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Para a implementação, a nível nacional, <strong>do</strong>s propósitos <strong>do</strong> AIPT, o Comité Português a<strong>do</strong>ptou uma<br />

estratégia visan<strong>do</strong> o envolvimento <strong>de</strong> organizações que actuam em to<strong>do</strong>s os sectores da socieda<strong>de</strong><br />

portuguesa (político, económico e social), incluin<strong>do</strong> meios <strong>de</strong> comunicação social, em torno <strong>de</strong> um<br />

objectivo central: promover a consciência geral acerca <strong>do</strong> valor das Ciências da Terra na formação <strong>de</strong><br />

cidadãos informa<strong>do</strong>s, participativos e comprometi<strong>do</strong>s com uma gestão responsável <strong>do</strong> planeta e <strong>do</strong>s seus<br />

recursos, numa perspectiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável (Henriques, 2008b; Henriques et al., 2008a).<br />

Subscreven<strong>do</strong> o facto <strong>de</strong> o conhecimento em Ciências da Terra – que é, ainda, em gran<strong>de</strong> medida,<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s <strong>de</strong>cisores políticos (E<strong>de</strong>r e Mul<strong>de</strong>r, 2008) – po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>ver ser usa<strong>do</strong> na<br />

promoção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável (Mul<strong>de</strong>r et al., 2006), o Comité Português para o AIPT<br />

procurou, igualmente, incrementar a cooperação internacional na resolução <strong>de</strong> problemas ambientais<br />

globais (AIPT, 2007a), perspectivan<strong>do</strong> a sua actuação no reforço da articulação com outros Comités<br />

Nacionais da Comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Países <strong>de</strong> Língua Portuguesa (Henriques et al., 2008b), e dan<strong>do</strong> o maior<br />

<strong>de</strong>staque à promoção <strong>de</strong> uma educação em geociências <strong>do</strong>s seus cidadãos (Henriques, 2008c), cujo<br />

Património Geológico, como recurso educativo, po<strong>de</strong> potenciar (Alfama et al., 2008). Um sistema<br />

educativo que não contemple conhecimento inerente às Ciências da Terra – essencial na compreensão <strong>do</strong><br />

equilíbrio e da complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sistema Terrestre, <strong>do</strong> qual to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos (AIPT, 2007a) –, cuja<br />

construção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fortemente <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s práticas <strong>de</strong> campo em locais com interesse geológico, que<br />

<strong>de</strong>vem ser salvaguarda<strong>do</strong>s (Van Loon, 2008), representa um enorme perigo para o futuro da socieda<strong>de</strong>. Na<br />

verda<strong>de</strong>, uma socieda<strong>de</strong> que não se preocupa em conhecer os processos que mo<strong>de</strong>laram a arquitectura<br />

actual <strong>do</strong> planeta em que vivem os seus cidadãos, é uma socieda<strong>de</strong> incapaz <strong>de</strong> o respeitar e <strong>de</strong> o proteger<br />

(Gutiérrez-Alonso et al., 2008).<br />

A GEOCONSERVAÇÃO E AS CIÊNCIAS DA TERRA NA EDUCAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

As preocupações públicas com a preservação <strong>do</strong> Património Geológico da Terra – frequentemente<br />

emanadas <strong>de</strong> organizações ambientalistas – impulsionaram, no seio das Geociências, enquanto sistema <strong>de</strong><br />

representações, a concepção e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> procedimentos técnicos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao seu uso e<br />

gestão, conferin<strong>do</strong>-lhes a dimensão pragmática inerente à Tecnologia, cuja natureza é distinta da da<br />

Ciência (Santos, 2001). Concepções pós-mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> uma Ciência Geológica clássica como a<br />

Paleontologia, admitem que os conhecimentos técnicos resultantes <strong>de</strong> trabalhos com carácter nãocientífico,<br />

como os que são produzi<strong>do</strong>s em activida<strong>de</strong>s relacionadas com o uso e gestão <strong>do</strong> Património<br />

Paleontológico, po<strong>de</strong>m, contu<strong>do</strong>, ser relevantes para o <strong>de</strong>senvolvimento da Paleontologia (Básica e<br />

Aplicada), tal como se expressa na Figura 2 (Fernán<strong>de</strong>z López, 1988, 2000).<br />

Da<strong>do</strong> que “a ciência cria novos seres técnicos e a tecnologia cria novas linhas <strong>de</strong> objectos científicos”<br />

(Santos, 2001, p. 64), a Geoconservação, que se tem vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finir como uma das especialida<strong>de</strong>s<br />

emergentes em instituições <strong>de</strong> ensino e investigação <strong>do</strong> âmbito das Ciências da Terra (Brilha et al., 2006,<br />

2008; Pereira et al. 2008a), representa a crescente inter<strong>de</strong>pendência, nas socieda<strong>de</strong>s contemporâneas, entre<br />

Ciência e Tecnologia, e <strong>de</strong>fine-se, progressivamente, como uma ciência geológica actual, que “mais <strong>do</strong> que<br />

um sistema <strong>de</strong> representação, é um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> acção” (Santos, 2001, p. 64).<br />

As suas raízes históricas remontam à criação <strong>do</strong> primeiro Parque Natural <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o <strong>de</strong><br />

Yellowstone, em 1872 (Harris et al., 1997; Gray, 2004), mas é nas duas últimas décadas que se começa a<br />

<strong>de</strong>finir como corpo <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> natureza científica, com o estabelecimento <strong>de</strong> organizações<br />

visan<strong>do</strong> uma “preservação estruturada <strong>do</strong>s sítios geológicos com valor científico” (Van Loon, 2008, p.<br />

252), <strong>de</strong> que a ProGEO constitui exemplo, ao assumir objectivos como organizar e participar em<br />

investigação, <strong>de</strong>signadamente <strong>de</strong> carácter científico, que sejam relevantes para a Geoconservação<br />

(ProGEO, 2008).<br />

Volume II, Capítulo IV - Geologia e Património Natural (Geodiversida<strong>de</strong>) |469

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