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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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ntos num negócio com 84 anos na BeneditaO filho mais velho de Ana e Joaquim Ferreira,apanhado em 1985 com a mão dentro do boião dosrebuçados“As grandes superfícies já não nos fazem mal”Centrais1926 | Novembro | 2010Durante muitos anos, a mercearia“O Ferreira” não tevequalquer toldo ou placa que aidentificasse como estabelecimentocomercial. A projecçãode uma imagem para o exteriorfoi uma das grandes diferençasintroduzidas por RomeuFerreira no negócio dos pais edo avô, que escolheu como lema“Desde 1926 para o Bem Servir”.Mas quem não conhece amercearia por dentro, está longede imaginar que numa áreacom cerca de 80 metros quadradosse pode encontrar umtotal de cerca de seis mil referências,dos artigos mais tradicionaisaos agora tão em vogaprodutos gourmet e biológicos.No mesmo espaço, onde sepode comprar granulado paracoelhos ou o sabão azul e brancotão conhecido das donas decasa, encontra-se também ca-cada e tem que estar tudomuito bem organizado” eisso implica uma selecção cuidadados produtos que ali sevendem. A aposta é, assim, feitaem “produtos de grandequalidade e principalmentemarcas nacionais”. E é istoque tem contribuído para manteros clientes ano após ano.Os vinhos são um bom exemplo.O gerente da mercearia garanteque na garrafeira da lojase podem encontrar 200 vinhosdiferentes, “entre os quais os50 melhores do país”. Às melhoresmarcas nacionais juntam-seartigos conhecidos internacionalmente,como os chásda marca inglesa Twinings.Uma aposta recente, mas quecomeça já a dar que falar, umavez que se contam pelos dedosde uma mão os locais onde amarca está à venda no país.“Quem conhece chá,Joaquim Ferreira e Ana Luís na sua mercearia em 1984 e na semana passadaviar, mel em cortiço, trufas eaté o molho de melaço com quese comem as panquecas norteamericanase que muito dificilmentese encontra até nos maioreshipermercados.“Quando fazemos o balançoanual é que percebemosa quantidade de produ-tos que temos aqui”, diz Romeu,que prefere não divulgaro volume de negócios da mercearia,cujo capital social é de10 mil euros. E o que torna oinventário exequível é a informatizaçãodo sistema, sinal damodernização que projecta aloja para o futuro. Um futuroque se faz também através daInternet e de uma loja onlinequem gosta mesmo e quemse interessa um bocadinhopela sua história fica admi-rado por ver o Twinings àvenda aqui. Aconteceu noutrodia estarem umas senho-ras lá fora e quando viram ochá na montra ficaram ad-miradíssimas. Entraram,compraram logo umas latase acharam fascinante umaloja de província ter estechá”, conta.Os chás são, de resto, um dosprodutos em que a merceariaaposta mais. À Twinings juntasea marca Lipton e uma grandediversidade de chás mais específicospara bem-estar e saúde,como problemas de fígadomercearia, que só vende bolose doces frescos. “Sou o pri-meiro a dizer ao cliente queo bolo é do dia anterior, ocliente só o compra se qui-ser, mas fica avisado. Achoque a casa vence mais poresta honestidade e sinceri-dade com o cliente e peloatendimento personalizadoque mantemos já há muitosanos”, explica.CLIENTES VOLTAM AOCOMÉRCIO TRADICIONALQuando perguntamos a RomeuFerreira se o futuro é encarado comoptimismo, o “sim” reforçado trêsvezes não deixa margens para dúvidas.vantagens das grandes superfíciese aponta três factorespara o seu sucesso. Em primeirolugar, “é porque é umamoda que surgiu em Portugalaí há 15 anos e foi im-portada de fora”, depois éinegável a mais-valia que é oparque de estacionamento doshipermercados. Por último,acredita que em espaços maiores“as pessoas não se sen-tem tão vigiadas e não têmtanta vergonha de escolheros produtos mais baratos,ainda que piores”.No extremo oposto estão asmercearias, locais onde toda agente se conhece. Um facto queé simultaneamente uma des-superfícies nunca sabemquem é que os vai atender”,diz Romeu. Outra coisa que levaas pessoas a optarem pelo pequenocomércio é “saberemque se tiverem algum pro-blema que seja, há alguémque os ouve, e nos outroslados não. O merceeiro é osegundo padre na terra”.E quem acha que o comérciotradicional tem os dias contados,desengane-se. Romeu Ferreiradiz que se há uns anos tiveramque lutar contra as grandessuperfícies, hoje têm o seulugar bem definido e aos clientesfiéis juntam-se agora aquelesque começam a perceberque “nos supermercados“há menos tentação para secomprar o que não é preci-so em casa”, garante.E mais uma vez a qualidade,sobretudo nos produtos alimentares,marca a diferença.Há quatro anos foi implementadona mercearia o sistemaHACCP, que garante a segurançados alimentos, tanto ao nívelda sua produção como dasua comercialização. Um passo“fundamental” numa casa“aberta há 86 anos que nuncateve um problema alimen-tar”. E além de Romeu e damãe, o estabelecimento dá aindatrabalho a uma engenheiraalimentar. Nesse aspecto, a famíliaFerreira foi sempre muitoda mercearia (em ou estômago, diabetes ou“O nosso mercado é muivantageme uma vantagem dasnem todos os produtos sãorigorosa: “preferimos perderwww.merceari aoferreira.c om),utilizada sobretudo por clientesde Lisboa e Algarve.Mas como se consegue tertanta coisa num espaço tão pequeno?“As nossas pratelei-ras só têm um produto detranstorno do sono. “Neste mo-mento temos aí uns 30 chásdiferentes na nossa casa”,afiança o gerente.Já nos produtos de pastelaria,há um pasteleiro da zona aproduzir diariamente para ato específico e é muito peque-nininho, para termos medodas grandes superfícies. Elescomem-se uns aos outros, anós não nos fazem já mal. Jáfizeram, agora não”, diz.Romeu sabe bem quais aspequenas lojas. É que há quemnão troque o atendimento personalizadopor nada. “Aqui, seas pessoas têm alguma coisaa reclamar vêm falar di-rectamente com o dono daloja, enquanto nas grandesmais baratos que no comér-cio tradicional”. E dá o exemplo:“nos frescos e na fruta,os nossos preços são maisbaixos, além de que os pro-dutos são melhores”. Alémdisso, no pequeno comérciodinheiro a vender algo quepossa já não estar nas me-lhores condições. Primeiro aspessoas, depois o dinheiro”.Joana Fialhojfialho@gazetacaldas.comA imagem externa da loja é uma das apostas de Romeu Ferreira, quetambém investiu numa loja online<strong>Cronologia</strong>1896 – Nasce Luís Ferreira na Benedita1926 – Luís Ferreira abre a mercearia, juntamentecom uma tabernaDécada de 60 – Dá-se a divisão dos doisnegócios e a mercearia muda para as instalaçõesonde ainda hoje se encontra1929 – Nasce o filho, Joaquim Ferreira1969 – Joaquim Ferreira casa-se com AnaLuís e fica com a mercearia1970 – Nasce o filho mais velho, JoaquimFerreira, que optaria por ser professor1974 – Nasce Romeu Ferreira, que viria aser o sucessor do negócio da família2002 – Romeu Ferreira começa a trabalharcom os pais a tempo inteiro2004 – Romeu assume a gestão do negócio

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