Desporto&Esport - edição1 2014
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ACTN3: O GENE DOS CAMPEÕES<br />
Tiago Dinis. colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />
contato@desportoeesport.com<br />
GENE ACTN3<br />
Realizar testes de perfil genético para o<br />
comum dos cidadãos tonou-se nos últimos<br />
anos uma tarefa relativamente simples e não<br />
muito dispendiosa. A organização atlasgene,<br />
disponível em atlasgene.com, possibilita<br />
facilmente essa análise.<br />
O primeiro passo, é obter um kit, que pode<br />
ser obtido através do Website mencionado<br />
acima. Preencher o formulário de candidatura.<br />
Realizar o teste, que consiste em molhar<br />
com saliva a almofada de algodão do kit.<br />
Enviar o kit para o laboratório e esperar o<br />
resultado, que demora cerca de três semanas<br />
a um mês.<br />
T<br />
radicionalmente, o desempenho desportivo tem<br />
sido atribuído ao treino, a uma nutrição adequada e<br />
a um talento natural do atleta. Talento que é sempre<br />
ligado a um dom que é inexequível justificar. Nascese<br />
assim, porque assim aconteceu. Porém, nos últimos anos, tem-se<br />
olhado insistentemente para o perfil genético dos atletas de modo<br />
a entender quer se as suas características se adequam às modalidades<br />
que praticam. Ou para compreender se os resultados obtidos<br />
se devem à superação física ou a uma predisposição genética que<br />
eleva determinado atleta a patamares impossíveis para os seus<br />
pares. Consequentemente, na análise de diversos fatores genéticos,<br />
nomeadamente através do polimorfismos de DNA, tornou-se fundamental<br />
para a compreensão do rendimento desportivo.<br />
Define-se polimorfismos de DNA as sequências de bases que diferem<br />
do que é tido como “normal” ou “comum”. Ou seja, presente<br />
na maioria da população mundial. Essa sequências diferenciadora<br />
podem influenciar a expressão ou percentagem de determinadas<br />
proteínas e desse modo influenciar e alterar o desempenho físico<br />
e desportivo. Diversos estudos e trabalhos começam a demonstrar<br />
uma relação direta com certos polimorfismos de DNA e o desempenho<br />
desportivo, em particular em modalidades de alto esforço<br />
muscular. Entre todos, o que indiscutivelmente mais se destaca é<br />
o gene ACTN3.<br />
De certo modo, este é inclusive um polimorfismo de DNA relativamente<br />
comum. Esta presente em cerca de 18% a 25% da população<br />
geral, com ligeiras diferenças dependendo da região geográfica. O<br />
ACTN3 resulta da síntese de uma forma truncada e não-funcional<br />
de alfa-actinina-3. Diversos estudos, demostraram que a presença<br />
ou ausência de alfa-actinina-3 tem consequência no desempenho<br />
físico. Simplisticamente, a sua presença beneficia funções que<br />
exijam um maior desempenho muscular. Enquanto a sua ausência<br />
beneficia provas de longa duração.<br />
Os cientistas expuseram que os indivíduos com a variante em<br />
ambas as cópias do seu gene ACTN3 pode ter uma pré-disposição<br />
natural para a resistência (eventos relacionados com cagas de<br />
energia aeróbica), tais como corrida de longa distância, natação<br />
distância ou esqui. Esses atletas com uma cópia da variante no<br />
seu gene ACTN3. Pode ser igualmente adequado para tanto<br />
resistência e Sprint / potência desportiva como o futebol ou andar<br />
de bicicleta. Atletas que não possuem nenhuma cópia da variante<br />
na sua ACTN3 gene podem ter uma predisposição natural para a<br />
velocidade desportes ou potência como eventos de futebol, levantamento<br />
de peso e de sprint.<br />
Os atletas profissionais passaram a incorporar testes genéticos no<br />
seu treino. Compreender as suas características inatas tornou-se<br />
fundamental para a avaliação do treino e para selecionar sistemas<br />
e técnicas de treino.<br />
Por fim, apesar das vantagens competitivas do gene ACTN3, não<br />
significa que tê-lo fará de si ou do seu filho um astro no desporto.<br />
Muitos outros fatores tem de ser levados em conta. Este é somente<br />
mais um.<br />
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