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Desporto&Esport - edição1 2014

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MUNDIAL BRASIL:<br />

CRITICAS, MANIFESTAÇÕES E IMPRENSA MUNDIAL.<br />

C<br />

havões como “não vai ter<br />

Copa” tornaram-se comuns<br />

e largamente audíveis nos<br />

meses que antecederam a<br />

realização do Mundial do<br />

Brasil. Ao contrário do que era espectável<br />

uma boa parte da população brasileira<br />

mostrou-se contra a realização do Mundial<br />

no seu país. As manifestações que se iniciaram<br />

na Taça das confederações e se prolongaram<br />

por mais de um ano foram uma<br />

surpresa ainda maior. Uma surpresa que<br />

as autoridades na grande maioria das vezes<br />

não souberam lidar. E fizeram com que<br />

muitas manifestações pacíficas se tornassem<br />

violentas. Diga-se, a bem da verdade,<br />

que existiram vários grupos que utilizaram<br />

as manifestações para criar distúrbios e<br />

foram igualmente culpa deles o rastilho de<br />

muita violência.<br />

As críticas da população brasileira à realização<br />

do Mundial começaram a ouvirse<br />

desde o ano de 2011 e iniciaram-se<br />

em grande medida aos enormes gastos<br />

que a organização comportaria para os<br />

cofres do estado, cerca de R$ 25,5 bilhões.<br />

Relembremos que perto de 90% do<br />

investimento é público. A organização dos<br />

últimos três mundiais no seu conjunto<br />

não chegou a esse valor. Num país, que<br />

apesar do crescimento e do esbatimento<br />

das igualdades nos últimos anos, onde<br />

existem índices preocupantes na saúde,<br />

segurança ou educação uma boa parte dos<br />

cidadãos brasileiros e da sociedade civil,<br />

com destaque em muito jornalistas e “opinion<br />

makers”, olhou para os gastos da “copa”<br />

como supérfluos e desnecessários. Para se<br />

ter uma noção do investimento feito, com<br />

os mesmos valores seria possível construir<br />

mais de 90 mil postos de saúde completamente<br />

equipados, comprar cerca de 350<br />

mil ambulâncias equipadas, contratar mais<br />

de 2 milhões de professores por ano ou<br />

construir perto de 25 mil km de estradas<br />

alcatroadas.<br />

Outra das críticas levantadas refere-se à<br />

sentida falta de transparência em muitos<br />

de negócios e o superfacturamento em<br />

muito deles, sem boas razões justificativas.<br />

O andamento das obras e o fato de muita<br />

delas não se concluírem até ao Mundial<br />

também levantavam muitas incertezas. Mas<br />

a pergunta mais frequentemente feita e<br />

que continua atual é: depois do evento que<br />

legado fica para a posteridade?<br />

Uma dúvida a que se juntaram muitas vozes<br />

com notoriedade pública ou que ganharam<br />

essa mesma notoriedade por conta do seu<br />

descontentamento se ter tornado viral nas<br />

redes socias. Um dos casos mais notórios<br />

é o da brasileira Carla Dauden criou um<br />

vídeo No, I’m not going to the World Cup,<br />

onde nele fazia censuras à forma como a<br />

preparação e o investimento dos dinheiros<br />

públicos foram feitas para a organização do<br />

Mundial.<br />

Curiosamente, o vídeo acima referido,<br />

surgiu exatamente no momento em que<br />

explodiram as manifestações. Milhares de<br />

pessoas manifestaram o seu descontentamento<br />

na rua, exemplificando o poder de<br />

mobilização das redes sociais, origem da<br />

maioria das “convocatórias”. Professores,<br />

“sem tetos”, índios, estudantes e muitos<br />

outros saíram à rua em protesto como raras<br />

vezes se tinha visto nas principais cidades<br />

brasileiras.<br />

As manifestações durante<br />

a Taça das confederações<br />

apanharam as<br />

autoridades totalmente<br />

de surpresa. Superfacturamento,<br />

desigualdades<br />

sociais e necessidades<br />

estruturais mais<br />

prioritárias quando<br />

comparadas com a<br />

realização do Mundial,<br />

foram alguns dos<br />

pontos mais escutados<br />

pelos manifestantes.<br />

66 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.Desportoe<strong>Esport</strong>.com

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