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Desporto&Esport - edição1 2014

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Porque réu?<br />

Paulo Bento chega a técnico da seleção<br />

como solução de recurso após a polemica<br />

dispensa de Carlos Queirós do cargo de<br />

selecionador e a recusa de Florentino Pérez<br />

de “emprestar” José Mourinho para os<br />

jogos da seleção.<br />

“Para mim é um orgulho e uma satisfação<br />

poder ser uma opção a seguir a um dos<br />

melhores treinadores do mundo”, admitiu<br />

Bento nessa altura quando confrontado<br />

com o facto de ter sido uma segunda<br />

opção. O seu curriculum era curto e contava<br />

unicamente por uma passagem pelo<br />

Sporting clube de Portugal e a vitória em<br />

2 Taças de Portugal e 2 Taças Cândido de<br />

Oliveira, para além de 4 segundos lugares<br />

consecutivos na Liga, sempre atrás do<br />

Futebol Clube do Porto.<br />

A estreia como selecionador nacional deuse<br />

em Outubro de 2010 com uma vitória<br />

por 3-1 frente à Dinamarca. Um resultado<br />

fundamental para a seleção portuguesa e<br />

para a colocar na rota da qualificação para<br />

o Euro 2012. Lembremos que Portugal<br />

vinha de um empate com o Chipre e uma<br />

derrota com a Noruega. Ainda assim, a<br />

qualificação só apareceu após um playoff<br />

frente à Bósnia-Herzegovina. Pelo<br />

meio, algumas boas exibições intercaladas<br />

com resultados dececionantes e abaixo<br />

da qualidade dos jogadores selecionáveis.<br />

Surgiram os primeiros casos de incompatibilidade<br />

com jogadores como Ricardo<br />

Carvalho ou José Bosingwa. “Não há pedidos<br />

de desculpa que resolvam. Vão ver<br />

o Euro como espectadores”, sentenciou<br />

o técnico. Algo que encontrava várias<br />

semelhanças com o período de Bento no<br />

Sporting onde surgirem também diversos<br />

casos de divergência com jogadores.<br />

Depois, deu-se o “auge” de Bento à frente<br />

na seleção: as meias-finais e a eliminação<br />

frente à Espanha apenas nos penaltis, um<br />

resultado muito acima das espectativas.<br />

Algo que lhe valeu a renovação de contrato<br />

por mais dois anos com o objetivo<br />

de colocar a seleção portuguesa em terras<br />

brasileiras para a “copa de <strong>2014</strong>”. Talvez<br />

aqui tenha surgido o primeiro erro. Sendo<br />

obviamente a maior responsabilidade de F.<br />

Gomes. Se Bento se tinha revelado como<br />

uma boa solução de recurso em 2010,<br />

teria ele o perfil indicado para um projeto<br />

de longo prazo? O bom resultado no<br />

Euro 2012 talvez dissesse que sim. Outros<br />

indicadores diziam claramente que não.<br />

“Paulo Bento é tanto vítima como réu. A qualidade dos jogadores potencialmente<br />

convocáveis é a mais baixa em duas décadas. Mas Bento<br />

também não soube ser solução. Quem não é solução é parte do problema.”<br />

Indicadores esses que foram aumentando<br />

e tornando-se mais visíveis com o passar<br />

dos jogos para a qualificação do Mundial.<br />

O seu caracter rigoroso e disciplinador,<br />

muitas vezes perpassando o marcial, levou<br />

com que Bento se incompatibiliza-se<br />

com mais jogadores, sendo o caso mais<br />

mediático o de Danny, indiscutivelmente<br />

o jogador português de maior-valia e<br />

em melhor forma a seguir a Cristiano<br />

Ronaldo. As escolhas, muitas delas incompreensíveis,<br />

passavam muitas vezes por<br />

jogadores pouco ativos nos seus clubes em<br />

detrimento de atletas em melhor condição<br />

física e atlética. Paulo Bento justificava as<br />

suas escolhas com duas palavras: gratidão<br />

e fé. Duas palavras que na minha opinião<br />

não podem fazer parte do vocabulário de<br />

um selecionador, pelo menos não, quando<br />

em prejuízo de outras palavras como<br />

competência e qualidade. Qualidade que<br />

falhou em quase todos os jogos da seleção<br />

das quinas nos últimos dois anos.<br />

E, foi dentro de campo onde foram dados<br />

os sinais mais preocupantes que o caminho<br />

desenhado por Paulo Bento não era<br />

o mais indicado. Mau futebol, sem uma<br />

ideia de jogo facilmente percetível, onde<br />

os jogadores atuavam bem abaixo das suas<br />

capacidades, uma super-dependência de<br />

Ronaldo, e um acumular de maus resultados<br />

culminaram novamente na necessidade<br />

de um play-off, desta vez conta a<br />

Suécia. Quatro golos de Cristiano Ronaldo<br />

carimbaram o passaporte para o Brasil.<br />

No Brasil deu-se a derrocada. Tudo foi<br />

mau. Na maioria das vezes: mau de mais.<br />

Começando na convocatória dos 23, passando<br />

pelo estágio nos EUA, ou a clausura<br />

no centro de estágio no Brasil. Demasiadas<br />

conversas sobre o joelho do Ronaldo e<br />

expetativas totalmente irrealistas e deslocadas<br />

da realidade. “Sinto que é desta”,<br />

afirmou Cristiano Ronaldo acerca do<br />

jogo com a Alemanha, o primeiro para<br />

Portugal no Mundial, onde o capitão da<br />

seleção nacional se afirmava confiante em<br />

uma vitória. Bastaram dez minutos para<br />

que se percebesse que a superioridade<br />

da Alemanha se vincasse de forma avassaladora.<br />

Pior que os quatro pontos e a<br />

não qualificação para os oitavos de final<br />

foi a triste imagem que Portugal mostrou<br />

ao mundo. E quanto mais olhávamos<br />

para as restantes seleções mais percebíamos<br />

quanto impreparada estava a equipa<br />

nacional. Fisicamente devastada. Lesões.<br />

Declarações e conferências de imprensa<br />

sem logica ou sentido pratico. Para justificar<br />

o que era facilmente entendível:<br />

Portugal não foi competitivo. Quando<br />

tinha obrigação de o ser. E qualidade para<br />

o ser. E qualidade para o ser.<br />

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