Desporto&Esport - edição1 2014
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SERÁ ESTE O CAMINHO?<br />
LIMITAÇÃO DE ESTRANGEIROS:<br />
O CASO DO CAMPEONATO RUSSO DE FUTEBOL<br />
O GOVERNO DA RÚSSIA QUER REDUZIR PARA SEIS O NÚMERO DE FUTEBOLISTAS<br />
ESTRANGEIROS NOS CLUBES DO PAÍS<br />
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />
d_sampaio@desportoeesport.com<br />
A motivação do governo russo passa por potenciar a progressão<br />
dos jogadores russos e tornar mais competitiva a<br />
sua seleção de seniores no panorama mundial.<br />
E<br />
m muitos países Europeus a progressão dos<br />
seus jogadores nacionais nas principais equipas<br />
de futebol é restrita e ameaçada pelo elevado<br />
número de estrangeiros que participam nos seus<br />
campeonatos. Países como a Inglaterra, Portugal, Itália, França<br />
ou Rússia são alguns dos melhores exemplos, e como tal não é<br />
de estranhar que sistematicamente apareça no debate púbico<br />
a limitação de atletas estrangeiros nos clubes como forma de<br />
fazer progredir com mais facilidade os jogadores nacionais. Até<br />
agora, esta ideia nunca passou das palavras, em vista inclusive<br />
das normas europeias que negam como principio tal limitação,<br />
mas a Rússia, país não pertencente à União Europeia e como<br />
tal obrigada a respeitar os seus tratados, parece estar a avançar.<br />
O ministro russo, Vitaly Mutko, afirmou no início do mês<br />
de Setembro que está em preparação uma lei que visa reduzir<br />
drasticamente o número de jogadores estrangeiros nos diversos<br />
campeonatos. A este respeito Mutko disse: ” “Queremos que<br />
os desportistas russos tenham um papel de primeiro plano<br />
nos clubes do país”. É importante relembrar que esta intensão<br />
de decisão surge a quatro anos do mundial de futebol sediado<br />
no país russo, e onde certamente os russos quererão fazer boa<br />
figura.<br />
Nos clubes de futebol pretende-se reduzir o número de<br />
estrangeiros a seis. A limitação não pretende restringir-se<br />
apenas nos clubes de futebol, e para os clubes de hóquei no<br />
gelo, voleibol e basquetebol não deve haver mais três atletas<br />
estrangeiros.<br />
Talvez se compreenda mais facilmente esta decisão olhando para<br />
as declarações do italiano Fabio Capello, selecionador russo,<br />
em que se lamentava do reduzido número de jogadores selecionáveis<br />
para o campeonato do mundo de futebol, que se veio<br />
a provar uma desilusão para os russos. A melhor equipa russa<br />
dos últimos anos, o Zenit São Petersburgo – treinada pelo português<br />
Villas-Boas, para dar um exemplo, tem doze estrangeiros<br />
no seu plantel, sendo a grande maioria titular. O espaço para os<br />
jogadores nacionais é reduzido.<br />
Mas, é este o único caminho? Se por um lado achamos ser compreensível<br />
e entendemos as intenções do ministério do desporto<br />
russo, por outro lado parece-nos que existem outras medidas<br />
mais favoráveis para alcançar os mesmos objetivos sem que<br />
para isso seja necessário apostar numa estratégia de “mercado<br />
futebolístico protecionista”.<br />
Na nossa opinião existem pelo menos duas abordagens que<br />
devem ser iniciadas e protegidas antes de avançar para uma<br />
medida como aquela que se pretende implementar no campeonato<br />
russo: aumentar o numero e levar a qualidade dos centros<br />
de estágios jovens e assumir para as seleções nacionais o crescimento<br />
dos jovens jogadores nacionais, entre os 20 e os 25 anos,<br />
quando tal não acontece nos clubes.<br />
O mercado e o negócio do futebol dão cada vez menos espaço<br />
aos jogadores da casa, e medidas e novas abordagens têm necessariamente<br />
de ser pensadas, desenhadas e depois implementadas.<br />
Que medidas devem ser essas. Essa é uma pergunta que<br />
deixamos aos nossos leitores e que esperamos uma réplica na<br />
nossa plataforma online.<br />
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