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3.2.10.1. Aspectos Gerais<br />
A interrupção da corrente de curto-circuito pode ser subdividida em três etapas. A primeira ocorre<br />
com os contatos ainda fechados. Nesta fase predomina o efeito Joule. Durante esta fase, o disjuntor<br />
opera inicialmente com a corrente de carga e logo após com a corrente de curto-circuito.<br />
Na segunda etapa, com os contatos principais já em movimento, ocorre a comutação da corrente<br />
passante para os contatos de arco. Nesta fase se inicia a separação dos contatos de arco, mas não<br />
ainda a interrupção da corrente mantida pelo arco elétrico. Inicia-se a fase térmica da interrupção.<br />
Em seguida, ainda nesta fase, há a passagem por zero da corrente. Nas proximidades deste ponto o<br />
comportamento térmico determinará o sucesso da interrupção.<br />
Por fim, inicia-se a fase dielétrica da interrupção. Durante o processo de interrupção, o arco perde<br />
rapidamente a condutividade, quando a corrente se aproxima do zero. Alguns microssegundos<br />
após a passagem por zero, a corrente deixa de circular e o sistema responde, surgindo a TRT.<br />
A TRT é definida pela diferença de tensão através dos contatos dos disjuntores e é composta pela<br />
parcela da tensão na frequência fundamental (tensão de restabelecimento) e por uma parcela de<br />
tensão com frequência mais elevada. A natureza e o valor da TRT dependem, também, do tipo<br />
de circuito interrompido (resistivo, capacitivo ou indutivo), da impedância do sistema vista dos<br />
terminais do disjuntor, da tensão nominal do sistema, da carga, do tipo da falta, de sua magnitude<br />
e localização.<br />
Na interrupção da corrente de falta, a tensão na frequência fundamental (tensão de<br />
restabelecimento), a qual surge entre os polos do disjuntor após o amortecimento da oscilação<br />
transitória, está relacionada diretamente à tensão da rede, variando em função do aterramento<br />
do sistema (solidamente aterrado ou neutro isolado), além de depender do tipo de curto-circuito<br />
(trifásico aterrado ou não, bifásico aterrado ou não, e monofásico).<br />
O fator de primeiro polo é um dos parâmetros utilizados na especificação de disjuntores, e relaciona<br />
a tensão à frequência fundamental entre os terminais do primeiro polo a interromper a corrente de<br />
curto-circuito à tensão fase-terra da rede, antes da ocorrência do curto-circuito.<br />
Na referência [5.2 e 5.4], são apresentadas as demonstrações desta e de outras correlações existentes<br />
entre a característica do aterramento do sistema versus os tipos de defeitos aplicados, considerandose<br />
a situação pré-abertura de fases perfeitamente equilibradas e defasadas (120º), bem como tensões<br />
do lado fonte de 1,0 pu.<br />
Como regra geral, pode-se afirmar que, para sistema robusto e assumindo-se as simplificações<br />
acima, o fator de primeiro polo é menor do que 1,3, exceto no caso de curto-circuito trifásico não<br />
aterrado, que pode ser considerado estatisticamente raro.<br />
DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS BÁSICOS PARA EMPREENDIMENTOS DE TRANSMISSÃO