Desporto&Esport - edição1 2014
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Nem tudo pode ser apontado como única<br />
responsabilidade de Paulo Bento mas<br />
como o próprio o afirmou ele era o líder<br />
Bento apostou nos seus. E os seus falharam.<br />
Na minha opinião a demissão era<br />
a única saída limpa e a mais aconselhada.<br />
Optou por continuar. Errou. Acreditou<br />
que podia alterar tudo para a qualificação<br />
para o Euro 2016. Mudar a imagem do<br />
fraco futebol deixado no Mundial. O jogo<br />
com a Albânia mostrou que não. Paulo<br />
Bento caiu com as sua convicções. Poucas<br />
foram as alterações na equipa titular, variações<br />
que apareceram por circunstância. A<br />
derrota terminou com o percurso de Paulo<br />
Bento. Com muitas culpas próprias.<br />
Mas Bento também é vítima. Aparece<br />
numa altura em que Portugal vive numa<br />
“crise” de jogadores de topo mundial.<br />
Durante uma década, com foco na passagem<br />
de Scolari, foi afastada a preparação<br />
de uma geração que pudesse substituir<br />
com ímpeto a atual. Os campeonatos<br />
nacionais e as duas das suas três principais<br />
equipas, FCP e Benfica, contam com<br />
pouquíssimos portugueses nos seus quadros.<br />
Os jogadores que saem da formação<br />
ou jogam na equipa B ou em campeonatos<br />
menores e com pouca competitividade<br />
como o Chipre<br />
No fundo, Paulo Bento viu-se confrontado<br />
com uma situação estrutural de fundo que<br />
lhe era pouco favorável com a agravante<br />
de espectativas exageradas em relação a<br />
resultados que a qualidade atual dos jogadores<br />
não permite. Portugal tem “o melhor<br />
do Mundo” e isso elava a seleção para um<br />
patamar acima daquele que é verdadeiramente<br />
o seu. Mas mesmo essa subida de<br />
qualidade pela presença de Ronaldo não a<br />
torna equivalente às melhores seleções do<br />
mundo. Comparando, quantos jogadores<br />
português titulares entravam no lote de<br />
convocados de seleções como Espanha,<br />
Brasil, Argentina ou França?<br />
A própria FPF parece ter dificuldades em<br />
implementar um plano e arranjar soluções<br />
para um maior desenvolvimento do jogador<br />
português. O perfil mais reservado de<br />
Fernando Gomes, que prefere afastar-se<br />
das luzes, muitas vezes não ajuda, num<br />
país em que qualquer “passo” dado no<br />
futebol é analisado mil e uma vezes pelos<br />
diversos jornais e programas desportivos.<br />
Em conclusão, Paulo Bento é tanto vítima<br />
como réu. A qualidade dos jogadores<br />
potencialmente convocáveis é a mais baixa<br />
em duas décadas. Mas Bento também não<br />
soube ser solução. Quem não é solução é<br />
parte do problema. A sua saída era inevitável.<br />
Perca por tardia. Deveria ter acontecido<br />
após o Mundial. Assim, todos ficaram<br />
mal na fotografia. Todos.<br />
A primeira entrevista do ex-selecionador,<br />
na RTP Informação, trousse poucas ou<br />
nenhumas novidades. A única certeza foi<br />
que a rescisão do contrato não partiu de<br />
Paulo Bento. E que a sua permanência no<br />
cargo não era consensual entre os dirigentes<br />
da federação, apesar do apoio de<br />
F. Gomes.<br />
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