FESETEProdutividade nas I.T.V.C.F têm uma estratégia explícita (<strong>em</strong> documentos) e formalmente comunicada aos trabalhadores;F procuram integrar todas as fases da cadeia de valor dos produtos, por forma a controlar as fases d<strong>em</strong>aior valor acrescentado;F apostam nas pequenas séries e/ou produções unitárias;F produz<strong>em</strong> <strong>em</strong> linhas de produção;F apostam <strong>em</strong> marcas próprias (com maior ou menor notoriedade);F procuram distinguir os seus produtos por factores que não o preço, como sejam a qualidade dosmateriais e o design dos produtos;F apostam nos mercados externos.Nesta área será de referir a <strong>em</strong>presa X2, que <strong>em</strong> alguns destes aspectos constitui a excepção à regra.Mais concretamente, a <strong>em</strong>presa não t<strong>em</strong> mecanismos formais de comunicação da estratégia delineada, esimultaneamente adopta uma forma de organização de trabalho assente <strong>em</strong> células/grupos de produção.Esta é, contudo uma estratégia que resulta na <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> causa, conseguindo esta obter níveis de<strong>produtividade</strong> muito superiores à média do sector do Vestuário.O melhor des<strong>em</strong>penho das <strong>em</strong>presas não está assim dependente de uma “receita” única. Havendoclaramente directrizes que dev<strong>em</strong> orientar as decisões individuais das <strong>em</strong>presas, a forma como tal éexecutado na prática pode ser diferenciada, adaptando-se às situações de partida e às características dasorganizações.78
FESETEProdutividade nas I.T.V.C.5. Conclusõesa. Principais conclusõesProdutividade é um conceito de vital importância <strong>em</strong> qualquer análise económica. Embora seja um conceitofacilmente compreendido por todos e de grande utilidade, a complexidade que lhe está inerente leva a queo seu cálculo levante um conjunto vasto de questões, tanto do ponto de vista teórico como prático. Aanálise dos indicadores disponíveis t<strong>em</strong> de ser efectuada considerando as hipóteses assumidas e oscondicionalismos associados aos diferentes indicadores.Na medida <strong>em</strong> que se procura que este estudo possa constituir um instrumento de apoio da actividade dasvárias estruturas sindicais, centrou-se a análise na <strong>produtividade</strong> enquanto indicador das condições devida, uma vez que o rendimento per capita varia directamente com a <strong>produtividade</strong> do trabalho.Paralelamente, o cálculo da <strong>produtividade</strong> <strong>em</strong> termos agregados ou comparativos entre <strong>em</strong>presas e/ousectores, implica o acesso a informação que não está directamente acessível. Assim, e tendo <strong>em</strong> conta acomplexidade associada ao cálculo, são normalmente as instituições oficiais que reún<strong>em</strong> as condiçõespara fornecer este tipo de informação. O Instituto Nacional de Estatística e o Departamento de Estatísticado Ministério do Trabalho e Solidariedade Social são as principais fontes nacionais, mas n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>predisponibilizam a informação com a actualidade que seria desejável para os utilizadores da mesma.Deste modo, <strong>em</strong>bora sejam mencionados outros indicadores, o estudo centrou-se na Produtividade doTrabalho. No primeiro capítulo refer<strong>em</strong>-se as principais decisões a tomar relativamente às duas variáveisque integram o indicador: produto (output) e factor trabalho.No que respeita ao output, e para além das considerações técnicas relativas à sua valorização, é importantesalientar o impacto da economia informal e, simultaneamente, da utilização de critérios de ord<strong>em</strong> fiscal naconstrução da contabilidade das <strong>em</strong>presas. Por outro lado, ao nível do factor trabalho, exist<strong>em</strong> situaçõesque não se reflect<strong>em</strong> nos indicadores, nomeadamente, diferenças no t<strong>em</strong>po de trabalho (t<strong>em</strong>po parcial,horas extraordinárias, absentismo, etc.), na situação perante o <strong>em</strong>prego (trabalho precário), e do pontode vista qualitativo (decorrentes de qualificações, educação, saúde, experiência profissional, tipo de trabalho,etc.).A utilização de recursos ao longo processo produtivo e a consequente obtenção de um determinadovolume de produção, b<strong>em</strong> como as respectivas valorizações, são condicionados por um conjunto alargadode factores, que foram designados como determinantes da <strong>produtividade</strong>. No âmbito deste estudo essesfactores foram agrupados <strong>em</strong> quatro áreas-chave – Recursos Humanos, Tecnologias, Organização/Estratégia e Envolvente Externa. Os três primeiros dependentes directamente de decisões tomadas aonível das <strong>em</strong>presas, a última independente destas.79