Ferramentas-mecanismos-financiamento-socioambiental
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O Estado do Rio de Janeiro tem lidado com a poluição das águas da BG por mais de três décadas<br />
devido à ocupação populacional nas décadas de 50 e 60 de forma desordenada e às indústrias que se<br />
estabeleceram no seu entorno. O crescimento populacional e o desenvolvimento industrial trouxeram,<br />
além da poluição decorrente desse crescimento, questões ambientais de ordem física, tais como<br />
a destruição dos ecossistemas periféricos à Baía, os aterros de seu espelho d’água, o uso descontrolado<br />
do solo e seus efeitos adversos em termos de assoreamento, sedimentação de fundo, inundação<br />
e deslizamento de terra (LIMA, 2006). Soma-se a isso o auto grau de favelização no entorno da BG,<br />
principalmente em sua costa oeste.<br />
As cidades da costa oeste - Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis<br />
- representam cerca de 80% da população total do entorno da BG. Esta concentração maior de<br />
pessoas, bem como a instalação de diversas indústrias, agravou ainda mais a situação desse lado oeste.<br />
Apesar da renovação cíclica (sistema de autodepuração) das águas da BG com o oceano ser relativamente<br />
rápida (tempo médio de renovação de 50% das águas da BG é de apenas 11,4 dias), o alto<br />
grau de degradação em que se encontram atualmente os rios que deságuam na BG e a emissão de<br />
efluentes industriais e domésticos despejados nela tornaram as águas desta região, bem como dos<br />
afluentes, impróprias para qualquer uso. Agravando ainda mais esta situação, a presença das ilhas do<br />
Fundão e do Governador e o formato da costa dificultam o processo de autodepuração em alguns<br />
pontos da BG.<br />
Os recursos hídricos da região são predominantemente utilizados para o abastecimento humano<br />
e industrial, e, justamente por isso, sujeitos a sérias restrições de qualidade. Devido ao alto grau de<br />
degradação em que se encontram os rios, em especial os da parte oeste da BG, no médio prazo e sem<br />
investimentos muito elevados é muito difícil se reverter a situação de qualidade desses recursos hídricos,<br />
de forma a serem utilizados para o abastecimento urbano (CONSÓRCIO ECOLOGUS-AGRAR, 2005).<br />
2.2 Aspectos socioeconômicos<br />
A região hidrográfica da BG possui grande parte da área urbana de alta densidade do Estado do<br />
Rio de Janeiro (cerca de 90%), o que exerce grande pressão sobre os 56% de mangue e 16% de florestas<br />
do total da área do Estado. Os fragmentos florestais se concentram ao norte e os mangues estão,<br />
em sua maioria, localizados a nordeste da BG. É também na BG que se encontra a maior parcela da<br />
classe agrícola do Estado (39%), responsável por abastecer os centros urbanos (SEA, 2011).<br />
A região hidrográfica da BG contava, de acordo com o censo demográfico de 2000, com 58%<br />
da população do Estado do Rio de Janeiro. A grande maioria desta população ocupa as áreas<br />
urbanas e encontra-se na parte oeste da BG, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro e<br />
da Baixada Fluminense.<br />
Historicamente, foi entre 1940 e 1960 que a região hidrográfica da BG passou por um intenso crescimento<br />
populacional, fruto de altas taxas de natalidade e pelo fluxo de contingentes de população<br />
trabalhadora proveniente de outras áreas do Estado e do país que buscavam condições de emprego<br />
e moradias mais baratas (CONSÓRCIO ECOLOGUS-AGRAR, 2005). Destaca-se a favelização intensa no<br />
entorno da BG, principalmente em sua costa oeste.<br />
Em relação à economia local, grande parte da riqueza produzida nos municípios de entorno do BG<br />
é proveniente de serviços. Duque de Caxias, Cachoeiras de Macacu e Belford Roxo se destacam com<br />
34 <strong>Ferramentas</strong> e <strong>mecanismos</strong> para o <strong>financiamento</strong> <strong>socioambiental</strong> • Probio II