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191<br />

A literatura e a virtualização do texto<br />

literário<br />

Rogério Limo<br />

(UnB)<br />

'Lady Makby, marido Ideal<br />

(1895), in Beckson, Karl (Org).<br />

O melhor de Oscar Wilde.<br />

Tradução Dau Bastos. Rio de<br />

Janeiro: Garamond, 2000.<br />

'Ulman, Ellen. Perto <strong>da</strong><br />

máquina. Tradução Márcio<br />

Grillo. São Paulo: Conrad<br />

Editora do Brasil, 200 I, p. 123.<br />

Na<strong>da</strong> mais perigoso do que ser demasiado moderno: corre-se o risco<br />

de sair de mo<strong>da</strong> muito rapi<strong>da</strong>mente.<br />

Oscar Wilde I<br />

Viver virtualmente é uma arte. Como qualquer arte, a virtual i<strong>da</strong>de não<br />

é nem estável nem segura.<br />

Ellen Ullman 2<br />

o pós-moderno e a literatura Frankenstein<br />

lKolata, Gina. Clone: os<br />

caminhos para Dolly e as<br />

implicações éticas, espirituais e<br />

científicas. Tradução Ronaldo<br />

Sérgio De Biasi. Rio de Janeiro:<br />

Campus, 1998, p. 21.<br />

4Perrone-Moisés, Leyla.<br />

Derri<strong>da</strong> no Rio. Folha de São<br />

Paulo, Caderno Mais! São<br />

Paulo, 8 de julho de 2001.<br />

'Huxley, Aldous. Admirável<br />

mundo /lOvo. Tradução Vi<strong>da</strong>l<br />

de Oliveira e Lino Vallandro.<br />

26a. edição - São Paulo:<br />

Editora Globo, 2000, p. 9-10.<br />

'Kolata, Gina. Clone: os<br />

caminhos para Dolly e as<br />

implicações éticas, espirituais e<br />

científicas. Tradução Ronaldo<br />

Sérgio De Biasi. Rio de Janeiro:<br />

Campus, 1998, p. 7.<br />

Chamamos atenção para a seguinte questão: talvez se deva<br />

pensar a questão do virtual, ou de sua invasão do território literário,<br />

enlaçando, pelo menos para começar, três referências inevitáveis:<br />

complexi<strong>da</strong>de, veloci<strong>da</strong>de, interdisciplinari<strong>da</strong>de. Elas nos<br />

proporcionarão, combina<strong>da</strong>mente, outras possibili<strong>da</strong>des de reflexão.<br />

E neste momento, diante <strong>da</strong> polimorfia do virtual, <strong>da</strong> lentidão<br />

<strong>da</strong> letra e <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem, a saí<strong>da</strong> jamais terá de ser<br />

a clonagem <strong>da</strong> literatura.<br />

Segundo Gina Kolata a clonagem é uma metáfora e um espelho.<br />

"Ela nos força a contemplar a nós mesmos e os nossos<br />

valores e a decidir o que é importante para nós e por quê."3 Para<br />

Jacques Derri<strong>da</strong> a clonagem se configura como uma repetição<br />

calcula<strong>da</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de genética de um indivíduo 4 , <strong>da</strong> mesma forma<br />

como Huxley denuncia o fato em seu Admirável Mundo Novo<br />

ao descrever a fria racionali<strong>da</strong>de do Processo Bokanovisky5. A<br />

bokanovskização é a metáfora de Huxley para a aplicação <strong>da</strong> linha<br />

de montagem fordiana à reprodução humana. A clonagem<br />

implica na produção e não na geração de um ser 6 ; essa afirmação<br />

coloca a literatura em um impasse entre a criação e a produção.

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