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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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20Centrais31 | Dezembro | 2010, VUMAMA EMPRESAMPRESA, , VÁRIAS VGERAÇÕESEm Óbidos a família Martinho nunca deixou de ampliar aA 14 de Dezembro de 1984 erainaugurada a Albergaria Josefad’Óbidos. A primeira albergaria davila nasceu da visão e persistênciade António Silvério Martinho (1930-2000) que, por passar bastante tempoem Óbidos, foi-se apercebendoque chegavam muitos autocarroscom turistas que ali não permaneciampor não haver alojamento.António Silvério Martinho nasceuna Usseira em 1930 e ficou órfãode pai aos nove anos, alturaem que teve que deixar a escolaprimária para começar a trabalharpara ajudar a mãe. Casou em 1954com Maria Emília Rebelo, naturalda Capeleira, e trabalhava comopadeiro, contando com a ajuda daesposa no seu ofício.Entretanto abriu também umaloja de pesticidas junto à farmácia,à entrada de Óbidos, acumulandoas duas funções. Mas comoera um homem muito aventureiro,lutador e muito pouco satisfeitocom a vida, António Silvério Martinhocomeçou a pensar noutras formasde fazer negócio e tambémdar um futuro melhor aos seus doisfilhos, Carlos e Zélia Martinho,actualmente com 55 e 44 anos, respectivamente.Depressa se apercebeu da potencialidadeturística da vila. E serecusou uma primeira proposta desociedade para fazer um hotel na“casa assombrada”, à entrada deÓbidos, ficou-lhe o interesse pelapossibilidade de criação de umaunidade hoteleira.Um terreno com um quintal, umacasa de madeira e uma adega antigaà entrada da vila, pareceu-lheo ideal para concretizar o sonho.Falou com a esposa e filhos sobreo projecto e foi contactar com oproprietário, o tenente-coronelJustino Moreira a propor-lhe acompra.Justino Moreira viria a procurálona sua loja de pesticidas ondelhe disse que “a sua atitude ti-nha sido louvável porque erauma obra que ia dignificar avila e, como tal, iria vender pelaprimeira vez na vida um terre-no”, recorda hoje Carlos Martinho.As negociações começaram em1980 e seis meses depois é feita acompra. António Silvério Martinhoadquiriu o terreno por 400 contos(perto de dois mil euros) e emDezembro de 1984,abriram ao públicoas portas da albergaria.Os dois filhos estão na casa desdea sua abertura. Zélia, na alturacom 18 anos, deixara de estudar etinha ido trabalhar na recepção deum complexo de apartamentos emS. Martinho do Porto, para ganharexperiência no ramo, e viria a ser aprimeira recepcionista da casa.Carlos Martinho tinha ido trabalharpara a Suíça para um casino(onde esteve durante dois anos)mas o pai, em 1980, foi chamá-lopara integrar o projecto.“Não fazia ideia nenhuma dadimensão que iria ter, mas dediquei-mea isto porque é nos-so e foi o meu pai que fundou”,conta agora Zélia Martinho, adiantandoque é importante dar continuidadea este trabalho. Recordaque a hotelaria era uma área quedesconhecia, mas que mesmo assimforam logo às agências de viagemdar a conhecer a albergaria.Zélia reconhece também que naquelaépoca tudo era mais fácil.“Agora não era possível”,conta, destacando as exigênciasque são necessárias para a aberturade uma unidade, como aexistência de um director hoteleiro.Foram-se especializando como trabalho e agora conhecemmuita gente no meio. “Há, in-clusive, colegas que nos vêmpedir a opinião”, contam os irmãos.A mãe, Maria Emília, (actualmentecom 74 anos) fazia o trabalhode limpeza da casa e tambémajudava na cozinha. “Tra-tei sempre desta albergariacomo cuidava da minhacasa”, diz a matriarca da famíliaMartinho, adiantando queesta sempre foi a sua segundacasa e que isso mesmo é sentidopelos clientes, que ali se sentembem.A Albergaria Josefa d’Óbidos (situada na Rua D. João de Ornelas) soprou 26 velas a semana passada. Aempresa familiar, que nasceu em 1984 fruto da vontade de António Silvério Martinho, é actualmentegerida pelos filhos Carlos e Zélia Martinho, mas sempre com o apoio da mãe, Maria Emília Rebelo.Presentemente, os 1100 metros quadrados cobertos que compreendem o hotel, restaurante, bar e salade reuniões, fazem dela a maior unidade hoteleira da vila de Óbidos.Na década de 90 a discoteca D’Ayala, que funcionava no piso inferior, junto ao restaurante, fez furor naregião. Exemplo disso foram as passagens de ano que atraíram muita gente de fora, para se divertir aosom de disc-jockeys vindos de Lisboa.Os seus responsáveis continuam a adaptar o hotel às necessidades dos clientes, sendo disso exemploas recentes remodelações, e também estão a iniciar-se no sector imobiliário, tendo já iniciado junto àvila a construção de quatro apartamentos turísticos para alugar.A DISCOTECADE “SAPATINHO DE VERNIZ”XAntónio Silvério Martinho (1930-2000) foio fundador da Albergaria Josefa d’ÓbidosA Albergaria abriu com 14 quartose um bar de apoio. Mas depressaos proprietários perceberam quea capacidade de oferta era pequenapara a procura por parte dasagências de viagem. “E E não con-seguíamos, com este númerode quartos rentabilizar o inves-timento”, conta Carlos Martinho,adiantando que foi então que decidiramampliar as instalações, demaneira a poderem ter no mínimocapacidade para alojar os passageirosde um autocarro.Compraram então uma parcelade terreno ao lado da albergaria, aJoão Rodrigues (proprietário daagência funerária Tarzan), ondeinvestiram em mais 22 quartos. Aalbergaria Josefa d’Óbidos ficavaassim com um total de 34 quartos ecom a sala de pequenos almoçosampliada.Da parte de baixo do edifícioexistia uma garagem e, AntónioSilvério Martinho, como era umbom cozinheiro, transformou-a emrestaurante.Zélia Martinho recorda que estecomeçou a funcionar de formamuito rudimentar. O piso ainda erade cimento e os pilares foram pintadoscom riscas amarelas e colocadosvasos de flores, o tecto forradocom corticite das câmaras frigorificase as mesas feitas com astábuas das cofragens da construçãodo edifício.“Durante alguns anos funcionouassim até que foi melho-Maria Emília (viúva de António Martinho), e os filhos Carlos e Zélia,dão continuidade ao negócio iniciado há 26 anosrado”, recorda Zélia Martinho,acrescentando que as remodelaçõesforam sendo feitas progressivamente,consoante as possibilidades.O pai, que viria a falecer em2000, foi o primeiro cozinheiro daAdega da Josefa d’Óbidos e ali permaneceudurante cerca de trêsanos. Mas depois, como o trabalhoera muito, optaram por contratarum cozinheiro e António SilvérioMartinho passou a ocupar-se, entreoutras coisas, das compras paraa casa.Mal a albergaria abriu as suasportas, Carlos Martinho começoua incutir no pai o “bichinho” queuma discoteca poderia ser umaboa aposta, porque a entrada deÓbidos no início do séc. XX. A Albergaria Josefa d’Óbidos seria erguida 80 anos depois no local assinalado.dinheiro era imediata. A ideia começoua ganhar forma e viria aconcretizar-se em 1985, com a aberturada D’Ayala. Esta viria a funcionar,sempre aos fins-de-semana,durante 14 anos, até Maio de1999.“Ajudou-nos substancialmentedo ponto de vista eco-nómico”, conta o responsávelacerca do espaço nocturno quefez furor durante a década de 90e que chegou a empregar 11 pessoas.A D’Ayala atraiu muita gentedurante o seu funcionamento.“Tivemos noites de rodarmais de mil pessoas”, recordaCarlos Martinho, destacando queeste espaço funcionava maiscomo uma discoteca de hotel.Era a única na região que tinharaios laser e disc-jockeys,normalmente vindos de Lisboa,e com conhecimentos musicaisdiferenciados.Era na discoteca que faziam apassagem de ano. Esta estavaligada ao restaurante e as pessoaspodiam escolher a forma debrindar ao novo ano - quem queriaas músicas mais calmas para dançara dois, ficava no restaurante, equem queria “abanar o capacete”

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