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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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Centrais2522 | Outubro | 2010de congelados que dura há 35 anosDe um pequeno negócio a um grupo com quatro empresasTreze anos depois de ter começado o seu próprionegócio na garagem da sua casa, em 1988,Manuel Barosa é um empresário de sucesso. Oêxito é partilhado com a família, a mulher Cesaltinae os filhos Luíz e Jorge, que a par com o empresáriose tornam sócios da Manuel Barosa Lda,criada especificamente para a comercializaçãode gelados. A transformação de pescado continuavaa cargo da empresa em nome individualManuel de Sousa Barosa.Luíz já trabalhava com o pai há dez anos.Jorge, com 18 anos nesta altura, estava aconcluir o ensino secundário e só dois anosmais tarde viria a integrar os quadros daempresa. O pai brinca: “ainda não esta-va a trabalhar e já era sócio, isto nãoé para toda a gente”. Logo o filho replica:“não trabalhava a tempo inteiro,mas vinha para cá nas férias desdeos 13 anos”.As duas empresas não param de crescerem dimensão e em volume de negócios. Jácom Luíz e Jorge inteiramente dedicados aonegócio, surge uma nova empresa – a Manuelde Sousa Barosa Lda, criada em 1994 paraa vertente de transformação e comercializaçãode pescado, que conta com os quatromembros da família Barosa e com EugénioPêgo como sócios. O primo torna-se, tambémneste ano, sócio da Manuel Barosa Lda.A Manuel de Sousa Barosa, com que tudocomeçou há 35 anos, nunca foi extinta. A empresamantém-se no activo, alugando as câmarasfrigoríficas às duas sociedades deresponsabilidade limitada que integram osnegócios da família. Em 2006 é criada umanova empresa – a Gelados e Mimos, que dánome à geladaria que a família tem em S.Martinho do Porto.As obras nas instalações das empresasforam-se fazendo sempre que havia necessidade.Hoje o grupo tem oito câmaras, a últimadas quais construída em 2008, o que lhesgarante uma capacidade de 3.000 metros cúbicosde frio negativo. “Não há nada aquià volta que se lhe compare”, afiançamos responsáveis. E foi precisamente esta capacidadede frio que “permitiu que nos últimosanos se atingisse uma factura-ção anual que ronda os cinco milhõesde euros”, acrescenta Manuel Barosa.O que também contribuiu para os bons resultadosfoi a criação de novas áreas de negócio.Actualmente as empresas do grupo Barosatêm muito mais para oferecer que geladosOlá e peixe congelado. Operando comcerca de mil referências, as empresas da famíliatêm uma vasta gama de produtos do mar(pescados, cefalópodes e crustáceos), salgados,snacks (refeições prontas), pastelariapequena e grande e padaria, de marcas próprias– a Barosa Pescados e a Barosa FoodService. A estas junta-se um vasto leque deartigos de marcas tão conhecidas como Nestlé,Knorr, Calvé, Heinz, Kellog’s, Vaqueiro,Azeites Gallo, entre muitas outras.O negócio estende-se por três canais: ocanal Horeca – Hotelaria, Restauração e Cafés,o canal tradicional (hiper e supermercados)e o canal social (lares, cantinas, refeitóriosescolares), em nove concelhos numa faixaque se estende da Lourinhã à Nazaré.O grupo está a apostar na internacionalizaçãodas marcas próprias e já exporta algunsprodutos para Espanha.No conjunto das empresas da família Barosaconta-se um total de 42 trabalhadores.E aqui está já incluído um neto, Francisco Barosade 24 anos, que se vai inteirando dosnegócios ao mesmo tempo que se forma numcurso que tem tudo a ver com a actividade dafamília - Engenharia Alimentar.DEDICAÇÃO E OPTIMIZAÇÃO DE CUSTOSE PROCESSOS NA BASE DO SUCESSOEm tempos de crise, o negócio da famíliaBarosa tem-se mostrado resistente. “Continuamosa honrar os nossos compro-missos, a pagar a trabalhadores e afornecedores a tempo e horas e nãoestamos dependentes dos bancos. Abanca é um parceiro nosso, mas nun-ca foi nosso sócio”, congratula-se ManuelBarosa.O sucesso das suas empresas é como umpuzzle, composto por várias peças. Uma delas,a qualidade dos produtos. A outra, a referidaindependência da banca (a empresacresceu quase sempre em auto-financiamento).Mas há outro aspecto fundamental:“a empresa capitaliza, não distribui”,e os lucros foram-se acumulando, permitindoenfrentar os tempos mais difíceis comalgum à vontade.Outra preocupação foi “estrangulartudo o que eram custos - foi tudo renegociado,da parte eléctrica aos serviçosque contratamos, dos combustíveisàs lâmpadas que temos nas instalações.E isto não acaba. É um es-quema que tem que estar sempre emcima da mesa”, salienta Jorge Barosa. Epara salvaguardar o seu stock, a empresa éhoje auto-suficiente durante três dias, comgeradores alimentados a combustível.Não menos importante que tudo isto é adedicação e o empenho de todos os sócios“que servem a empresa, e não o con-trário”. Está sempre alguém da gerênciapresente e todos os processos são acompanhadosde perto pelos responsáveis, quetodos os dias são os primeiros a chegar e osúltimos a sair. “Temos que ser muitobons e muito exigentes para não fa-lharmos na venda, na facturação, naentrega, nas encomendas, na gestãode stocks. Todos estes processos têmque estar muito bem optimizadospara que nada falhe. E uma das razõesdo nosso sucesso é nós conse-guirmos e sabermos fazer isto” sublinhaJorge, que orgulhoso acrescenta: “nóssomos peixeiros cinco estrelas”.A eficiência é também salientada porLuíz. “Nós vendemos num dia e entre-gamos no outro e isso faz com que osnossos clientes nos vejam como par-ceiros de negócio”.E desde cedo perceberam que para queisto fosse possível, teriam que se apoiar nainformática. “Fomos os primeiros a apa-recer no mercado com pocket pc, , naaltura eram uns tijolos muito gran-des, os vendedores não gostavamnada daquilo, mas nós ganhámosmuita rapidez e muitas horas de sono”,lembra o mais novo.Os dois irmãos são unânimes quando dizemque as empresas da família são muitobem vistas, tanto junto dos seus clientes comodos seus fornecedores, sobretudo no país vizinho,onde vão buscar muito do peixe que comercializam.“Em Espanha somos con-siderados, em termos de respeito,umas das três melhores empresas dePortugal, e isso é um motivo de orgulhomuito grande. Não temos a dimen-são que outras têm, mas em termos derespeito estamos muito bem cotadas.Vamos buscar produtos e temos asportas todas abertas”, garante Jorge.No seu próprio país, o reconhecimento dobom desempenho das empresas Manuel deSousa Barosa, Lda. e Manuel Barosa, Lda. reflecte-sena distinção, pelo segundo ano consecutivo,como empresas PME Líder.“A verdade é que 40 famílias (algunscasais) dependem desta empre-sa e sentem-se seguros, e nós temoso dever de lhes dar essa segurançacomo resposta”, diz Manuel Barosa. E ofilho mais novo acrescenta: “todos os trabalhadoresque respeitam esta empresasão sempre muito bem respei-tados”. E é por isso que muitos colaboradoresatingiram ali a idade da reforma e outros,que se mantêm, contam já com vinteanos ou mais de casa. Nas empresas da famíliaBarosa “toda a gente trabalhapara o bem comum e ninguém traba-lha sozinho”, garante Luíz.Confiantes no futuro, os membros maisnovos da família trilham novos caminhospara os negócios. A exportação, iniciada esteano, é um dos rumos a seguir. Outra apostaserá na imagem da empresa, pelo que é bemprovável que dentro de algum tempo as tãoconhecidas ondas em tons de azul que acompanhamo logótipo com um peixe e uma canade pesca, dêem lugar a uma nova imagem,mais virada para o século XXI.Joana Fialhojfialho@gazetacaldas.comManuel Barosa mostra uma das oito câmaras frigoríficas daempresa. A temperatura no local é de 28 graus negativos.“Nós também contribuímos para o orgulhoque é esta empresa”José Franco e João Pereira são dois dos mais antigostrabalhadores das empresas. Dois membros de uma equipa de 42colaboradores que lutam por um só objectivoJosé Fernando Franco, de 54 anos, tempo ao serviço da mesma empresa,trabalha para a família Barosa há mais e diz que isso é estranhado pelos maisde 25. “Comecei há muitos anos, nonovos. Mas esta é “uma empresa faprincípioera uma empresa peque-miliar que tem vindo a crescer comna. Hoje tem outros alicerces, maso apoio de todos, nalguns casoscontinua a ser uma família”, conta.com sacrifício de todos, e princi-Inicialmente, vendia e entregava.palmente com muita dedicação”.“Isto foi assim ainda durante al-Longe vai o tempo em que a famíliaguns anos. Era eu e outro senhor.Barosa vendia apenas pescado e gela-À segunda e terça vendíamos, àdos. E João Pereira acompanhou todaquarta ficávamos no armazém, àa transformação que se deu ao nívelquinta e sexta íamos fazer a entre-dos produtos que as empresas comer-ga”. Agora dedica-se apenas à venda cializam, que permitiu combater, pore há outros colegas para fazerem o trabalhoque se segue. Uma prova do gelados. “Neste momento somosquanto a empresa cresceu, não só aocapazes de montar uma pastela-nível do negócio e do número de trabaria.Há uns anos apenas lá púnhalhadores,mas também no que diz resmosa arca de gelados e os gelapeitoàs instalações. “O local ondedos. Hoje, a nossa oferta vai do pãoestamos era um eucaliptal”, lembra.aos salgados, e se for preciso atéE o que explica, na sua opinião, oos fornos lá pomos”, e acredita queexemplo, a sazonalidade da venda desucesso do negócio?se não fosse a crise, a evolução seria“É trabalharmos todos para oainda maior.mesmo. E a gente não falha, o pro-Acreditando que o futuro não é pre-duto que se vende é entregue”. Além ocupante, João Pereira afirma que “édisso, “estamos sempre a evoluir, oum motivo de orgulho trabalharmercado não pára e nós temos quenuma empresa tão bem vista, poracompanhar sempre esta evoluquenós de alguma maneira faze-ção”mos parte disto, contribuímosA mesma opinião é partilhada porpara o orgulho que é esta empre-João Pereira, 51 anos, a trabalhar há 18sa”.anos para os Barosa. O vendedor sabeque já começa a ser raro que os traba-J.F.lhadores se aguentem durante tanto<strong>Cronologia</strong>1952 – Manuel Barosa vai para Moçambique1973 – Regressa a Portugal com a mulher, Cesaltina, e os dois filhos Luíz eJorge1974 – É gerente na delegação de Lisboa da Produmar1975 – Estabeleceu-se como empresário em nome individual na garagem dasua casa nas <strong>Caldas</strong>1978 – Constrói o primeiro pavilhão da empresa e o filho Luíz começa atrabalhar com os pais1979 – A empresa é agente da Olá1983 e 1987 – Novas obras aumentam a capacidade de frio da empresa1988 – É criada a Manuel Barosa, Lda (400 mil euros de capital social) paracomércio de gelados com os sócios Manuel, Cesaltina, Luíz e Jorge Barosa. Aempresa Manuel de Sousa Barosa mantém a transformação e comercializaçãode pescado1990 – Jorge termina os estudos e junta-se à família1994 – É criada a Manuel de Sousa Barosa, Lda (100 mil euros de capitalsocial). Junta-se, como sócio, Eugénio Pêgo, que também entra para a ManuelBarosa, Lda.2005 – Aposta em novas áreas de negócio com a marca Barosa Food Service2006 – É criada a Gelados e Mimos, geladaria em S. Martinho do Porto2008 – Construída a mais recente câmara frigorífica da empresa, com capacidadesuperior a 3000 metros cúbicos de frio2010 – Início da internacionalização das marcas Barosa com exportaçõespara Espanha

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