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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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odutos agrícolas às energias renováveisA importância da engenharia“Somos uma empresa lí-der em sistemas de rega,somos especialistas embombagem, temos alvará deinstalação de sistemas foto-voltaicos [produção de energiaeléctrica para uso próprio evenda à EDP através de painéissolares], , e entramos no mer-cado do tratamento deáguas por via da nossa afi-nidade com a preservaçãodo ambiente”. É assim queCarlos Mendonça, 56 anos, caracterizaa empresa que o seupai criou e cuja gestão partilhahoje com o seu irmão e a suamãe.Em paralelo a loja vende aindaprodutos como os que haviahá quatro décadas, mas hoje acomponente agrícola da firmarepresenta 40% da sua facturação,quando noutros temposchegou aos 60%.Uma das etapas mais marcantesdesta empresa data dosanos setenta, com o boom dossistemas de rega. A firma apostaforte neste mercado e chegaa ter cinco empregados dedicadosa esta actividade (actualmentesó tem dois trabalhadores).Hoje este é um mercadomaduro, mas Carlos Mendonçadiz que sempre tiverama preocupação de perscrutarnovas actividades e daí a apostanos tratamentos de águas,bombagens e agora nas energiasrenováveis. Aliás, a montrada loja que em tempos tinhaprodutos para a agricultura,conta hoje com jogos didácticospara crianças baseadosem energia solar, alguns delesnascidos na Faculdade de Ciênciasde Lisboa.Durante estes anos, a empresafoi também uma espéciede escola que formou especialistasem sistemas de rega poisalguns dos funcionários que porlá passaram, acabaram por selançar também nos seus negóciosnesta área.E como foi que a loja que vendiaatomizadores é hoje líderem modernos sistemas derega? A história das empresasé, também, a história das pessoasque nelas trabalham.Carlos, o filho mais novo deBraz Mendonça, tinha 20 anosem 25 de Abril de 1974 e abraçoua revolução. Na altura estudavano ISEL (Instituto Superiorde Engenharia de Lisboa) ànoite e trabalhava de dia nasOGMA (Oficinas Gerais de MaterialAeronáutico) em Alverca,uma forma de então escaparà guerra colonial. “A alter-nativa era desertar”, contaCarlos Mendonça, que à datadetinha já uma postura activade oposição à ditadura.O seu empenho revolucionárioleva-o a interromper os estudose a dedicar-se à políticaa tempo inteiro. Esta experiênciadurará até 1980, quando opai o convida para trabalharcom ele, aproveitando aindapara concluir o curso de engenheiroelectromecânico à noite.No fim de contas, um engenheiroviria a ser muito útil àfirma, como mais tarde se viriaa provar.“Somos o típico comérciotradicional”E se um engenheiro já erauma mais-valia, dois engenheiroseram-no muito mais. JoséMendonça, o irmão mais velho,tem um percurso parcialmentecoincidente: também estudavano ISEL e trabalhava nas OGMA.E pela mesma razão de nãoquerer ir para uma guerra queconsiderava injusta.Termina o bacharelato em1976, mas antes disso já davaaulas. Trabalhos Manuais, maistarde Educação Visual e Tecnológica.O professor Mendonçaandou por escolas de Lisboa,Azambuja, <strong>Caldas</strong> da Rainha eÓbidos onde se pré-reformouO documento do trespasse da loja, escrito numa folha depapel pardo. À época a palavra e honra dos homens contavamais do que a burocraciaNo edifício da loja (que depois do trespasse acabariapor ser adquirida pelo fundador da empresa) funcionouentre 1936 e 1952 o Colégio Ramalho Ortigão. Recentementea montra do estabelecimento foi decorada com umaexposição que contava essa história.em 2007, antes de fazer 60 anos.“Não me estava a agradarentrar como avaliador noprocesso de avaliação dosmeus colegas”, conta, queixando-sedas políticas que geraram“um clima de concor-rência e competição poucosolidária” entre os professores.A reforma colocou-o a tempointeiro na gestão da BrazMendonça da Conceição, Lda.à qual, de resto, sempre estiveraligado. Em menino era paraa loja do pai que vinha depoisdas aulas e era ali que passavaparte das férias escolares.Naquela idade não pensavavir um dia para a firma, masreconhece que foram as actividadesque ali desenvolveu, ligadasaos motores, às máquinase a variados equipamentos,que influenciaram a sua vocaçãoe formação em engenharia.A mãe, Ângela, não é umafigura decorativa. Aos 89 anoscabe-lhe a parte administrativada firma e é vê-la, ao telefone,rodeada de papéis e dossiers.Carlos Mendonça diz que éprestação de serviços, mais doque a venda ao balcão, que representao grosso da sua facturação.“Somos o típico co-mércio tradicional. É rarovendermos uma coisa semter que explicar o que é ecomo funciona. E é isso quecaracteriza a relação deproximidade deste tipo decomércio”.A crise também se tem feitosentir neste sector e as vendasao balcão diminuíram. São osparticulares que se retraem nacompra de pequenos artigospara jardinagem e rega. E sãoos construtores civis que estãoparados e não lhes adjudicamalgumas subempreitadas (aempresa tem alvará para instalaçãode equipamentos mecânicose costuma montar sistemasde bombagem).Masonde a crise mais se nota é nospagamentos atrasados. “Te-mos clientes que dizem quenão nos pagam porquetambém não lhes pagam aeles...”, lamenta-se CarlosMendonça.A boa notícia é que desde háum ano a Braz Mendonça daConceição Lda. conseguiu serdistribuidora da prestigiada ITTque vende bombas Lowara eFlygt. Quem percebe deste sector,diz que é material topo degama e que só o facto de o representaremabona a favor daimagem.Para o futuro, dizem os irmãos,a estratégia passa por“consolidar as franjas demercado em que estamosimplantados e pugnar pelaassistência pós-venda que éuma coisa que nos tem dis-tinguido”.C.C.“Não gosto muito de mudanças”Paulo Sérgio tinha 14 anosquando veio para o balcão destacasa comercial. Natural daNazaré, vivia então em Salir doPorto e é um amigo da família,Joaquim Godinho, que lhe falada possibilidade deste emprego.Estava-se em Março de 1982,Braz Mendonça tinha morridotrês meses anos e a contrataçãodo jovem Paulo é um dosprimeiros actos de gestão deCarlos Mendonça.“Naquela altura havia ummovimento contínuo ao balcãode gente a comprar pe-ças para atomizadores emotores de rega”, conta o empregado,que ganhava entãoquatro contos por mês (20 euros),mas foi em poucos mesesaumentado para 4500 escudos.Do balcão, Paulo passa a assumiractividades administrativase técnicas. Acompanha aevolução da empresa e hoje partedo seu tempo é passado emtrabalho exterior em tarefas deinstalação, montagem e assistênciaa clientes. Admite que éCRONOLOGIAagradável trabalhar-se fora,mas tem o inconveniente de nãoter horários certos. Afinal nãose pode deixar um cliente penduradoe – se tiver que ser – odia de trabalho prolonga-se atétarde.Entretanto, casou, estudou ànoite na Bordalo Pinheiro parafazer o 10º ano (antes só tinha oantigo 2º ano do ciclo) e vivehoje no Chão da Parada. Mas há28 anos que trabalha no mesmosítio (com uma curta experiênciade três meses de trabalhona Suíça que não o entusiasmou).Porquê esta fidelidade a umaempresa numa época em que éfrequente mudar de emprego?“Tem a ver, por um lado,com a minha maneira de ser– não gosto muito de mudanças-, e por outro, com a en-tidade patronal pois semprenos demos bem e são pesso-as que eu considero”.C.C.O funcionário mais antigo da casa num dos poucosmomentos ao balcão. A maior parte do tempo está emtrabalho exterior.1962 – Braz Mendonça da Conceição regista-se como empresárioem nome individual1965 – Abre a loja na Rua Dr. Miguel Bombarda.1981 – Muda a firma para sociedade por quotas (Braz Mendonçada Conceição Lda.) com um capital social de 150 contos(750 euros), dos quais um terço são da sua mulher, ÂngelaRibeiro Marques Mendonça da Conceição1982 – Braz Mendonça da Conceição morre num acidente deviação1991 – Aumento do capital social da firma para 10 mil contos(50 mil euros) distribuídos entre a viúva e os filhos.Volume de negócios(em milhares de euros)

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