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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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Centrais1921 | Janeiro | 2011ira dedicada a fazer frio”café dos Capristanos ao do-mingo, depois da bola. E paraa ‘Caseta’, na Estrada de Tor-nada, íamos jantar, convivercom as famílias dos outros jogadorese dirigentes, e eu ador-mecia lá muitas vezes”.Do trabalho do pai têm recordaçõesvagas, mas lembram-se “dopai a trabalhar numa divisãoda casa na Rua Fonte Pinheiro,numa oficina muito modesta,com o primeiro empregado, oZé, nos prédios do Viola”.O ‘Zé’ foi o primeiro de muitosempregados que passaram pelaempresa. “Todos os que mexemno frio passaram por aqui. Istofoi a casa-mãe, uma escola. Epassou por aqui muita gente”,afiança o empresário, que diz ser“uma das pessoas mais velhasem Portugal a trabalhar nofrio”. Afinal já lá vão mais de 60anos desde que começou a trabalharem Lisboa. “Nunca conhecioutro ofício, dediquei-me sem-pre ao frio”, vinca.FILHAS DEIXARAM SONHOS DELADO PARA AJUDAREM O PAIÉ nos finais dos anos 60 que afilha mais velha, Maria dos Anjos,começa a trabalhar com o pai. “Noinício lá ia eu na camionetados Capristanos e não erapreciso ter um gestor de con-ta nem ninguém. Metia tudona cabecinha e pronto, nemhavia facturas naquele temponem nada, nem tive grandesproblemas para rece-ber”, conta Amaro da Silva.Quando Maria dos Anjos acabao Curso Geral de Comércio naEscola Rafael Bordalo Pinheiro,o negócio do pai trabalhava jácom números maiores e a filha foiajudar com os papéis e as contas.“Vim, sempre na expectativa deque não era bem isto que que-ria”, lembra Maria dos Anjos, quena altura ainda alimentava o sonhode ser assistente de bordo.“Acabei por pensar mais como coração do que com a cabe-ça e fiquei”, conta.Uns anos depois de Maria dosAnjos, Fernanda torna-se o novoreforço da empresa de Amaro daSilva. “Quase vim por arrasto,CRONOLOGIAsempre ouvi dizer que quandoacabasse o curso comercialviria para a empresa”, conta afilha mais nova. Admite que a profissãoque gostaria de ter tido passavapelo contacto com o público enão pelo trabalho à secretária, mas“ao vir para a empresa sabiaque os estava a ajudar e nuncapensei ir embora e deixá-los”.A sociedade da Amaro da Silva, Lda.fica completa com a mãe, MariaLuísa, embora esta nunca tenhaefectivamente trabalhado na empresa.Hoje, as filhas garantem que nãose arrependem da opção que tomaramjá lá vão umas décadas.Maria dos Anjos diz que se entregaà empresa “de corpo e alma”. Elogo acrescenta: “aliás, temostodos dado o nosso melhor,uma empresa familiar não seaguenta se não puxarmos to-dos para o mesmo lado”.À união junta-se um outro aspectoimportante: muito trabalhoe muita dedicação. “Toda a vidatrabalhei muito”, afirma Amaroda Silva, e o trabalho obrigou-omuitas vezes a levantar-se durantea noite para dar resposta aospedidos. Numa vida inteira de dedicaçãosó se recusou a fazer doisserviços. Um era trabalho que implicasseandar de barco. “Fui cha-mado duas vezes para ir àsBerlengas, mas jurei para nun-ca mais”, e enquanto se lembrada peripécia garante até seagoniar com a memória. “Es-tive mesmo perto, mas omar estava tão mau quenão consegui e voltei paratrás. Dizia muitas vezesque podia ser o melhor ne-gócio, e mesmo assim eunão queria”.A segunda nega teve a vercom a manutenção das câmarasde conservação das morgues.“Ainda estava em Lis-boa e fui chamado à mor-gue de um hospital, tambémjurei para nunca mais. Mesmoagora, e com todo o de-vido respeito, ninguém aquise mostra disponível parafazer esse trabalho”.Joana Fialhojfialho@gazetacaldas.com1953 – Amaro da Silva vem para as <strong>Caldas</strong> para jogar à bola ecria ‘A Reparadora de Frigoríficos das <strong>Caldas</strong> da Rainha’1967 – A empresa inicial dá lugar à ‘Frimóvel’. Pouco tempodepois a filha mais velha, Maria dos Anjos, começa a trabalhar como pai1970 – Empresa muda-se da Rua do Cais para a Rua da Caridade,onde se mantém durante 39 anos. Cerca de um ano mais tarde,Fernanda junta-se ao pai e à irmã1976 – Amaro da Silva dá sociedade à esposa e filhas e é criadaa Amaro da Silva, Lda., capital social de 50 mil euros2009 – A Amaro da Silva, Lda. muda as suas instalações para aZona Industrial das <strong>Caldas</strong> da RainhaCrescimento sustentado, colaboradores e clientes na base do sucessoNa década de 80 a empresachegou a ter 30 empregados.Eram tempos diferentes. Por umlado, os armários frigoríficoseram feitos em madeira, o queobrigava a ter trabalhadores decarpintaria. Por outro, estes foramtempos áureos no sector daagricultura e fruticultura, sectorque foi sempre um importantecliente de Amaro da Silva.“Só em 1982 a Amaro da Sil-va, Lda. montou 92 câmarasfrigoríficas para fruta”, garanteo empresário.Com o passar dos anos, asexigências do mercado mudaram,o que levou a alteraçõesna empresa. O fim dos trabalhosem madeira tornou dispen-Uma das modernas instalações de frio que a Amaro da Silva, Lda. instalou.sável a colaboração de profissionaisde carpintaria. Além disso,os pequenos produtores começarama agrupar-se em cooperativase associações e aAmaro da Silva, Lda. passou aapostar em grandes câmaras,em vez das tradicionais pequenascâmaras frigoríficas.A viragem para o frio indusactividadede pessoal espe-cializado”, defende o fundador,acrescentando que a empresatem colaboradores que se mantêmna casa há muitos anos. “Aempresa está na vanguardado sector frio, mas este su-cesso não se deve apenas àgerência, mas também aosas coisas nos ultrapassamtemos que pedir ajuda e rodearmo-nosde pessoas com-petentes para poder vencerneste mercado que é bastan-te competitivo”, explica Mariados Anjos acrescentando que,além da empresa holandesa, aAmaro da Silva se apoia tambémnossos governantes e a Ban-ca apoiem os projectos queestão em cima a mesa paraque possa haver desenvolvi-mento do sector”, diz Maria dosAnjos.Em 2010 a facturação da empresarondou os 2 milhões deeuros, um valor ligeiramentetrial é um momento marcantenossoscolaboradores”,num gabinete de engenharia e mais baixo que o registado emna história da empresa. Hoje, aAmaro da Silva, Lda. trabalhasobretudo para grandes projectos,com “todo o género defrio e de grandes dimen-sões”, em todo o território nacional,continente e regiões autónomas,e em África. Mas porqueos sectores da agricultura efruticultura são os seus maioresclientes, o grosso do trabalhoda empresa realiza-se naregião Oeste e nas Beiras. Trabalhosde maiores dimensõesobrigaram, também, a instalaçõesmaiores. Por isso a empresaestá hoje num armazém daZona Industrial, para onde mudouem 2009, depois de 39 anosna Rua da Caridade, no centroda cidade.Hoje, a Amaro da Silva contacom 14 colaboradores, uma“peça fundamental para osucesso da empresa”, garantemos gerentes. “Esta é umaacrescenta Maria dos Anjos.“Sabemos que podemos contarcom os nossos colaboradores,e isso também nos aju-da a crescer”.À competência e qualidade doserviço prestado junta-se, comoingrediente para o sucesso, “atransparência com que sem-pre lidámos com os nossosclientes ao longo de todosestes anos”. E depois, a apostana inovação. “Apostamos for-te na atmosfera controlada,em que o frio é rigorosamen-te igual mas na qual se retiratodo o oxigénio das câmarasfrigoríficas”. Uma vertente dofrio virada para a fruticultura,que permite que a fruta não respiree, por isso mesmo, se conserveinalterada durante muitotempo.Para esta aposta a Amaro daSilva conta com o apoio de umaempresa holandesa. “Quandonum director financeiro.Mas a inovação de pouco servese a empresa não contassecom um historial de sucesso ecom clientes que se mantêm hámuitos anos. “Um dos lemas daempresa é trabalhar com honestidadee servir bem, aci-ma de tudo”, diz a filha maisvelha. “E nesta casa o clienteé rei”.Manter os clientes é muitoimportante para os gerentes, quenão descuram, no entanto, aprocura de novos clientes. “Anossa maior publicidade temsido o ‘boca a boca’ e paranós essa é a melhor e maisbarata publicidade que pode-mos ter”.Pai e filhas são unânimes aodefenderem que estes aspectostêm sido fundamentais para vencera crise. Mas também reconhecemque “a grande sortedesta empresa é estar no sectoralimentar, que é de primeiranecessidade, além de estarmuito bem situada geo-graficamente”. Além disso,“também conta a nossa ho-nestidade e o historial deuma empresa que dá semprea cara, que sempre deu mui-ta atenção à proximidade aocliente e à maneira como esteé tratado”.Numa altura em que tanto sefala da importância de revitalizara agricultura nacional, a2009. “Actualmente esta é umaempresa salutar, com algunsaltos e baixos, mas isto é qua-se como caminhar em cimade água, com cuidado, semcorrer grandes riscos”.Prontos para encarar o futuro,os três gerentes da Amaro daSilva, Lda. dizem que o crescimentoda empresa terá que continuara ser sustentado, como atéaqui, “tendo sempre em contaa nossa dimensão”. Um cuidadoque muitas vezes se traduzna subcontratação de serviços deoutras empresas quando o trabalhoaperta, o que depois permiteà empresa manter todos ospostos de trabalho quando hámenos procura.À frente da empresa já há algunsanos, e sem ninguém dafamília a inclinar-se para dar continuidadeao seu trabalho, asduas irmãs começam agora apensar em quem agarrará naempresa quando de quiseremreformar. O pai ri-se e diz: “eutambém dizia que aos 65anos já não fazia mais nada,mas cá vou andando”.Mas Maria dos Anjos logo atalha:“eu gostaria de me refor-mar aos 65 anos, não meimagino a trabalhar aos 85anos, como o meu pai”. E depois?“Logo se há-de ver. Poragora estamos todos dispostosa dar continuidade à em-presa”, garante.Amaro da Silva espera que o anoA atmosfera controlada, em que é retirado da câmaratodo o oxigénio é a aposta recente da firma, que ajuda ade 2011 seja um bom ano para oJoana Fialhomanter a fruta inalteradasector. “Só esperamos que osjfialho@gazetacaldas.com

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