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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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22Centrais24 | Setembro | 2010, VUMAMA EMPRESAMPRESA, , VÁRIAS VGERAÇÕESDiscoteca Green Hill – mãe e filho gerem uma casa qLuís Romão, fundador da discoteca, na cabine de som numa imagem dos anos 80 Filomena Félix com o filho, Ricardo Romão, e as netas, Lara e CarolinaO SONHO DE LUÍS ROMÃOFilomena Félix nasceu em 1955na Foz do Arelho, onde continua aviver. Os seus pais (que já faleceram)eram os proprietários do restauranteLagoa Bar, em frente ao Inatel,do qual fazia parte um posto decombustível.“Toda a gente conhecia acasa do Zé Félix. De Julho a Se-tembro passavam diariamentemilhares de pessoas pelo res-taurante”, lembrou. Filomena Félixcomeçou a trabalhar no restaurantedos seus pais desde pequena, apesarde ter estudado até ao ensino superior.“Estive no ISLA e só não aca-bei o curso por um ano”, contou.Filomena chegou a pensar sair dePortugal para trabalhar na área doseu curso (Secretariado), mas quandose casou com Luís Romão, em1975, abandonou os estudos e decidiuficar.Luís Romão é natural de Rio Maior,onde nasceu em 1954. O casalresidia na Foz do Arelho e Luís insistiaem concretizar o sonho deabrir uma discoteca. Chegaram apensar avançar com o projecto nagaragem da casa dos pais de FilomenaFélix, mas como esta ficavamesmo no centro da Foz, mudaramde ideias.O edifício onde agora funcionaa Green Hill era à época um pequenoarmazém, que era utilizadopelo pai de Filomena para criaçãode galinhas e de porcos. A parteda frente tinha os frangos e naparte de trás funcionava a pecuária.Foi o próprio Luis Romão, comum pedreiro, quem fez as obras.Enquanto isso, Filomena Félixdedicava-se à parte burocrática.“Já naquela altura era muitocomplicado tratar dos papéise quem me ajudou muito foio João Santos, que agora é osecretário do presidente daCâmara”.O investimento inicial na alturafoi de cerca de dois mil contos (10mil euros). “O O meu irmão estavanos Estados Unidos e trouxe aaparelhagem de som de lá”, adiantouFilomena Félix.A empresária diz que deu voltas àcabeça antes de encontrar o nomecerto para a discoteca. “Como aqui-lo era uma zona verde e eu sousportinguista e como, ainda porcima, ficava numa colina, fuiao dicionário e achei piada aonome – Green Hill”.Naquela altura a discoteca ficava“no meio das fazendas”, conta Mena.Ainda não havia a rotunda (hoje conhecidapor rotunda do Green Hill)UMA INAUGURAÇÃOESTRONDOSAQuando a Green Hill abriu portas,a 30 de Maio de 1980, tinha uma pequenapista de dança, uma cabine desom e um bar. De todo o edifício, obalcão do vestiário é o único elementoque se mantém desde a inauguração.Antes da abertura ao público, nanoite anterior, fizeram uma pré-inauguraçãocom alguns amigos, mas noprimeiro sábado tiveram logo casacheia. “Parecia haver uma necessidadeenorme de um espaçodestes. Foi uma inaugura-dem agora 45 funcionários”, referiu.Entre 1991, quando se divorciou deLuís Romão, até 1997, Filomena Félixesteve afastada da Green Hill. Voltouum ano depois do assalto ao seu exmarido,na sequência do qual Luís Romãoficou incapacitado. O empresáriosofreu graves lesões neurológicas aoser agredido depois de oferecer resistênciaa um assalto, na madrugada de8 de Setembro.Este foi o episódio mais negro dahistória da discoteca e que ainda hojeé difícil de abordar por parte da família.Ricardo Romão tinha nessa alturanem o acesso à praia pelo lado do mare até a estrada Atlântica não estavatoda alcatroada.O estabelecimento abre com adesignação oficial de “bar dancing”e foram muitas as dificuldadespara licenciar a casa. Trintaanos depois, Filomena continuaa queixar-se de ter que enfrentarmuita burocracia de cada vez quequer fazer alterações no edifício.A empresária não percebe porque há tantas casas do género queabrem de qualquer maneira e paraa sua discoteca seja necessárioapresentar tantos projectos decada vez que precisa de fazerobras.ção estrondosa e as pessoas17 anos de idade e ficou a gerir a disco-nem cabiam todas”, lembrou. teca com Paula Coito, que na altura eraApesar do início auspicioso, os primeirosanos foram difíceis. “Sempretempos muito complicados” e sófui muito selectiva à porta, mes-com a ajuda da família e de alguns for-mo quando tinha a casa vazia”,necedores é que conseguiu continuarcasada com Luís Romão. “Foram unsdisse a empresária, que durante muitos o negócio sem o seu pai.anos fez questão de estar à porta, logo a Entretanto, Ricardo Romão começoua assumir mais responsabilidadesseguir ao porteiro.Com 25 anos, Mena continuava a trabalharno restaurante dos pais e manti-DJ da casa, trata também de outrase, para além de ser um dos principaisnha o negocio da discoteca aos fins-desemana.questões da empresa.Na discoteca trabalhava com Luís AOS CINCO ANOS JÁ IA PARA ARomão (que era o DJ), um segurança,CABINE DE SOMdois barmen e poucos mais funcionários.“Éramos meia dúzia e aten-Nascido em 1976, Ricardo Romãodíamos tanta gente quanto aten-tinha três anos quando a discotecafoi inaugurada. <strong>Das</strong> primeiras recordaçõesque guarda é de ter ido brincarpara a cabine de som. “Eu Eu lembro-mede ter partido as agulhastodas dos pratos dos dis-cos de vinil e do meu pai andaratrás de mim”, recordou.Aos 12 anos teve a sua primeiranoite como DJ da pista principal.“Faltou um DJ e o meu pai che-gou ao pé de mim e disse quetinha chegado a minha oportu-nidade”. Nessa noite, que nuncamais esqueceu, chorou numa alturaem que cerca de 10 pessoas saíramao mesmo tempo da pista. “Fiqueimuito nervoso porque tiveTrinta anos de actividade para uma discoteca como a Green Hill, na Foz do Arelho, representammilhares de histórias passadas ao som da música.Avós, pais e filhos já dançaram na mesma pista de dança, fosse ao som de um slow ou dasbatidas mais fortes da música electrónica.A Green Hill nasceu em 1980 na Foz do Arelho, numa aldeia que hoje é vila e tornou-se umadiscoteca de nível nacional. Nestes 30 anos só houve um único fim-de-semana, no ano 2000, emque não funcionou (devido a trabalhos de remodelação).Para além dos muitos encontros e desencontros que aconteceram naquele espaço, a Green Hill étambém a história de uma família.Luís Romão e Filomena Félix eram casados quando inauguraram a discoteca. Ricardo Romão, oúnico filho do casal, tinha três anos.Actualmente, e após várias vicissitudes e dramas familiares, mãe e filho gerem a discoteca emconjunto, tendo criado em 2005 a Félix & Romão Lda, com um capital social de cinco mil euros.medo que a pista esvaziasse”,lembrou. Como era a sua primeiravez, temeu que as pessoas não estivessema gostar da música e quetodos se fossem embora.Para o DJ, a profissão que escolheupode não ser apenas pelo factode ser filho dos proprietários de umadiscoteca. “A paixão que tenhodentro de mim pela música se-ria igual”, salientou. “Desde mui-to novo que quis ser DJ”, garante.Os pais queriam que fosse para auniversidade, mas acabou por sairda escola quando acabou o 9º ano.Como DJ Romão, ou no projectoPhonic Lounge (com Ricardo Tempero),tem alcançado sucesso internacional.Suíça, Holanda, Espanha e EstadosUnidos têm sido alguns dos paísespor onde tem actuado. Só nãoaceita convites para actuar individualmentenas discotecas da região,por causa da associação do seu nomeà Green Hill.Ao contrário do que acontece agora,quando começou a ser DJ a profissãonão tinha nenhum “glamour”e os amigos perguntavam-lhe se nãopreferia estar do outro lado da cabinede som. “Agora é que é modaser DJ, mas naqueles temposas pessoas não ligavam nenhu-ma”.Quando começou, os discos quepunha a tocar eram de rock, com sucessosgarantidos. Nessa altura asduas pistas tinham poucas diferençasna música que se tocava. “OsOsdiscos eram praticamente osmesmos”, recorda.Um dia, no início da década de 90,Ricardo Romão convenceu o pai aapostar no som alternativo na pistadois, com bandas que não se ouviamem nenhuma discoteca do país, comoera o caso, por exemplo, dos Pixies.O sucesso foi imediato e estaaposta marcou uma geração. Sãomuitos os que ainda se recordamcom nostalgia desses tempos, de talforma que recentemente começarama fazer festas de evocação dessasnoites.Os tempos eram muito diferentestambém em termos musicais, e nofinal dos anos 90 começaram a fazer-seexperiências com a músicaelectrónica. A partir das 4h30 damanhã era o som forte das batidasdo techno que invadiam a pista dois.A partir de 2001 acabou-se o somalternativo e a música de dança reinana segunda pista, sendo que a primeiracontinua dedicada à músicamais comercial.Inúmeras gerações já passarampelo Green Hill e hoje já há netos dosprimeiros frequentadores da casaque não falham um fim-de-semanana discoteca. A marca é conhecidaem todo o país como uma das mais

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