Parceiros Financeirosestímulo e pressão para aimplementação de ações públicasAConstituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescentedeterminam que é dever do Estado, da família e da sociedadefazer valer os direitos das crianças e dos adolescentesbrasileiros. No entanto, a declaração formal dos direitos não tem semostrado suficiente para sua efetiva vigência: é necessária a construçãode condições objetivas para acessá-los e exercitá-los.O Estado responde por mais de 94% de todo o custeio e investimento naspolíticas sociais. É a correta destinação deste grande volume de recursosque garante o efetivo atendimento das necessidades da população.As políticas públicas brasileiras na área social em grande medida carecemde planejamento, apresentando programas pontuais, descontínuos,fragmentados, incompletos e seletivos. Estes programas costumamter atuação dispersa, esbanjando os esforços e os recursos geralmenteminguados oferecidos pelo Estado.Reverter esta tendência histórica exige a adoção de mecanismos deracionalidade de gestão na ação pública e controle da sociedade sobrea aplicação dos recursos. A <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> procura influir na implementaçãode políticas públicas por meio do estímulo para o monitoramentoe controle social e da capacitação de gestores públicos e deorganizações da sociedade civil.No ano de <strong>2006</strong> houve eleições presidenciais no Brasil. O Projeto PresidenteAmigo da Criança, que visa assegurar o compromisso do presidente daRepública com políticas voltadas para a criança e o adolescente, dedicouseà análise da gestão do presidente Luis Inácio Lula da Silva (2003-<strong>2006</strong>)e iniciou um novo ciclo do projeto para a gestão presidencial 2007-2010.O projeto conta com as parcerias da Organização Internacional doTrabalho – OIT, Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – FOHB, Savethe Children UK e do Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef.Em agosto de <strong>2006</strong> foi lançado o “Termo de Compromisso PresidenteAmigo da Criança – Gestão 2007-2010” com a participação das organizaçõesda sociedade civil que fazem parte da Rede de MonitoramentoAmiga da Criança . O Termo considera o estágio atual de cumprimentodas Metas do Milênio e define os desafios para a próxima gestãopresidencial, além de explicitar compromissos do governo federal complanejamento, participação social e implantação do Orçamento Criança,metodologia que tem como objetivo dar transparência para os investimentosrealizados na área da infância no orçamento público.Os quatro candidatos mais expressivos às eleições presidenciais <strong>2006</strong>,Luis Inácio Lula da Silva, Geraldo Alkmin, Cristovam Buarque e HeloísaHelena, assinaram o “Termo de Compromisso Presidente Amigo daCriança – Gestão 2007-2010”, assumindo publicamente um compromissocom as crianças e adolescentes brasileiros e reconhecendo aimportância da interlocução com a sociedade civil.12
Parceiro FinanceiroDando continuidade ao ciclo 2003-<strong>2006</strong> do Programa Presidente Amigoda Criança, o governo federal entregou os Relatórios “Presidente Amigoda Criança” referentes aos anos de 2004 e 2005, respectivamente emfevereiro e junho de <strong>2006</strong>. O Relatório de 2005 foi entregue pessoalmentepelo Secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, naBreve histórico do ProjetoPresidente Amigo da CriançaEm 2002, durante a campanha eleitoral, a <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> lançouo Projeto Presidente Amigo da Criança, que buscou a assinaturados principais candidatos à Presidência da República ao “Termo deCompromisso Presidente Amigo da Criança”.O Termo compromete o candidato a, se eleito, “realizar, de forma desafiadora,em um mandato de quatro anos, a melhoria significativados índices relativos à situação da criança e do adolescente, tendocomo referência o compromisso assumido pelo governo brasileirona Sessão Especial pela Criança da ONU – Organização das NaçõesUnidas, em maio de 2002”.Para tanto, o presidente eleito deve elaborar um plano de ação parao cumprimento das metas definidas pela ONU, incluir o plano deação no orçamento do Plano Plurianual, não contingenciar recursosnecessários à execução do plano de ação, monitorar e avaliar odesenvolvimento do plano de ação, além de disponibilizar dados eprestar contas a uma rede de organizações da sociedade civil.Com o objetivo de acompanhar a implementação dos compromissosde gestão assumidos pelo presidente eleito, analisar os avanços nasmetas nas áreas de educação, saúde e proteção, divulgar as análisese recomendações produzidas e viabilizar a participação de criançase adolescentes, foi constituída a Rede de Monitoramento Amiga daCriança, composta por organizações da sociedade civil, organismosmultilaterais e a Rede Sou de Atitude, uma rede de jovens presenteem 16 estados brasileiros.<strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong>, com a presença de representantes da Rede deMonitoramento Amiga da Criança e do Conselho Nacional dos Direitosda Criança e do Adolescente.O ano de <strong>2006</strong> também é marcante no ciclo 2005-2008 do ProgramaPrefeito Amigo da Criança, que mobiliza e monitora as gestões públicasmunicipais com o objetivo de comprometê-las e apoiá-las na implantaçãode políticas públicas que promovam a melhoria da qualidade devida de crianças e adolescentes.Após intensa mobilização das prefeituras brasileiras em 2005, queresultou na adesão de 2.263 municípios à Rede Prefeito Amigo daCriança, o programa realizou a primeira avaliação da gestão 2005-2008por meio do Mapa da Criança e do Adolescente 2005-<strong>2006</strong> – Mapa I,instrumento de coleta de informações que também oferece subsídiosaos municípios sobre a implementação de políticas voltadas à criança eao adolescente. 1.155 municípios responderam ao Mapa I, ou seja, 20%dos municípios brasileiros.O Mapa da Criança e do Adolescente 2005-<strong>2006</strong> mobilizou os municípiosparticipantes do programa e favoreceu o debate local acerca dassituações de violação de direitos de crianças e adolescentes e da capacidadeda gestão pública de enfrentá-las. Este importante resultadose traduz pela implementação de Comissões Municipais de Avaliaçãoem 55% destes municípios, envolvendo os Conselhos Municipais dosDireitos da Criança e do Adolescente e a participação do MinistérioPúblico, Vara da Infância, representantes do legislativo municipal, dosetor empresarial, conselhos tutelares, entre outros atores locais nolevantamento e validação das informações solicitadas no Mapa.Destacam-se ainda iniciativas de articulação intermunicipal: asprefeituras de Recife, no estado de Pernambuco, e de Votuporanga,no noroeste do estado de São Paulo, apoiaram e mobilizaram mais de40 municípios das regiões para que respondessem ao Mapa I. Foramigualmente realizados, a partir de iniciativa local, encontros intermunicipaispara capacitação no preenchimento do documento nos estadosdo Espírito Santo, Tocantins e Piauí.13