Desporto&Esport - edição1 2014

Atualmente, existem já um serie numero de opções
para atletas que pretendam
treinos/estágios de
media altitude, ou seja,
um treino entre os 1550
e 2500 metros de altitude.
Os mais conhecidos
e mais utilizados por
atletas de topo situamse
na serra nevada, em
Espanha - Ilhas Canárias,
Font Romeu, em França e
Davos, na Suíça. O japão,
na altura da preparação para as Olimpíadas de 2008,
criou um fortíssimo centro de alto rendimento que
inclui várias plataformas de alto rendimento.
Quando se pensa em treino e altitude, pensa num
treino feito em qualquer local situado entre os 1800 e
os 6000 metros. Sendo que a altitude indicada, dados
defendidos pela maioria dos autores, deve ser de 2200
metros durante um período medio de 4 semanas.
O défice de oxigénio - hipoxia estimula a produção de
eritopetina (EPO) na
medula óssea, o que
por sua vez desperta a
produção de glóbulos
vermelhos e hemoglobina.
Este processo
otimiza a performance
do corpo,
nomeadamente na
oxigenação dos músculos,
o que traduz
um melhoramento
da performance na ordem dos 3%, de acordo com os
últimos estudos apresentados. Foi com base nestes
estudos, que conduziu muitos atletas ao consumo de
EPO exógena, substancia proibida pela Agencia Mundial
Anti Doping.
A “Operación Puerto”, que dizimou os mais importantes
ciclistas da altura, teve por base a utilização
desta substancia.
A
EPO, ou eritropoitina -
o seu nome técnico é um
hormônio produzido nos
rins, cuja função é controlar a eritropoiese,
ou formação de células vermelhas do
sangue. No desporto, no entanto, tornouse
sinónimo de alteração de resultados
pelo doping, principalmente no ciclismo,
atletismo e natação.
Vários atletas, tentando adquirir os efeitos
e as vantagens de um treino em altitude,
injetavam-se com este hormônio. Para
além da falada ilegalidade, esta técnica
é altamente prejudicial para a saúde do
atleta. Com o aumento “não-natural” e
exponencial dos glóbulos vermelhos, o
sangue adquire uma espessura e viscosidade
acima do normal, e que pode exigir
demasiado do sistema cardiovascular e
causar uma falha cardíaca.
Uma segunda técnica, para simular de
forma fraudulenta os benefícios do treino
em altitude, consiste nas famosas transfusões
de sangue. Coletar uma quantidade
significativa de sangue do atleta, rica em
oxigénio – após um efetivo treino em altitude,
e durante a competição reintroduzilo
no organismo. Esta técnica permite
reganhar os efeitos do treino em altitude
após esses mesmos efeitos se terem naturalmente
perdido.
Durante muito tempo, estas foram duas
técnicas muito utilizadas no desporto de
alta competição, devido à dificuldade de
deteção dos controlos anti doping. De
facto, aqui não existe nenhuma substancia
exógena ao organismo e por norma os testes
não conseguiam detetar qualquer irregularidade.
Felizmente, a ciência evolui, o
hoje estes procedimentos já são detetados
em todos os testes anti doping de rotina.
Vários casos mediáticos de atletas envolvidos
na prática destas técnicas maliciosas,
tornaram-nas conhecidas da maioria do
grande público. A “operacion puerto” ou
o medalhista olimpo Alex Schwazer, são
disso bons exemplos.
O consumo de EPO
exógena provoca os
mesmos efeitos que
o treino em altitude.
Dada a dificuldade,
durante um longo
período de tempo, desta
substância acusar positivo
para doping nas
analises, foi utilizada
frequentemente por
vários atletas, nomeadamente,
no ciclismo e no
atletismo.
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