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Cura kahuna

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contato consciente com sua origem. A figura esculpida o mostra com um alto capuz (o poder do pensamento<br />

criativo), bandeiras chegando até o chão (envolvimento direto com o físico), e olhos bem abertos (completa<br />

percepção dos mundos físico e espiritual).<br />

TRINDADE DO HOMEM<br />

Na filosofia e psicologia <strong>kahuna</strong>, o homem é um ser espiritual com três aspectos representados por Kane,<br />

Ku e Lono. No estado ideal os três funcionam como um, representado por Kanaloa, e nesse estado o homem<br />

é capaz de expressar sua total potencialidade. Por razões que serão dadas nos próximos capítulos, desunião<br />

pode ocorrer, causando uma quebra na comunicação entre os três aspectos e uma diminuição da efetividade<br />

do homem na vida. Para recuperar esta efetividade, os <strong>kahuna</strong>s primeiro ensinam como reunificar Lono e<br />

Ku, o intelecto e o corpo, ou as mentes consciente e subconsciente. No grau em que esta reunificação é bem<br />

sucedida, a união com Kane também ocorre. É claro, esta reunificação não é física porque não há separação<br />

real, mas uma reunificação através do aumento da percepção. Simbolicamente, quando as estatuetas de Lono<br />

e Ku são combinadas, o resultado é Kanaloa, o companheiro de Deus.<br />

A DIVINDADE<br />

Quando Kane é referido como Deus, significa o deus-interior pessoal do indivíduo. Os <strong>kahuna</strong>s também<br />

reconhecem um fundamental, infinito Deus ou Divindade, e um dos termos para isso é Kumulipo, a mesma<br />

palavra usada para o Cântico da Criação e que pode ser traduzida como “origem da vida”. Kumulipo é<br />

considerado como imanente na natureza, e a unidade inerente a todas as coisas é aceita como uma verdade<br />

básica. Focalizando na realidade física, no entanto, os <strong>kahuna</strong>s sentem que esta palavra é mais útil para estudo<br />

e desenvolvimento. Sua visão desta palavra é muito mais ampla do que na cultura ocidental tradicional, e sua<br />

percepção envolve pontos de vista de vários estados de consciência, então eles sentem que há muito trabalho<br />

no aqui-agora sem especulações inúteis da natureza da Divindade. Huna é uma filosofia pragmática, e não há<br />

teologistas entre os <strong>kahuna</strong>s. Kumulipo é tudo o que é, infinito, inerentemente amor. Não muito mais do que<br />

isto pode ser dito sobre ele.<br />

ESPÍRITOS<br />

O deus pessoal ou próprio deus (Kane ou amakua) não é limitado à espécie humana na filosofia <strong>kahuna</strong>.<br />

Visto que Deus está em tudo (ou tudo está em Deus – os <strong>kahuna</strong>s concordam com ambos), tudo tem sua<br />

própria forma de percepção/consciência. Num sentido mais profundo, tudo está vivo, perceptivo e responsivo.<br />

E tudo, até o que os cientistas ocidentais podem considerar como “matéria morta”, tem um Eu Superior com<br />

o qual pode-se comunicar conscientemente. Comunicação inconsciente, ou telepatia subconsciente, acontece<br />

constantemente entre nós e nosso ambiente porque este é o modo primário no qual o mundo interage consigo<br />

mesmo. Um exemplo disso pode ser o modo como as plantas mostram sua resposta à dor ou prazer de outros<br />

seres vivos prontamente. Como humanos, no entanto, nós temos um potencial de consciência, comunicação<br />

telepática deliberada com qualquer coisa, e desse modo o potencial para influenciar propositadamente<br />

nosso ambiente através de meios não-físicos. Com isto vem a idéia de que há deuses-interiores (amakuas<br />

ou simplesmente akuas) para grupos de coisas bem como para indivíduos, e que a essência do grupo é mais<br />

do que a soma de suas partes. Dessa forma uma árvore tem seu próprio amakua, e a floresta da qual a árvore<br />

é parte, e o vale no qual a floresta vive, e também o próprio mundo – e mais além. Nos velhos tempos os<br />

<strong>kahuna</strong>s poderiam pedir permissão para o espírito de uma árvore antes de cortá-la, ou para o espírito do vale<br />

antes de cruzá-lo. Eles faziam isto em respeito à mesma origem da vida à qual eles pertenciam e para assegurar<br />

cooperação. Hoje, um <strong>kahuna</strong> pode andar até seu carro ou sua casa do mesmo modo, e usar o mesmo conceito<br />

no seu trabalho de cura.<br />

Como eu tenho pontuado em outros textos, a palavra inglesa “espírito” encobre uma larga variedade<br />

de fenômenos que os <strong>kahuna</strong>s reconhecem como completamente diferentes. Para ser breve, dentro desta<br />

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