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Natural, representa, apenas, cerca <strong>de</strong> 0,1% da área total <strong>do</strong> país, facto que se correlaciona com a vigência<br />
<strong>de</strong> um quadro legal que subestima, <strong>de</strong> forma significativa, a vertente geológica da conservação da natureza<br />
(Henriques, 2007; Henriques et al., 2007), e que resulta <strong>de</strong> avaliações <strong>do</strong> Património Geológico assentes em<br />
estratégias <strong>de</strong> conservação da natureza que marginalizam o seu grau <strong>de</strong> relevância (Reis e Henriques, 2006).<br />
Compete, pois, aos profissionais das Ciências da Terra, sobretu<strong>do</strong> aos que integram comunida<strong>de</strong>s<br />
científico-educativas, a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrarem, a to<strong>do</strong>s os agentes sociais (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os políticos<br />
aos meios <strong>de</strong> comunicação social), que a mitigação <strong>de</strong> problemas ambientais actuais, como os que resultam<br />
da utilização não-sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais da Terra, e que põem em risco a sua geodiversida<strong>de</strong>,<br />
passa pela valorização <strong>do</strong> conhecimento que continuamente produzem acerca <strong>do</strong> planeta e da sua<br />
dinâmica – e que é frequentemente sub-utiliza<strong>do</strong> –, contrarian<strong>do</strong> imagens públicas <strong>de</strong> geocientistas, que<br />
associam estes profissionais “a românticos colecciona<strong>do</strong>res e colectores <strong>de</strong> fósseis ou viajantes<br />
empe<strong>de</strong>rni<strong>do</strong>s na busca <strong>de</strong> estranhas rochas e minerais” (Gutiérrez-Alonso et al., 2008, p. 122).<br />
Aproximar as Ciências da Terra <strong>do</strong>s cidadãos, relevan<strong>do</strong> o seu potencial na construção <strong>de</strong> uma<br />
socieda<strong>de</strong> mais segura, saudável e próspera, constitui justamente o objectivo central <strong>do</strong> Ano Internacional<br />
<strong>do</strong> Planeta Terra, actualmente em curso (Calvo, 2006; Mul<strong>de</strong>r et al., 2006; AIPT, 2007a, c; Brilha, 2007;<br />
Henriques, 2008b; Henriques et al., 2008a). A iniciativa releva o papel da educação científica,<br />
<strong>de</strong>signadamente em Ciências da Terra, na formação <strong>de</strong> cidadãos comprometi<strong>do</strong>s com a sustentabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> planeta e <strong>do</strong>s seus recursos, e <strong>de</strong>staca o valor <strong>do</strong>s “Geoparques” como instrumentos públicos <strong>de</strong><br />
conservação e <strong>de</strong>senvolvimento (E<strong>de</strong>r e Mul<strong>de</strong>r, 2008; Henriques, 2008a, c).<br />
2008 - ANO INTERNACIONAL DO PLANETA TERRA<br />
Em 22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2005, a Assembleia-Geral das Nações Unidas proclamou oficialmente 2008<br />
como o Ano Internacional <strong>do</strong> Planeta Terra (AIPT), iniciativa integrada na DNUEDS (2005-2014),<br />
actualmente em curso, e cuja implementação, a nível global, é partilhada entre a UNESCO e a IUGS<br />
(Mul<strong>de</strong>r et al., 2006). Centrada em 2008, a iniciativa <strong>de</strong>senvolve-se ao longo <strong>do</strong> triénio 2007-2009, assente<br />
no slogan “Ciências da Terra para a Socieda<strong>de</strong>”, e tem por gran<strong>de</strong> meta, por um la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstrar, a to<strong>do</strong>s<br />
os cidadãos, o gran<strong>de</strong> potencial das Ciências da Terra na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais segura,<br />
saudável e próspera, e por outro, encorajar a socieda<strong>de</strong> a aplicar este potencial <strong>de</strong> forma mais efectiva (Fig. 1).<br />
Figura 1 – O logótipo oficial <strong>do</strong> Ano Internacional <strong>do</strong> Planeta Terra, em língua portuguesa, incluin<strong>do</strong> a versão em<br />
braille. A coroa circular interna, a vermelho, representa a litosfera; as partes seguintes representam a biosfera (a<br />
ver<strong>de</strong>), a hidrosfera (azul escuro) e a atmosfera (azul claro), numa expressão clara da inter<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>stes quatro<br />
geossistemas e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, para a compreensão <strong>do</strong> seu funcionamento, serem estuda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma integrada<br />
(AIPT, 2007c; Henriques, 2008a; IYPE, 2008a,b).<br />
Reduzir os riscos para a socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres naturais e induzi<strong>do</strong>s pelas activida<strong>de</strong>s<br />
humanas, melhorar os conhecimentos relativos à ocorrência <strong>de</strong> recursos naturais (como a água<br />
subterrânea, os hidrocarbonetos ou os recursos minerais) e que são frequentemente objecto <strong>de</strong> tensões<br />
políticas entre países vizinhos, <strong>de</strong>scobrir novos recursos naturais e disponibilizá-los <strong>de</strong> forma sustentável,<br />
estimular o interesse pelas Ciências da Terra, são alguns <strong>do</strong>s objectivos gerais que se preten<strong>de</strong>m atingir<br />
com a implementação <strong>do</strong> AIPT, actualmente em curso, aos quais se associam outros, como aumentar o<br />
número <strong>de</strong> alunos nas licenciaturas que se referem a essa área <strong>do</strong> conhecimento, bem como o<br />
investimento em investigação e ensino <strong>de</strong> geociências. (Mul<strong>de</strong>r et al., 2006; Henriques, 2008a,b; Henriques<br />
et al., 2008a).<br />
Estrutura<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is Programas – Científico e <strong>de</strong> Divulgação – que contemplam um conjunto <strong>de</strong><br />
temáticas que remetem para problemáticas ambientais <strong>de</strong> relevância social, que afectam o planeta, os seus<br />
recursos e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s cidadãos (AIPT, 2007a), o AIPT é hoje uma iniciativa que <strong>de</strong>corre à escala<br />
global, coor<strong>de</strong>nada por 75 Comités Nacionais em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> (IYPE, 2008b), entre os quais o Comité<br />
Português para o AIPT, cria<strong>do</strong> em Abril <strong>de</strong> 2007, sob a égi<strong>de</strong> da Comissão Nacional da UNESCO<br />
(CPAIPT, 2008; Henriques et al., 2008a).<br />
468 | Volume II, Capítulo IV - Geologia e Património Natural (Geodiversida<strong>de</strong>)