas as criaturas, he’e significa “fluir (como no fluxo da força vital)” e “escapar (como que<br />
escapando da doença)”. Depois da influência cristã nas ilhas, Kane, Ku e Lono foram comparados com a<br />
Trindade, e Kanaloa foi assumido como uma função de Satã.<br />
Como palavra, Kanaloa significa “segurança, firmeza, inconquistável”, e é usada como referência<br />
poética para comida, um símbolo de poder. Na tradição interna <strong>kahuna</strong>, Kanaloa representa o Homem Ideal –<br />
totalmente consciente, totalmente físico, e ao mesmo tempo totalmente espiritual, amando e sendo amado e em<br />
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