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Ferramentas-mecanismos-financiamento-socioambiental

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minar o lençol de água subterrânea ou um curso de água próximo (CONSÓRCIO ECOLOGUS-A-<br />

GRAR, 2005). Vale lembrar o recente esforço de fechar os lixões de entorno da BG.<br />

• Desmatamento – erosão – assoreamento: o processo histórico de ocupação da região fez com<br />

que a cobertura vegetal original fosse, em grande parte, removida, causando processos erosivos<br />

e assoreamento (CONSÓRCIO ECOLOGUS-AGRAR, 2005).<br />

A poluição na BG é oriunda, na maior parte, da grande densidade de populacional e concentração<br />

industrial nas suas bacias hidrográficas contribuintes. Informações já defasadas, de 1994,<br />

elaboradas pela FEEMA, mostravam que as cargas de DBO de esgoto sanitário e de efluentes industriais<br />

lançados na bacia da BG eram de, respectivamente, 383 ton/dia e 80 ton/dia, o que corresponde<br />

a um percentual de 83% para o primeiro. Após a intensificação do controle industrial<br />

realizado no âmbito do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG, ver adiante), entre<br />

1997 e 2001, houve uma significativa diminuição da carga de DBO lançada na Baía. As indústrias,<br />

em decorrência do PDBG, tiveram uma redução significativa na emissão de efluentes, sendo que<br />

para as 55 na época identificadas como as principais poluidoras, o lançamento de DBO caiu de 58,2<br />

mil kg/dia para 3,2 mil kg/dia.<br />

O Plano Diretor de Recursos Hídricos da BG, com dados mais recentes, aponta para uma ainda<br />

maior participação do esgoto sanitário na poluição da BG em relação aos efluentes industriais: 97%<br />

e 3%, respectivamente. Porém, não há disponibilidade de dados atuais e essa razão pode ser alterada,<br />

pois, apesar de ainda deficiente, houve alguma melhoria na quantidade de esgoto tratado.<br />

Por outro lado, espera-se que a proporção ainda aponte para uma participação substancialmente<br />

maior do esgoto sanitário. Por outro lado, os efluentes industriais são responsáveis quase que<br />

exclusivamente pela poluição química por substâncias tóxicas e metais pesados, nocivos para a<br />

saúde humana. A poluição industrial tem o potencial de provocar impactos de grande magnitude<br />

devido a essa toxidade, exigindo rigoroso controle de suas atividades.<br />

2.3.1 Poluição industrial<br />

Aproximadamente 70% das indústrias do Estado do Rio de Janeiro e do PIB da produção desse<br />

setor localizam-se na Bacia Hidrográfica da BG (COELHO, 2007). Embora a maior parte das indústrias<br />

seja de pequeno e médio porte, são as indústrias de grande porte as responsáveis por grande parte<br />

da poluição de origem industrial na BG (LIMA, 2006). Estudos com dados coletados entre 1995 e<br />

2001 (e que carecem de atualização) indicavam que cerca de 70% de toda a contaminação de origem<br />

industrial das águas da bacia da BG provinham de aproximadamente 55 indústrias. Já as 150<br />

indústrias de maior potencial poluidor correspondiam a 90% da poluição total. No ano de 2000,<br />

para as 60 principais indústrias poluidoras, responsáveis por 80% da poluição industrial por efluentes,<br />

estimou-se uma vazão média de efluentes lançados na bacia na ordem de 0,266 m 3 /s com uma<br />

concentração média de 134,5 mg/l de DBO e 283,4 mg/l de DQO (CONSÓRCIO ECOLOGUS-AGRAR,<br />

2005). Não há informações sobre a situação atual das indústrias prioritárias controladas pelo INEA.<br />

Apesar do baixo impacto global, o PDBG (ver box 2), iniciado em 1994, conquistou avanços em<br />

termos de redução dos lançamentos industriais. De acordo com o relatório final do projeto, o abatimento<br />

de carga poluidora lançada por 450 indústrias poluidoras (sendo 50 de grande porte, 100<br />

de médio e 300 de pequeno porte) foi significativo. Mas, de acordo com Jorge Peron, representante<br />

da Firjan, ainda há espaço para melhoria tecnológica nas indústrias da BG, onde as plantas não são<br />

muito modernas.<br />

<strong>Ferramentas</strong> e <strong>mecanismos</strong> para o <strong>financiamento</strong> <strong>socioambiental</strong> • Probio II 37

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