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Cura kahuna

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A ABORDAGEM MATERIAL<br />

Isto inclui o uso da medicina, dieta, ritual, amuletos, e qualquer outra coisa que envolva a introdução de<br />

um objeto ou evento formal no processo de cura. Há duas bases lógicas para esta abordagem. Uma é o fato de<br />

que, a maior parte das pessoas traz suas crenças sobre a matéria ou eventos externos como mais real do que o<br />

pensamento. Os <strong>kahuna</strong>s devolvem esta crença em uma ferramenta para ajudar a cura. A Segunda base é o fato<br />

de que certas medicinas, alimentos e objetos energizados realmente interagem com o metabolismo do corpo.<br />

Muito mais do que outras abordagens, esta é altamente dependente da aceitação da autoridade do curador<br />

pelo paciente. WK diz que a medicina moderna é primariamente a fé na cura. A razão para que os médicos<br />

tenham tanto sucesso quanto têm, sem levar em consideração que tipo de tratamento eles dão, é porque sua<br />

habilidade e conhecimento são muito confiáveis. Este é o porque dos placebos serem tão eficazes. Se o paciente<br />

acredita fortemente o bastante na autoridade e habilidade do curador, ele pode curar a si mesmo até sem uma<br />

medicina “real”.<br />

MEDICINA<br />

Os <strong>kahuna</strong>s têm uma visão não ortodoxa distinta dos efeitos da medicina, baseada em sua idéia de<br />

que doença não é causada por bactérias, viroses ou agentes carcinogênicos, mas pela tensão resultante dos<br />

conflitos de pensamento e energia emocional. Epidemias, de acordo com esta visão, são causadas por reações<br />

individuais à telepatia social, e não pela difusão ou infecção por fatores externos. Ainda que Reich não tenha<br />

mencionado a telepatia como um fator na doença, ele alimentava a opinião de que os efeitos da infecção se<br />

originavam dentro do indivíduo como um resultado de tensão aguda ou crônica. Depois de examinar algumas<br />

das inconsistências nas teorias correntes de infecção no seu tempo, Reich disse: “Se esta questão for pensada<br />

cuidadosamente, a inutilidade científica da teoria do germe aéreo terá de ser admitida”. Deixe-me enfatizar<br />

que os <strong>kahuna</strong>s não afirmam que germes ou micróbios não existem, mas somente que eles catalizadores ou<br />

co-produtores da doença, e não sua causa. Se não houvesse medo ou tensão indevida nas pessoas, não haveria<br />

doença, sem levar em conta a presença de bactérias ou vírus associados com a doença.<br />

Uma palavra aqui sobre as epidemias de varíola, sarampo e doenças venéreas que cedo ceifaram a<br />

população do Hawaii logo após a vinda dos Europeus e Americanos. De acordo com a visão <strong>kahuna</strong>, isto foi<br />

o resultado de infecção por idéias mais do que por micróbios. Nesta época os <strong>kahuna</strong>s dominantes tinham<br />

perdido a maioria do seu conhecimento de cura, os médicos de Lono e herbalistas eram poucos e divididos, a<br />

estrutura religiosa e legal dos havaianos estava uma bagunça, e os estrangeiros vieram com incríveis exibições<br />

de poder material e conhecimento acompanhado de igualmente fortes crenças sobre culpa e pecado. Pequenas<br />

maravilhas a que muitos havaianos sucumbiram e poucos <strong>kahuna</strong>s puderam ajudar.<br />

A crença <strong>kahuna</strong> de que a doença é resultado da tensão é sustentada nas raízes do termo Huna para<br />

medicina e tratamento médico, la’au lapa’au. Este termo claramente indica que os <strong>kahuna</strong>s se posicionam em<br />

que a função da medicina é estimular um excitamento de fluxo de energia no corpo, o qual irá ajudar na quebra<br />

da doença induzida pela tensão. Por esta razão, os <strong>kahuna</strong>s definem a medicina mais genericamente do que no<br />

ocidente. Somado às químicas e hervas, eles incluem partes de peixes, animais e plantas cujos nomes, natureza<br />

ou aparência significam características de cura. Luzes coloridas, vestuários e objetos são usados também para<br />

efeitos psicológicos e fisiológicos. Lulas podem ser usadas porque seu nome havaiano (he’e) tem a conotação<br />

de fuga da doença; carne de porco pode ser usada porque uma conotação similar na palavra havaiana lembra<br />

a palavra para porco; cana de açúcar (ko-kea) pode ser usado porque o nome significa “ter sucesso tornando<br />

algo claro”; e um objeto vermelho pode ser usado porque a cor vermelha, uma cor sagrada, está associada com<br />

sangue e poder divino ou mana. Somado a estes efeitos psicológicos no subconsciente, os <strong>kahuna</strong>s apreciam<br />

os efeitos físicos de certos ingredientes, mas somente para estimulação energética ou efeito de relaxamento<br />

muscular, não pela sua habilidade de “atacar” qualquer coisa supostamente invasora do corpo. Esta última é o<br />

produto de uma sociedade com crenças amedrontadoras sobre a realidade.<br />

WK tem mencionado uma forma da medicina havaiana <strong>kahuna</strong> que eu acredito ser digna de mais<br />

investigação. Provavelmente a melhor tradução para isto seria “aromaterapia”. Este termo tem sido usado<br />

no ocidente mas primariamente se refere ao uso de essências de flores a serem aplicadas como pomadas ou<br />

de uso interno, como nos remédios florais de Bach, desenvolvidos por Edward Bach, M.D. O uso <strong>kahuna</strong><br />

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