Desporto&Esport - edição1 2014
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NBA:<br />
ESTAMOS A CHEGAR AOS<br />
LIMITES FÍSICOS?<br />
Ricardo Reis colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />
contato@desportoeesport.com<br />
V<br />
ivemos em sociedades capitalistas.<br />
Olhando de forma generalizando<br />
para o mundo já o<br />
fazemos há quase um século. E,<br />
apenas os mais distraídos ainda não entenderam<br />
que na base do capitalismo existem<br />
duas ideias chaves: mais e maior. O PIB<br />
precisa de disparar o seu crescimento<br />
todos os anos, o consumo também, assim<br />
como as exportações, a criação de riqueza,<br />
e todos os outros pontos que fazem<br />
parte integrante da nossa sociedade atual,<br />
seja ela económica ou social. O desporto<br />
não é diferente. Queremos mais e maior.<br />
E, mais rápido também. Novos records.<br />
Performances ainda mais memoráveis.<br />
Emoção até ao fim. Aperfeiçoamento.<br />
Queremos todas as semanas ver a superação<br />
dos limites do corpo humano e da<br />
sua fisiologia. Economicamente, em 2008<br />
tivemos seria amostragem de uma politica<br />
constante de mais e melhor. No desporto<br />
pareçam também a aparecer sinais preocupantes.<br />
O doping tornou-se numa presença<br />
constante no desporto e em todas<br />
as suas modalidades. Algumas de forma<br />
tão visível que ameaçam de tal forma a sua<br />
veracidade que se veem na iminência de<br />
implodirem e passarem a ser uma sombra<br />
do que foram. O ciclismo é o caso mais<br />
mediático. Mas há outros. O atletismo. A<br />
natação. Por outro lado, apesar dos avanços<br />
da medicina e da qualidade do treino<br />
e do apoio psicológico proporcionado aos<br />
atletas de topo, as lesões, e lesões graves<br />
e que obrigam a paragem prolongadas<br />
é cada vez mais comum. Olhemos neste<br />
artigo, para o que esta a acontecer com o<br />
Basquetebol e para a NBA. Perguntandonos<br />
se não podemos estar a atingir os<br />
limites físicos neste desporto e se os seus<br />
responsáveis não terão forçosamente de<br />
repensar não só o jogo em si mas principalmente<br />
o seu calendário.<br />
Facilmente na NBA vemos o que podemos<br />
apelidar de Super-Homens. Homens<br />
gigantes, fortes e com uma agilidade que<br />
só existe na imaginação dos simples mortais.<br />
Aliás, a expressão super-homem não<br />
é estranha à terminologia da NBA. Mas<br />
começa a parecer desajustada. O irregularmente<br />
alto número de lesões nas últimas<br />
épocas, como foco principal na última<br />
época, é alarmante, e quer queiramos ou<br />
não, somos forçados a refletir e a encontrar<br />
razões efetivas para esta anormalidade<br />
estatística. A abundância de jogadores de<br />
topo lesionados, com alguma gravidade,<br />
é alarmante e conta com nomes como<br />
Al Horford, Brook Lopez, Kobe Bryant,<br />
Derrick Rose, Steve Nash, Deron Williams,<br />
Paul Pierce, Andrei Kirilenko, Steve Blake,<br />
Luol Deng, Danny Granger ou Tyson<br />
Chandler.<br />
O jogo mudou. Tornou-se mais intenso,<br />
mais físico, mais disputado e claramente<br />
mais profissional e competitivo. Não<br />
existem mãos equipas fracas, onde os melhores<br />
jogadores se podem poupar. Mesmo<br />
que seja uma poupança de esforços em<br />
competição. Hoje jogasse ao máximo.<br />
E, jogasse sempre nesse ritmo. Os jogos<br />
para além de mais competitivos são também<br />
mais frequentes e numerosos, e hoje<br />
na fase regular que dura cinco meses,<br />
fazem-se 82 jogos. Claramente um exagero.<br />
Mas necessário para o negócio. Alterações<br />
ou vontade para alterações parece não<br />
existir. O negócio vai bem. E recomendase.<br />
As arenas estão sistematicamente cheias.<br />
Os direitos televisivos pagam milhões<br />
aos clubes e as entidades reguladoras deste<br />
desporto nos EUA. Os patrocinadores procuram<br />
desesperadamente associar-se a este<br />
desporto. E os planteis estão cheios de<br />
bons jogadores que podem substituir os<br />
lesionados sem grandes perdas de qualidade<br />
exibicional para as equipas. O elo<br />
mais fraco é o atleta.<br />
Se a isto juntarmos a crença irracional que<br />
a maioria dos atletas têm em si mesmos, e<br />
nas suas capacidades sobre-humanas e na<br />
possibilidade de ultrapassarem os limites<br />
dos seus corpos em todos os jugos, talvez<br />
se comece a compreender a nova moda<br />
de lesões. Alargando ainda o começa a<br />
ser uma tendência, o termino de carreiras<br />
promissoras ainda no seu inicio e o afastamento<br />
dos campos em largos períodos das<br />
suas principais estrelas. E isto, será algo<br />
que prejudicará a todos.<br />
Nos próximos anos não se preveem<br />
mudanças. O negócio não o permite. Os<br />
adeptos não o querem. Mas estamos gritantemente<br />
a ultrapassar os limites físicos<br />
na NBA.<br />
O crescimento no conhecimento médico<br />
e de treino não tem conseguido manter-se<br />
a par da subida de nível do basquetebol<br />
praticado na NBA. Os atletas são o elo<br />
mais fraco.<br />
E mais o serão, quanto mais forem<br />
confrontados com a sua própria mortalidade.<br />
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