Cura kahuna
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QUARTO NÍVEL – MÍSTICO (Ike Papakauna)<br />
Este é um estado de percepção mística de si mesmo e do universo. Alguns escritores o têm chamado de<br />
consciência cósmica, e até que a experiência dele possa alterar o modo como a pessoa vê a vida e como decide<br />
agir desde então, ele é puramente um estado subjetivo e não pode ser usado de nenhuma forma “prática”. Como<br />
um exemplo, se um <strong>kahuna</strong>, sem nenhum meio de proteção física, ficar face a face com um leão comedor de<br />
homens, ele pode usar o segundo nível para influenciar telepaticamente o leão a deixá-lo em paz, e ele pode<br />
deslocar-se ao terceiro nível para determinar porque permitiu a si mesmo entrar numa situação semelhante,<br />
e aprende como mudar este pensamento para que isso não aconteça de novo. Se ele se deslocar para o quarto<br />
nível, poderá entender que ele e o leão estão unidos no grande esquema das coisas e que não importa o<br />
que aconteça será certo e bom aos olhos do universo. No entanto, se ele contar somente com este estado,<br />
provavelmente será comido.<br />
MENTE, ENERGIA E MATÉRIA<br />
Na sua pesquisa do conhecimento dos <strong>kahuna</strong>s, Max Long disse que estava diretamente olhando para<br />
três fatores: uma forma de consciência (no’ono’o), uma forma de força (mana), e uma forma de substância<br />
(aka). Como todas todas as três são essenciais para práticas psíquicas <strong>kahuna</strong>, uma breve explanação de cada<br />
uma é requerida.<br />
Neste contexto, consciência (no’ono’o) é pensamento na forma de imaginação, e isto tem dois aspectos.<br />
Um é “olhar do subconsciente” (makaku), imaginação baseada nas crenças atuais. Ela pode se manifestar como<br />
imagens da memória, sonhos, devaneios espontâneos ou habituais, e até visões antecipadas de aborrecimentos.<br />
Este aspecto é usado no recolhimento de informação psíquica (imaginação não é exatamente fantasia) e é<br />
chamado usualmente de “afinação” pelos psíquicos. O segundo aspecto (laulele) tem como raiz o significado<br />
de formação de um padrão embrionário e também difusão e voar para fora. Isto é imaginação conscientemente<br />
dirigida pela vontade, do tipo que um arquiteto pode usar antes de colocar suas idéias no papel. Com laulele o<br />
<strong>kahuna</strong> estabelece um padrão mental do que ele deseja obter, que combina com a idéia filosófica da realidade<br />
projetada. Esta idéia está contida na raiz ‘ono de no’ono’o, que significa “querer, desejar obter algo”. A idéia<br />
é que o poder emocional é dirigido fortemente pela vontade. Dos muitos equivalentes havaianos da palavra<br />
desejo, somente ‘ono carrega a idéia de intenção dirigida para obtenção de algo. No’ono’o então, é imaginação<br />
criativa intencional.<br />
Para o <strong>kahuna</strong>, a chave real do trabalho psíquico é a força psíquica ou poder divino (mana). Isto se<br />
refere ao poder de qualquer tipo, mas especialmente confiança e energia. Como energia, ele é a força vital<br />
que permeia o universo, a qual é altamente concentrada nas coisas vivas. Ela pode ser acumulada, focalizada<br />
e transferida de uma pessoa ou objeto para outra. Mana é visto como tendo muitas das características da<br />
eletricidade, magnetismo e gravidade, e os <strong>kahuna</strong>s vêem isto como variações de mana.<br />
A efetividade de todas as práticas psíquicas é determinada por sua abundância ou escassez. Então, uma<br />
grande quantidade de atenção é requerida para aprender como conscientemente incrementar o suprimento<br />
disponível. Um modo é usando a imaginação consciente ou vizualização, imaginando que o mana está sendo<br />
absorvido – como de fato está. Quando práticas <strong>kahuna</strong>s desta natureza são contínuas, você pode realmente<br />
sentir sensações físicas no corpo como arrepios, formigamentos ou calor, todos assinalando o incremento<br />
do fluxo de mana. Um outro meio é praticar várias formas de respiração e exercícios especiais, similares<br />
aos que um yogi pode usar. Isto está baseado na idéia de que mana está também no ar e pode ser puxado<br />
mais abundantemente pelo controle consciente da respiração. Certos alimentos são tidos como particularmente<br />
possuidores de fortes concentrações de mana se ingeridos, e objetos especiais são tidos como portadores<br />
de larga quantidade de mana, podendo ser manipulados de várias maneiras. O som, em forma de canções,<br />
cânticos e música pode ser usado também. Mas a prática mais comum, no entanto, é a construção consciente<br />
da emoção. Para os <strong>kahuna</strong>s, emoção é mais do que somente sentimento; ela é o movimento de mana no corpo<br />
acompanhado por um pensamento específico. Emoção forte é igualada à presença de grande concentração de<br />
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